Há um exoplaneta muito semelhante à Terra a orbitar uma estrela na sua
zona de habitabilidade a 40 anos-luz de nós. Pode conter vida. Um
português esteve envolvido na descoberta.
Foi descoberto um exoplaneta rochoso que orbita uma estrela anã
vermelha na sua zona de habitabilidade, podendo estar sujeito a níveis
de radiação que permitem a existem de água em estado líquido à
superfície. Este planeta, a menos de 40 anos-luz de distância, é uma
“excelente candidata” para a procura de sinais de vida, explica a equipa
do Instituto de Astrofