Nesta segunda-feira (21), uma equipe de astrônomos de vários países,
liderada por pesquisadores do Massachusetts Institute of Technology
(MIT), nos Estados Unidos, anunciou ter descoberto um planeta do tamanho
da Terra e que gira ao redor da sua estrela a cada 3,14 dias.
Apelidado de “planeta Pi”, em referência à famosa constante
matemática representada pela letra grega π e cujo valor é de 3,14, ele
teve os primeiros registros captados em 2017. Desde então, os cientistas
têm estudado os dados coletados pela missão K2 do Telescópio Espacial
Kepler da NASA.
Já em 2020, os pesquisadores utilizaram o SPECULOOS, uma rede de
telescópios baseada em solo, para confirmar que o astro observado
realmente se tratava de um planeta. Os novos dados também ajudaram a
calcular o tempo gasto para completar a órbita em torno da sua estrela, o
equivalente a 3,14 dias terrestres.
O
"planeta pi" gasta 3,14 dias para completar uma órbita em torno da sua estrela.
“O planeta se move como um relógio”, disse o estudante de graduação
do Departamento de Ciências da Terra, Atmosféricas e Planetárias do MIT
Prajwal Niraula. Ele é o principal autor do estudo, publicado no Astronomical Journal, que detalha a descoberta do "Terra Pi".
“Quente demais para ser habitável”
Denominado oficialmente de K2-315b, o planeta pi possui um raio de
tamanho quase idêntico ao da Terra, conforme as estimativas dos
astrônomos, e orbita uma estrela fria, cuja massa é equivalente a um
quinto do Sol. Ele gira em torno da sua estrela a 81 km/s.
Com tamanho parecido ao do nosso planeta, o K2-315b provavelmente não
é um dos candidatos a ter vida, pois a órbita estreita o aproxima
demais da sua estrela, fazendo com que a temperatura da superfície fique
em torno de 176ºC. “Isso é muito quente para ser habitável”, comentou
Niraula.
Apesar disso, os cientistas afirmam ser necessário um estudo mais detalhado da atmosfera dele para comprovar tal possibilidade.
Cientistas da NASA identificaram uma
molécula na atmosfera de Titã, uma das luas de Saturno, que nunca foi
detectada em qualquer outra atmosfera. Na verdade, muitos químicos
provavelmente mal ouviram falar ou sabem como pronunciar seu nome:
ciclopropenilideno, ou C3H2.
Os cientistas dizem que esta molécula simples
baseada em carbono pode ser um precursor de compostos mais complexos que
poderiam formar ou alimentar uma possível vida em Titã.
Os pesquisadores descobriram o C3H2
usando um observatório de radiotelescópio no norte do Chile conhecido
como Atacama Large Millimeter / submillimeter Array (ALMA).
Eles notaram o C3H2, que é feito de carbono e hidrogênio, enquanto
examinavam um espectro de assinaturas de luz únicas coletadas pelo
telescópio; estes revelaram a composição química da atmosfera de Titã
pela energia que suas moléculas emitiram ou absorveram.
Embora os cientistas tenham encontrado o C3H2 em bolsões
por toda a galáxia, encontrá-lo em uma atmosfera foi uma surpresa. Isso
porque o ciclopropenilideno pode reagir facilmente com outras moléculas
com as quais entra em contato e formar espécies diferentes. Os
astrônomos encontraram o C3H2 até agora apenas em nuvens de gás e poeira
que flutuam entre os sistemas estelares – em outras palavras, regiões
muito frias e difusas para facilitar muitas reações químicas.
Mas atmosferas densas como a de Titã são
colmeias de atividade química. Essa é uma das principais razões pelas
quais os cientistas estão interessados nesta lua, que é o destino da
próxima missão Dragonfly da NASA.
A equipe de Nixon foi capaz de identificar pequenas quantidades de C3H2
em Titã provavelmente porque eles estavam olhando para as camadas
superiores da atmosfera da lua, onde há menos outros gases para o C3H2
interagir. Os cientistas ainda não sabem porque o ciclopropenilideno
apareceria na atmosfera de Titã, mas em nenhuma outra atmosfera. “Titã é
único em nosso sistema solar”, disse Nixon. “Provou ser um tesouro de
novas moléculas.”
A maior das 62 luas de Saturno, Titã é um mundo
intrigante que, de certa forma, é o mais semelhante à Terra que
encontramos. Diferente de qualquer outra lua no sistema solar – existem
mais de 200 – Titã tem uma atmosfera densa que é quatro vezes mais densa
que a da Terra, além de nuvens, chuva, lagos e rios, e até mesmo um
oceano subterrâneo de água salgada.
A atmosfera de Titã é feita
principalmente de nitrogênio, como a da Terra, com uma pitada de metano.
Quando as moléculas de metano e nitrogênio se separam sob o brilho do
Sol, seus átomos componentes desencadeiam uma complexa teia de química
orgânica que cativou os cientistas e colocou esta lua no topo da lista
dos alvos mais importantes na busca da NASA pelo presente ou passado
vida no sistema solar.
“Estamos tentando descobrir se Titã é habitável”, disse Rosaly Lopes,
uma pesquisadora sênior e especialista em Titã do Laboratório de
Propulsão a Jato (JPL) da NASA em Pasadena, Califórnia. “Queremos saber
quais compostos da atmosfera chegam à superfície e, então, se esse
material pode passar da crosta de gelo para o oceano abaixo, porque
pensamos que o oceano é onde estão as condições habitáveis.”
Os tipos de moléculas que podem estar na superfície de Titã podem ser
os mesmos que formaram os blocos de construção da vida na Terra. No
início de sua história, 3,8 a 2,5 bilhões de anos atrás, quando o metano
enchia o ar da Terra em vez de oxigênio, as condições aqui poderiam ser
semelhantes às de Titã hoje, suspeitam os cientistas.
“Nós pensamos em Titã como um laboratório da vida real, onde podemos
ver uma química semelhante à da Terra antiga quando a vida estava
acontecendo aqui”, disse Melissa Trainer, astrobióloga Goddard da NASA.
“Estaremos procurando por moléculas maiores do que C3H2”, disse
Trainer, “mas precisamos saber o que está acontecendo na atmosfera para
entender as reações químicas que levam moléculas orgânicas complexas a
se formarem e choverem para a superfície.
Ciclopropenilideno é a única outra molécula “cíclica” ou de circuito
fechado, além do benzeno, que foi encontrada na atmosfera de Titã até
agora. Embora o C3H2 não seja conhecido por ser usado em reações
biológicas modernas, moléculas de loop fechado como ele são importantes
porque formam os anéis da estrutura principal para as nucleobases de
DNA, a estrutura química complexa que carrega o código genético da vida e
do RNA, outro composto crítico para as funções da vida…
Dado que é um achado raro, os cientistas estão tentando aprender mais
sobre o ciclopropenilideno e como ele pode interagir com gases na
atmosfera de Titã.
“É uma pequena molécula muito estranha, então não vai ser do tipo que
você aprende na química do ensino médio ou mesmo na graduação”, disse
Michael Malaska, um cientista planetário do JPL que trabalhou na
indústria farmacêutica antes de se apaixonar por Titã e mudar carreiras
para estudá-lo. “Aqui na Terra, não vai ser algo que você vai
encontrar.”
Mas, disse Malaska, encontrar moléculas como C3H2 é realmente
importante para ter uma visão geral de Titã: “Cada pequena peça e parte
que você pode descobrir pode ajudá-lo a montar o enorme quebra-cabeça de
todas as coisas que acontecem lá.”
A alga vermelha “Sphaerococcus coronopifolius” da costa de
Peniche possui compostos com atividade antitumoral que podem contribuir
para o desenvolvimento de novos fármacos ou potenciar o efeito de
fármacos de combate ao cancro já existentes, anunciaram hoje
investigadores.
“Conseguimos perceber que duas das sete moléculas estudadas conseguem
inibir o crescimento de esferas tumorais, pelo que prosseguimos com o
estudo para uma avaliação mais aprofundada até à possível descoberta de um potencial fármaco”, explicou à agência Lusa Celso, Alves, Investigador do MARE- Politécnico de Leiria que liderou a investigação.
Os compostos desta alga também “poderão ter potencial para serem utilizados em conjunto com as terapias atuais, potenciando o efeito dos fármacos” já existentes, acrescentou.
A equipa de investigadores, que integra biólogos, bioquímicos, químicos e farmacêuticos, estudou 27 macroalgas da costa de Peniche,
no distrito de Leiria, até conseguir “isolar os compostos responsáveis
pelo potencial antitumoral e perceber que tipo de ação induzem”, disse
Celso Alves.
A ‘Sphaerococcus coronopifolius’ revelou ser a alga
com maior potencial antitumoral quando testada em linhas celulares
humanas derivadas do cancro hepático e cancro colorretal.
Durante o projeto, com duração de quatro anos, os investigadores
conseguiram descobrir compostos que conseguem inibir o crescimento de
células tumorais, tendo isolado sete moléculas, das quais duas novas de
origem marinha eram desconhecidas dos cientistas.
O estudo, também da autoria de Eurico Serrano, Carlos Rodrigues,
Maria Alpoim (Universidade de Coimbra), Luís Botana (Universidade de
Santiago de Compostela), Susete Pinteus, Helena Gaspar, Joana Silva e
Rui Pedrosa (Politécnico de Leiria), foi publicado em abril na revista
científica “Biomedicine & Pharmacotherapy” e será apresentado na
terça-feira no Encontro de Ciência 2020.
O estudo integrou investigações mais amplas, que foram financiadas em
174 mil euros pela Fundação para a Ciência e Tecnologia
(“Red2Discovery”) e em dois milhões de euros pelo programa comunitário
Compete (“POINT4PAC”)
A primeira fase do trabalho foi concluída e os resultados obtidos
“abriram” novas oportunidades de investigação para continuar a avaliar e
a compreender o verdadeiro potencial terapêutico destes compostos nesta
área.
A equipa voltou a candidatar o projeto a novas fontes de financiamento, para continuarem a estudar, com o intuito de “validar o resultado em modelos mais complexos, usando vários tipos de células e tecidos tumorais para compreender o efetivo efeito antitumoral”.
Concepção artística da emissão de ondas de rádio do magnetar SGR1935+2154
O magnetar SGR 1935+2154, que em abril emitiu a primeira
explosão de rádio conhecida de dentro da Via Láctea, explodiu mais uma
vez.
A pequena estrela morta responsável pela primeira deteção de
explosões rápidas de rádio (FRBs) na Via Láctea explodiu novamente,
dando aos astrónomos mais dados para estudar este mistério cósmico.
Estes fenómenos, tão poderosos quanto centenas de milhões de sóis, duram
apenas alguns milissegundos e são muito difíceis de detetar.
Em abril, os astrónomos captaram
os sinais do magnetar SGR 1935+2154, que se localiza a apenas 30 mil
anos-luz da Terra. A explosão emitiu ondas de rádio muito brilhantes
durante alguns milissegundos e foi registada por observatórios de rádio
de todo o mundo.
No dia 8 de outubro, SGR 1935+2154 explodiu outra vez. O sinal foi detetado pelos cientistas do projeto CHIME/FRB no formato de três rajadas de rádio que duraram três segundos.
O radiotelescópio FAST observou um outro detalhe: uma emissão de rádio pulsada consistente com o período de rotação do magnetar.
“É muito emocionante ver o SGR 1935+2154 de volta e estou otimista de
que, ao estudarmos estas explosões com mais cuidado, vamos entender
melhor a potencial relação entre magnetares e explosões rápidas de
rádio”, disse a astrónoma Deborah Good, da Universidade da Colúmbia
Britânica, citada pelo Science Alert.
Ainda não há muitos detalhes sobre as três novas rajadas de rádio,
uma vez que os dados recolhidos pelos investigadores estão em fase de
análise. “Apesar de serem menos brilhantes do que a deteção de abril,
estas explosões ainda são muito brilhantes e poderiam ser vistas se
ocorressem numa outra galáxia”, adiantou Good.
Até agora só foram detetados 24 magnetares no Universo. De acordo com
os cientistas, este tipo de estrelas de neutrões pode gerar estes
sinais de rádio quando o equilíbrio entre o campo magnético e a atração
gravitacional leva a tremores super-fortes, seguidos depois por enormes flashes magnetares.
Se os dados recolhidos pelos cientistas foram comprovados, o magnetar SGR 1935+2154 será osextocom emissão de rádio pulsada, com uma frequência de pulso de 3,24781 segundos – quase o mesmo período de rotação da estrela.
Os astrónomos têm-se esforçado para encontrar um elo de ligação entre
magnetares e pulsares de rádio, um outro tipo de estrela de neutrões
com um campo magnético normal que pulsam em ondas de rádio quando giram.
SGR 1935+2154 pode ser um possível “elo perdido” entre estes dois tipos
de estrelas.
Um meteorito
que caiu em um lago congelado em 2018 contém milhares de compostos
orgânicos que se formaram há bilhões de anos e podem conter pistas sobre
a origem da vida na Terra.
O meteoro entrou na atmosfera da Terra em 16 de
janeiro de 2018, após uma longa jornada através do vácuo congelante do
espaço, iluminando os céus de Ontário, Canadá e o meio-oeste dos Estados
Unidos. O radar meteorológico rastreou a descida e o rompimento da
rocha espacial em chamas, ajudando os caçadores de meteoritos a
localizarem rapidamente fragmentos caídos no lago Strawberry em
Hamburgo, estado do Michigan.
Uma equipe internacional de pesquisadores examinou então
um pedaço do tamanho de uma noz do meteorito “enquanto ainda estava
fresco”, relataram cientistas em um novo estudo. Sua análise revelou
mais de 2.000 moléculas orgânicas que datam de quando nosso sistema
solar era jovem; compostos semelhantes podem ter semeado o surgimento de
vida microbiana em nosso planeta, relataram os autores do estudo.
A rápida recuperação do meteorito da
superfície congelada do lago evitou que a água líquida vazasse para as
rachaduras e contaminasse a amostra com esporos e micróbios terrestres.
Isso manteve o estado original da rocha espacial, permitindo que
especialistas avaliassem mais facilmente sua composição.
Na verdade, houve tão pouco intemperismo terrestre que o fragmento trazido ao Field Museum
de Chicago parecia ter sido coletado no espaço, disse a co-autora do
estudo Jennika Greer, doutoranda no Departamento de Ciências Geofísicas
da Universidade de Chicago, e aluna de graduação residente no The Field Museum.
Quando as rochas espaciais entram na atmosfera a
velocidades de vários quilômetros por segundo, o ar ao redor delas fica
ionizado. O calor extremo derrete até 90% do meteoro, e a rocha que
sobrevive à passagem atmosférica torna-se envolta em uma crosta de fusão
de vidro derretido com 1 milímetro de espessura, disse o principal
autor do estudo, Philipp Heck, curador de meteoritos no Field Museum e professor associado da Universidade de Chicago.
Esse fragmento
sobrevivente dentro da crosta vítrea é um registro imaculado da
geoquímica da rocha no espaço. E apesar de uma queda em chamas na Terra,
depois que as camadas externas vaporizadas são carregadas, meteoritos
rochosos como este são muito, muito frios quando pousam, disse Heck ao Live Science.
Ele disse:
Quase inalterado
A proporção de urânio do meteorito de Michigan (isótopos 238 e 235)
para o estado de decomposição do elemento como chumbo (isótopos 207 e
206) mostra aos cientistas que o asteroide pai se formou cerca de 4,5
bilhões de anos atrás. Por volta dessa época, a rocha passou por um
processo denominado metamorfismo térmico, pois foi submetida a
temperaturas de até 700 graus Celsius. Depois disso, a composição do
asteroide permaneceu praticamente inalterada nos últimos 3 bilhões de
anos.
Então, cerca de 12 milhões de anos atrás, um impacto quebrou o pedaço
de rocha que caiu recentemente em Michigan, de acordo com uma análise
da exposição do meteorito aos raios cósmicos no espaço, disse Heck ao Live Science.
Como o meteorito foi alterado tão pouco após seu aquecimento inicial
bilhões de anos atrás, ele foi classificado como H4: ‘H’ indica que é um
meteorito rochoso com alto teor de ferro, enquanto meteoritos do tipo 4
passaram por metamorfismo térmico suficiente para alterar sua
composição original. Apenas cerca de 4% dos meteoritos que caem na Terra
hoje caem na categoria H4.
Greer disse:
O meteorito continha 2.600 compostos orgânicos ou de carbono,
relataram os pesquisadores no estudo. Como o meteorito permaneceu
praticamente inalterado desde 4,5 bilhões de anos atrás, esses compostos
provavelmente são semelhantes aos que outros meteoritos trouxeram para
uma Terra jovem, alguns dos quais “podem ter sido incorporados à vida”,
disse Heck.
A transformação de compostos orgânicos extraterrestres na primeira
vida microbiana na Terra é “um grande passo” que ainda está envolto em
mistério, mas as evidências sugerem que os orgânicos são comuns em
meteoritos – mesmo em meteoritos metamorfoseados termicamente como
aquele que pousou em Michigan, ele adicionou. O bombardeio de meteoros
também foi mais frequente para uma Terra jovem do que é hoje, “portanto,
temos certeza de que a entrada de meteoritos no inventário orgânico da
Terra foi importante” para semear vida, disse Heck.
As descobertas foram publicadas online em 27 de outubro na revista Meteoritics & Planetary Science.
Um novo recife “maciço” de 500 metros foi descoberto na
Grande Barreira de Corais da Austrália, tornando-o mais alto do que
alguns dos arranha-céus mais altos do mundo.
Os cientistas encontraram o recife separado – o primeiro a ser
descoberto em mais de 120 anos – em águas ao largo de Queensland do
Norte, durante uma expedição a bordo do navio de investigação Falkor,
anunciou a organização de investigação oceânica Schmidt Ocean Institute esta segunda-feira.
O recife foi descoberto em 20 de outubro, quando os cientistas completaram um mapeamento subaquático do fundo do mar da Grande Barreira de Corais ao norte.
Com 500 metros de altura, é mais alto que o Empire State Building (381 metros), a Sydney Tower (305 metros) e as Petronas Twin Towers (451,9 metros).
Usando um robô subaquático chamado SuBastian, a equipa explorou o recife no domingo e transmitiu imagens ao vivo da exploração.
Especialistas dizem que a base do recife “semelhante a uma lâmina” mede 1,5 quilómetros de largura, subindo 500 metros até à sua profundidade mais rasa de 40 metros abaixo da superfície do oceano.
Existem sete outros recifes altos destacados na área, incluindo o recife na Ilha Raine – um local significativo de nidificação de tartarugas verdes.
Robin Beaman, que liderou a expedição, disse que
ficou “surpreeendido” com a descoberta. “Não apenas mapear o recife em
3D em detalhes, mas também ver visualmente esta descoberta com SuBastian
é incrível”, disse, em comunicado.
“Esta descoberta inesperada afirma que continuamos a encontrar estruturas desconhecidas e novas espécies no nosso oceano”, disse Wendy Schmidt, co-fundadora do Schmidt Ocean Institute.
“O estado do nosso conhecimento sobre o que está no oceano há muito tempo que é muito limitado.
Graças às novas tecnologias que funcionam como os nossos olhos, ouvidos
e mãos no fundo do oceano, temos a capacidade de explorar como nunca
antes. Novas paisagens oceânicas estão a abrir-sr para nós, revelando os
ecossistemas e as diversas formas de vida que partilham o planeta
connosco”.
A Grande Barreira de Corais, o maior recife de coral do mundo, cobre
quase 241 mil quilómetros quadrados e é o lar de mais de 1.500 espécies
de peixes, 411 espécies de corais duros e dezenas de outras espécies.
Porém, o recife está a enfretar uma crise. Estudos recentes mostraram que perdeu 50% das suas populações de corais nas últimas três décadas, sendo as mudanças climáticas um fator-chave para a perturbação do recife.
O Telescópio Espacial TESS
descobriu um planeta no qual podem existir oceanos. Além disso, o
exoplaneta gira em torno de uma estrela silenciosa, e isso se compara
favoravelmente com outros candidatos ao título de berço da vida
extraterrestre. Este é o primeiro, mas certamente não o último mundo
potencialmente habitado descoberto pelo Observatório TESS.
O telescópio espacial foi lançado em 2018. Sua tarefa é pesquisar exoplanetas, inclusive os semelhantes à Terra.
A TESS descobriu 17 planetas semelhantes à Terra orbitando 11 estrelas até agora, de acordo com um comunicado de imprensa para o novo estudo. Todas essas estrelas são anãs vermelhas, que são menores e mais frias que o Sol.
A equipe TESS dividiu quase todo o céu em setores, cada
um dos quais observado por 27 dias. No entanto, essas áreas se sobrepõem
parcialmente, de modo que algumas estrelas permanecem no campo de visão
do dispositivo por muito mais tempo.
A estrela TOI-700 (também conhecida como TIC 150428135) é
uma das “sortudas”. Graças a isso, os astrônomos descobriram até três
exoplanetas do tamanho da Terra.
O primeiro deles (TOI-700b) tem um raio
quase igual ao da Terra e gira em torno de seu sol em 10 dias
terrestres. O próximo planeta, TOI-700c, é muito maior do que seu
vizinho (2,7 vezes o raio da Terra). Ele faz uma revolução completa em
16 dias.
No entanto, o mais interessante de todos é o terceiro
exoplaneta do planeta TOI-700d. Seu raio é de 1,1 terrestre, e seu
período orbital é de 37 dias terrestres. É esta órbita em torno do frio
sol local que dá ao TOI-700d o “direito à vida”.
Segundo os cientistas, o planeta
recebe o equivalente a 86% do calor que vem para a Terra. Isso
significa que a temperatura neste corpo celeste permite a existência de
água líquida e, portanto, uma biosfera. De acordo com especialistas, o
exoplaneta está na zona habitável.
Três artigos científicos publicados no Astronomical Journal são dedicados ao mundo recém-descoberto.
O primeiro descreve a descoberta deste planeta usando o telescópio TESS.
A segunda publicação é dedicada à observação de um exoplaneta usando o
observatório infravermelho espacial Spitzer. O telescópio recebeu esses
dados em outubro de 2019 e janeiro de 2020, pouco antes do término de
sua missão.
Finalmente, os autores do terceiro artigo de pesquisa simularam o possível clima do TOI-700d.
Os pesquisadores examinaram duas dezenas de cenários que diferem uns
dos outros na composição da atmosfera do planeta, a quantidade de água
nela e outras características. A conclusão deles é otimista: um clima
adequado para a vida é obtido em uma gama bastante ampla de condições.
É importante que TOI-700, ao contrário da maioria das outras anãs
vermelhas, seja uma estrela calma, não sujeita a erupções catastróficas.
Ou seja, TOI-700d tem todas as chances de preservar a atmosfera e a
hidrosfera por bilhões de anos.
Claro, isto tudo não fica sem uma mosca na sopa. TOI-700 está a mais
de cem anos-luz da Terra. É muito longe para estudar diretamente a
atmosfera de um pequeno planeta como TOI-700d, mesmo com o futuro telescópio James Webb.
No entanto, as capacidades dos instrumentos astronômicos estão
crescendo rapidamente. Talvez em algumas décadas, os cientistas estudem
cuidadosamente o misterioso exoplaneta e (quem sabe?) encontrem nele
sinais da existência de vida.
Um astrônomo do Instituto de Astronomia
(IfA) da Universidade do Havaí revelou novas descobertas críticas
relacionadas a um grande asteroide que deverá passar muito perto da
Terra. Dave Tholen e colaboradores anunciaram a detecção da aceleração
de Yarkovsky no asteroide Apophis
que está próximo à Terra. Esta aceleração surge de uma força
extremamente fraca em um objeto devido à radiação térmica não uniforme.
Esta força é particularmente importante para o asteroide Apophis, pois
afeta a probabilidade de um impacto com a Terra em 2068.
Todos os asteroides precisam irradiar novamente o
calor da energia que absorvem da luz do Sol para manter o equilíbrio
térmico, um processo que altera ligeiramente a órbita do asteroide.
Antes da detecção da aceleração de Yarkovsky no Apophis, os astrônomos
concluíram que um impacto potencial com a Terra em 2068 era impossível. A
detecção desse efeito atuando no Apophis significa que o cenário de
impacto de 2068 ainda é uma possibilidade.
O Apophis é digno de nota por causa de sua trajetória
extremamente próxima da Terra na sexta-feira, 13 de abril de 2029,
quando a rocha espacial de 300 metros se tornará visível a olho nu ao
passar dentro do cinturão de satélites de comunicação que orbitam a
Terra.
Tholen, que tem rastreado com precisão o movimento do Apophis no céu desde que sua equipe o descobriu em 2004, informou:
Os cálculos da órbita foram realizados por Davide Farnocchia do Jet Propulsion Laboratory,
que é coautor do artigo apresentado no encontro virtual de 2020 da
Divisão de Ciências Planetárias da Sociedade Astronômica Americana.
Outras observações para refinar a amplitude do efeito
Yarkovksy e como ele afeta a órbita do Apophis estão em andamento. Os
astrônomos saberão bem antes de 2068 se há alguma chance de impacto.
"Evolução das capacidades integradas de aterragem segura e precisa"
(SPLICE na sigla em inglês) é o nome de um projeto divulgado pela NASA num comunicado na última quinta-feira (17), cujo objetivo é melhorar a segurança de pouso e prevenir acidentes.
Visando tornar um futuro pouso na Lua e depois em Marte menos
arriscados, a NASA construiu um sistema totalmente novo, misturando um
conjunto de sensores a laser, uma câmera, um computador de alta
velocidade e alguns algoritmos sofisticados. E, o mais importante, sem a
necessidade de um piloto humano.
De acordo com o gerente do projeto, Ron Sostaric: “O que estamos
construindo é um sistema completo de descida e pouso que funcionará em
futuras missões Artemis à Lua e pode ser adaptado para Marte. Nosso trabalho é colocar os componentes individuais juntos e garantir que funcione como um sistema funcional.”
Como funciona o SPLICE?
O SPLICE pretende garantir que as futuras espaçonaves consigam pousar
numa grande variedade de locais, evitando pedregulhos e crateras. O
sistema é capaz de identificar áreas-alvo seguras com apenas metade do
tamanho de um campo de futebol americano (110m x 49m). Para se ter uma
ideia da precisão dessas medidas, a área de pouso da Apollo 11 em 1968 era de 11x5... quilômetros!
O funcionamento do SPLICE tem início com uma varredura da superfície abaixo da nave com lasers.
Após captado o estado do solo, o sistema faz uma comparação com um
banco de dados de pontos de referência conhecidos, para descobrir
exatamente onde a nave se encontra.
O processamento e a identificação do local exato se completa quando a
nave está a cerca de quatro quilômetros acima da superfície-alvo,
fornecendo uma orientação segura para o pouso. A NASA espera que o
SPLICE já possa ser utilizado pela primeira mulher a pousar na Lua em
2024, como parte do programa Artemis.
A Greenpeace, uma organização ambiental internacional, avisou
através de um relatório que a água contaminada que poderá ser lançada
no mar pela usina nuclear de Fukushima contém carbono radioativo que
pode danificar o ADN humano.
De acordo com a Greenpeace, a água armazenada na usina contém uma enorme quantidade do isótopo radioativo carbono-14 e outros elementos perigosos, que têm “graves consequências a longo prazo” para a população, para o ambiente e para a indústria piscatória.
O relatório divulgado na passada sexta-feira, foi elaborado depois do grupo ambientalista conhecer as intenções do governo japonês em libertar a água,
usada para arrefecer os reatores da antiga central, no Oceano Pacífico,
uma vez que o espaço de armazenamento está a esgotar-se.
Segundo a organização, a água armazenada na fábrica de Fukushima pode conter até 63,6 gigabequerels –
unidade usada para determinar a atividade de um isótopo radioativo,
sendo que um bequerel corresponde a uma desintegração nuclear por
segundo.
Para além do isótopo radioativo trítio, a água contém o isótopo
radioativo carbono-14, considerado “o maior contribuinte para a dose
coletiva de radiação humana e tem o potencial de danificar o ADN humano”.
Shaun Burnie, autor do documento e principal
especialista nuclear do Greenpeace Alemanha, disse à CNN que “estes
materiais radioativos são perigosos durante milhares de anos e têm o
potencial de causar danos genéticos”.
O relatório foi já refutado pela Tokyo Eletric Power (Tepco), a empresa que opera a central. Ryounosuke Takanori, porta-voz da empresa, disse à CNN
em comunicado que a concentração de carbono-14 contido na água tratada
“é de cerca de 2 a 220 becquerels por litro, conforme medido nos tanques
de água”.
A empresa refere que “mesmo que a água seja continuamente bebida 2
litros por dia, a exposição anual é de cerca de 0,001 a 0,11
milisieverts — unidade usada para dar uma avaliação do impacto da
radiação ionizante sobre os seres humanos — , o que não é um nível que
afete a saúde“.
O representante da TEPCO avança que a empresa realizará um tratamento secundário “para satisfazer os padrões reguladores para descargas diferentes do trítio”, e os materiais radioativos, incluindo carbono-14, “serão reduzidos o máximo possível”.
O desastre na central de energia nuclear de Fukushima que ocorreu em
2011 danificou três reatores e a solução encontrada para que não
derretessem foi usar continuadamente água em tubos de arrefecimento. Uma
vez que ficava contaminada depois do seu uso, a água passava a ser armazenada em reservatórios.
O problema é que a cada dia que passa são armazenadas mais de 170 toneladas de água contaminada. Agora, com a lotação de espaço quase esgotada a pressão em torno do destino desta água tem vindo a aumentar.
Seis instituições financeiras norte-americanas são apontadas
como “cúmplices” da destruição ambiental na Amazónia brasileira, assim
como da violação dos direitos das comunidades indígenas da região,
segundo um relatório de organizações não-governamentais (ONG).
Um estudo elaborado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil
(Apib) e pela ONG Amazon Watch identificou as “conexões” entre as
corporações BlackRock, Citigroup, J.P. Morgan Chase, Vanguard, Bank of
America e Dimensional Fund Advisors e 11 empresas brasileiras associados
a conflitos ambientais e indígenas na floresta amazónia.
Os casos detalhados no relatório, intitulado “Cumplicidade na
destruição III: como corporações globais contribuem para violações de
direitos dos povos indígena da Amazónia brasileira”, baseiam-se em
“conflitos documentados”, explicou a Apib em comunicado.
O estudo expõe o financiamento de grandes corporações, fundos e acionistas
a 11 companhias estratégicas do Brasil: as empresas de mineração Vale,
Anglo American, Belo Sun e Potássio do Brasil; as gigantes da
agropecuária Cargill, JBS e Cosan/Raízen, e as empresas de energia
Energisa Mato Grosso, Bom Futuro Energia, Equatorial Energia Maranhão e
Eletronorte.
“Desvendar essa rede ajuda a mostrar como é problemática a ligação
entre empresas que atuam na Amazónia e líderes financeiros globais”,
indicou o relatório.
O documento destacou especialmente a atuação das seis entidades financeiras norte-americanas, que juntas contribuíram com mais de 18 mil milhões de dólares (15,2 mil milhões de euros) entre 2017 e 2020 para as companhias mencionadas.
“As investigações apontam que grandes empresas do setor financeiro,
como BlackRock, Vanguard e J.P. Morgan Chase, estão a usar o dinheiro
dos seus clientes para permitir ações hediondas de empresas vinculadas a violações de direitos indígenas e àdevastação da floresta Amazónia”, frisou o diretor de programas da Amazon Watch, Christian Poirier, citado em comunicado.
Apesar de muitas dessas corporações “terem feito promessas e
compromissos públicos com questões ambientais e sociais e, em alguns
casos, com direitos indígenas”, “continuam a investir num modelo de
negócios que apoia empresas que colecionam violações de direitos
ambientais”, denunciou o relatório.
Essa “cumplicidade do setor financeiro com a
destruição contraria os compromissos com o clima e os direitos humanos”
assumidos por algumas dessas empresas, assim como “expõe os seus
investidores a graves riscos e contribui para a crescente crise global
da biodiversidade e do clima”, afirmou Poirier.
O relatório foi produzido a partir da análise de processos judiciais
em andamento e de outros já encerrados na justiça brasileira,
complementados com dados de operações policiais e denúncias de
lideranças e entidades indígenas.
A partir da base de dados, o centro de investigações holandês
Profundo cruzou as informações para finalmente chegar às “cadeias
produtivas, compradores e investidores internacionais” que atuam como
acionistas e investidores das empresas brasileiras.
Os autores do relatório também denunciaram as ações do Presidente brasileiro,
Jair Bolsonaro, em questões ambientais e acusaram a sua retórica
“anti-ambiental e anti-indígena” de “contribuir ativamente” para o
agravamento da crise ambiental na região.
“Os mercados globais têm o poder de contribuir ou moderar a agenda
desastrosa de Bolsonaro para a Amazónia brasileira, permitindo ou
evitando a destruição da floresta tropical”, conclui o documento.
Em anúncio realizado no início da tarde desta segunda-feira (26), a NASA
revelou que, utilizando o Stratospheric Observatory for Infrared
Astronomy (SOFIA), detectou a presença de água distribuída em uma
cratera lunar exposta ao Sol, a Clavius. A descoberta pode auxiliar em
missões e também na procura pelo elemento em outros locais do Universo.
Devido ao baixo nível de gravidade existente no satélite natural da Terra, imaginava-se que, além da substância em estado sólido,
o astro não teria capacidade de reter moléculas isoladas ou mesmo
formas líquidas, que se espalhariam facilmente por áreas além dele. Tal
fato tornaria inviável a exploração do recurso, encontrado apenas em
regiões inóspitas.
Logo, apesar da pequena quantidade visualizada (uma concentração de
0,32 litro por metro cúbico) e da necessidade de análises aprofundadas
para a compreensão de sua composição exata e de sua estabilidade, existe
a esperança de que, no futuro, o espaço e o peso ocupados por estoques
do tipo que há em naves sejam substituídos por itens tão importantes
quanto ele.
NASA descobre água em novas partes da Lua.
Criando um novo itinerário
A água, em missões espaciais, é aplicada em diversas ocasiões,
inclusive na produção de oxigênio. Sendo assim, essas evidências
permitem o mapeamento dos locais de destino
de viagens e saber o quanto se pode economizar de carga em jornadas
extraterrestres, visto que definir de onde ela será extraída faz uma
diferença e tanto. Para aqueles que se perguntam sobre a existência de
vida na Lua, especialistas indicam que, devido ao ambiente, é improvável
que haja alguma, já que elementos adicionais seriam necessários – e a
radiação frearia qualquer desenvolvimento.
Por fim, os representantes da NASA ressaltaram que há muito trabalho a
ser feito, já que a quantidade de dados levantados não foi o suficiente
para utilizar a informação em objetivos de curto prazo. Exemplificando a
importância do estudo, explicaram que, quando viajamos, é importante
sabermos onde há postos de gasolina e se devemos utilizar o espaço no
porta-malas para armazenar combustível ou podemos adicionar mais alguns
livros. Nesse caso, foi dado o primeiro passo para a criação de novas
estratégias.
“Se pudermos usar os recursos da Lua, poderemos carregar menos água e
mais equipamentos para ajudar em novas descobertas científicas”, contou
Jacob Bleacher, cientista-chefe de exploração do Diretório de Missões
de Exploração e Operações Humanas da NASA.
“Não sabemos ainda se podemos usá-la como um recurso, mas aprender
sobre a água na Lua é a chave para nossos planos de exploração Artemis“, declarou a agência em seu perfil no Twitter.
Um vídeo divulgado no YouTube no início de outubro pelo Guinness World Record, o famoso “Livro dos Records“, apresentou a pessoa mais jovem a atingir a fusão nuclear no mundo. O norte-americano Jackson Oswalt, que completaria 13 anos algumas horas mais tarde, conseguiu o feito numa sala de jogos em sua casa.
No seu experimento doméstico, realizado na cidade de Memphis, no
Tenessee, o garoto Jackson conseguiu fundir dois átomos de deutério
(hidrogênio pesado) em um pequeno fusor que ele próprio construiu.
O fusor é um dispositivo que utiliza um campo elétrico para aquecer
íons a temperaturas extremas, capazes de facilitar a fusão nuclear. O
processo de construção de um mecanismo desse tipo pode ser bem
complicado, devido à quantidade de energia elétrica envolvida, bem como
uma temperatura absurdamente alta. Veja o vídeo:
Não faça isso em sua casa!
Para os jovens estudantes que estejam pensando em criar uma máquina
dessas em casa, é importante ressaltar que isso pode não ser uma boa
ideia. Além do grande castigo que o pai irá impor quando receber a
fatura da energia elétrica, existem inúmeros perigos envolvidos no
processo.
O próprio Jackson, após passar uns perrengues, explicou ao site IFL Science:
“Construir um fusor é um processo muito perigoso, principalmente por
causa da alta eletricidade que é usada no reator. Certos cuidados
precisam ser tomados, como usar luvas para se proteger”.
Embora os fusores nucleares sejam uma promessa de energia limpa para o
futuro, esse tipo de modelo construído não tem utilidade comercial pelo
seu pequeno porte. Um fusor típico, capaz de produzir o fluxo de
nêutrons necessário para suprir um reator de fusão real, demandaria uma
entrada de energia bem maior que a produzida, com a atual tecnologia.
O Presidente da Venezuela anunciou, este domingo, que o
Instituto Venezuelano de Investigações Científicas (IVIC) testou com
sucesso uma molécula, a DR10, que “anula 100%” o novo coronavírus.
“O IVIC testou uma molécula usada para tratar a hepatite C para
tratar a covid-19. Este estudo durou seis meses, resultando na
aniquilação de 100% do vírus. A Venezuela obteve um medicamento que anula 100% o coronavírus“, disse Nicolás Maduro à televisão estatal venezuelana.
Segundo o chefe de Estado, o “estudo foi certificado, com todos os
testes necessários” e nos próximos dias a Venezuela “procederá (…)
através da Organização Mundial de Saúde, para ratificar (homologar) os
resultados obtidos”.
O Presidente da Venezuela explicou ainda que se trata da molécula DR10, que foi totalmente isolada e “não tem nenhum tipo de toxicidade que afete moléculas saudáveis” ou cause efeitos colaterais.
Maduro mostrou-se confiante de que em breve a Venezuela começará “a produção em massa” graças a “alianças internacionais”.
Por outro lado, a ministra venezuelana de Ciência e Tecnologia,
Gabriela Jiménez, explicou que a investigação foi monitorizada “através
de células infetadas com o vírus (Sars-cov2 ou coronavírus), isolado, em
pacientes venezuelanos”.
A molécula DR10 é um derivado do ácido ursólico e os resultados foram
de “100% de inibição na replicação do vírus in vitro”, disse.
Na Venezuela estão oficialmente confirmados 89.565 casos de covid-19, que causaram 770 mortes, enquanto 84.720 pessoas recuperaram da doença.
O país está desde 13 de março em estado de alerta, o que permite ao
Executivo decretar “decisões drásticas” para combater a pandemia.
Depois de permitir durante uma semana uma “flexibilização ampla” da
quarentena preventiva da covid-19, que permitiu a abertura dos
estabelecimentos de comércio em geral, turismo e organismos públicos, o
acesso às praias do país, atividades e eventos ao ar livre, a Venezuela
regressa hoje a sete dias de estrita quarentena.
A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e
quase 42,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um
balanço feito pela agência francesa AFP.
Uma equipe de geólogos da Faculdade de Ciências Naturais e Matemática
da Universidade de Houston conseguiu reconstruir as imagens de uma placa tectônica há muito perdida no norte do Canadá, e que pode ter dado origem a um arco de vulcões no Oceano Pacífico há 60 milhões de anos.
Num comunicado à imprensa, divulgado na última terça-feira (20) no
site Phys.org, um dos autores do estudo, o professor de geologia Jonny
Wu, explicou que a existência da placa tectônica, chamada Ressurreição,
tem provocado acalorados debates entre os geólogos, pois há uma corrente
que afirma que esse pedaço de litosfera nunca existiu.
Os que acreditam na existência da Ressurreição afirmam que ela
subduziu, ou seja, moveu-se para o lado e para baixo no manto da Terra,
em algum lugar de uma margem do tipo Pacífico (ou ativa), que é o local
de convergência de placas tectônicas onde ocorre uma fossa oceânica.
Isso ocorreu há 40 ou 60 milhões de anos.
Como a pesquisa foi desenvolvida
Na descrição do estudo, publicado no Geological Society of America Bulletin, Wu e Spencer Fuston, um estudante de doutorado em geologia do terceiro ano, aplicaram uma técnica chamada slab unfolding, desenvolvida pelo UH Center for Tectonics and Tomography.
Para reconstruir como as placas tectônicas no Oceano Pacífico
pareciam durante o início da Era Cenozóica, os pesquisadores fizeram
imagens semelhantes a uma verdadeira tomografia computadorizada do interior da Terra, para conseguir observar os riscos vulcânicos, bem como os depósitos de minerais e hidrocarbonetos.
Levantando a placa tectônica
Embora seja consenso entre os geólogos que havia duas placas
tectônicas no Oceano Pacífico, a Kula e a Farallon, havia controvérsias
quanto à Ressurreição. Mas a nova reconstrução coloca a borda da placa
rochosa ao longo de uma linha de vulcões antigos conhecidos, sugerindo
que ela já fez parte da crosta terrestre onde atualmente fica o norte do
Canadá.
“Quando ‘levantada’ de volta à superfície da Terra e reconstruída, os
limites desta antiga placa tectônica da Ressurreição combinam bem com
os antigos cinturões vulcânicos no estado de Washington e no Alasca,
fornecendo uma ligação muito procurada entre o antigo Oceano Pacífico e o
registro geológico da América do Norte”, conclui Wu.
Uma equipa de investigadores descobriu um par de estrelas
bebé massivas rodeadas por vapor de água e sal de cozinha, de acordo com
um novo estudo.
As duas estrelas bebé têm uma massa combinada 25 vezes maior do que o
nosso Sol e são cercadas por um enorme reservatório de gás que pesa 10
mil sóis, bem como por moléculas como cianeto de metila, cloreto de
sódio e vapor de água quente.
“O cloreto de sódio é familiar para nós como sal de cozinha, mas não é uma molécula comum no Universo”, disse Kei Tanaka, do Observatório Astronómico Nacional do Japão, em comunicado.
“Esta foi apenas a segunda deteção de cloreto de sódio
em torno de estrelas jovens massivas. O primeiro exemplo foi em torno
da Fonte I de Orion KL, mas essa é uma fonte tão peculiar que não
tínhamos certeza se o sal é adequado para ver discos de gás em torno de
estrelas massivas. Os nossos resultados confirmaram que o sal é
realmente um bom marcador. Como as estrelas bebé ganham massa através de
discos, é importante estudar o movimento e as características dos
discos para entender como as estrelas bebé crescem”.
O sistema é conhecido como IRAS 16547-4247 e está localizado a 9.500 anos-luz da Terra na constelação de Escorpião.
Estrelas massivas costumam formar-se em pares, mas os investigadores acreditam que as duas foram forçadas a ficar juntas em vez de nascerem juntas. A evidência para esse cenário é vista no disco de material que envolve as estrelas, que gira numa direção diferente da do par.
“Encontramos um sinal provisório de que os discos estão a girar em direções opostas”, disse Yichen Zhang,
investigador da RIKEN. “A rotação contrária dos discos pode indicar que
essas duas estrelas não são gémeas reais, mas um par de estranhos que
se formaram em nuvens separadas e emparelhados posteriormente.”
As deteções foram possíveis graças ao Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA).
Há milhares de milhões de anos, muito antes de existir
oxigénio em quantidades abundantes na Terra, um dos mais famosos venenos
existentes – o arsénico – poderá ter sido o composto que fez a vida
respirar no nosso planeta.
Uma equipa de cientistas estudou uma faixa roxa de micróbios
fotossintéticos no deserto do Atacama, no Chile, mais especificamente
num lugar conhecido como La Brava. O oxigénio é completamente ausente
neste lago hipersalino.
“Trabalho com tapetes microbianos há cerca de 35 anos. Este é o único sistema na Terra onde pude encontrar um tapete microbiano
que prevaleceu na ausência de oxigénio”, disse o geocientista Pieter
Visscher, da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, citado
pelo Science Alert.
Os tapetes microbianos, que se fossilizam em estromatólitos, são
abundantes há pelo menos 3,5 mil milhões de anos, sendo que durante os
primeiros mil milhões de anos da sua existência não havia oxigénio
disponível para a fotossíntese. Os cientistas não sabem como é que estas
formas de vida sobreviveram nestas condições extremas, mas, analisando
os estromatólitos e extremófilos de hoje, deparam-se com várias
possibilidades.
O ferro, o enxofre e o hidrogénio foram propostos como possíveis
substitutos do oxigénio, mas a descoberta da “arsenotrofia” nos lagos
hipersalinos Searles e Mono da Califórnia fez com que o arsénico
também se tornasse num bom candidato. Aliás, ao contrário do ferro e do
enxofre, o arsénico já foi um modo válido de fotossíntese no período
Pré-Cambriano.
As formas de vida de La Brava assemelham-se a uma bactéria roxa de enxofre chamada Ectothiorhodospira sp.,
que foi recentemente encontrada num lago rico em arsénico no Nevada,
nos Estados Unidos. Esta forma de vida faz a fotossíntese oxidando o
composto de arsenito para produzir uma forma diferente: o arseniato.
Os investigadores precisam de mais pesquisas para comprovar que os
micróbios de La Brava também também metabolizam arsenito, mas os
cientistas descobriram que a água corrente ao redor dessas esteiras está
carregada de sulfeto de hidrogénio e arsénico.
Se os micróbios da Laguna La Brava estiverem a “respirar” arsénico,
estas formas de vida seriam as primeiras conhecidas a fazê-lo num tapete
microbiano permanente e completamente ausente de oxigénio. O artigo
científico com os resultados da investigação foi recentemente publicado na Communications Earth and Environment.
Uma equipa de cientistas, liderada pelas Universidades de
Northumbria e St. Andrews, em cooperação com a NASA, descobriu um novo
tipo de atividade dentro da atmosfera do Sol que poderia explicar como é
que a nossa estrela atinge temperaturas de mais de um milhão de graus.
A coroa solar, a parte mais externa da atmosfera do Sol, é centenas de vezes mais quente do que a superfície. Um novo estudo, publicado na Nature Astronomy, encontrou, pela primeira vez, provas diretas de que a reconexão das linhas de campo magnético dentro da coroa resulta em rajadas de energia, que podem explicar a sua alta temperatura.
A superfície da estrela é coberta por campos magnéticos cheios de partículas carregadas que formam laços coronais. Segundo o EurekAlert, estes laços conectam-se à superfície do Sol e mantêm as linhas magnéticas constantemente carregadas de energia.
Por vezes, estas linhas do campo magnético entrelaçam-se,
separando-se de seguida e encaixando numa espécie de configuração de
linhas lisas – este processo é conhecido como reconexão magnética e, quando acontece, ocorre uma súbita nanoexplosão de energia.
De acordo com os cientistas, um gás aquecido move-se muito
rapidamente entre as duas linhas e cria nanojatos. A equipa conseguiu,
pela primeira vez, detetar os nanojatos ao lado de nanoexplosões durante
um evento de aquecimento da coroa solar, identificando diretamente a reconexão magnética como mecanismo de aquecimento.
O processo pode desencadear outro semelhante, dando início a um efeito dominó que resulta numa série de nanojatos na coroa solar.
Os investigadores utilizaram dados e imagens de alta resolução da
sonda IRIS, da NASA. Graças às imagens, a equipa identificou e analisou
uma tempestade de nanojatos e o impacto que esta teve na temperatura da
coroa.
Um estudo recente publicado no periódico Astrophysical Journal Letters e
desenvolvido por cientistas da Universidade de Durham, no Reino Unido,
mostra que a Terra pode ter perdido de 10% a 60% de sua atmosfera na colisão espacial que teria dado origem à Lua. Mais de 300 simulações foram realizadas em supercomputadores para
que se chegasse à hipótese, exibindo as consequências de diferentes
impactos entre corpos rochosos sobre suas camadas de gases.
De acordo com os pesquisadores, dependendo do tipo do choque, é
possível também que um dos objetos nesse tipo de situação acabe
ganhando atmosfera,
principalmente se o encontro for lento e envolver planetas jovens (e ao
menos um deles tiver camadas “sobrando”). O modelo tem potencial de dar
pistas sobre o surgimento de nosso satélite natural, além de auxiliar
análises relacionadas a outros eventos astronômicos.
Diferentes efeitos sobre a atmosfera ocorrem em diferentes colisões.
Jacob Kegerreis, do Instituto de Cosmologia Computacional e líder do
projeto, explica a importância da descoberta: “Cientistas trabalham duro
para desvendar o quebra-cabeça sobre como a Lua se formou e as outras consequências de uma colisão gigante com
a Terra primitiva. Executamos centenas de cenários para muitos planetas
em choque, mostrando os impactos e efeitos variáveis na atmosfera de um
planeta dependendo de uma série de fatores, como ângulo, velocidade e
tamanho dos objetos”.
“Embora essas simulações não nos digam exatamente como a Lua surgiu,
os efeitos na atmosfera terrestre podem ser usados para delimitar as
diferentes maneiras como o satélite teria sido formado e nos deixar mais
perto de compreender a origem de nosso vizinho celestial mais próximo”.
Efeito borboleta
Acredita-se que o Lua tenha “nascido” há 4,5 bilhões de anos, após um choque entre a Terra primitiva e um gigante chamado Téa,
do tamanho de Marte. Com a novidade de Kegerreis e sua equipe, foi
possível descobrir que os efeitos sobre a atmosfera dos corpos espaciais
dependem diretamente dos detalhes considerados, assim como as mudanças
dos objetos em si, que podem ser completamente destruídos no processo.
“Esse grande conjunto de simulações planetárias também lança luz sobre o papel dos impactos na evolução de exoplanetas semelhantes à Terra“, finaliza Luis Teodoro, da Escola de Física e Astronomia da Universidade de Glasgow, coautor da pesquisa, ao Phys.org.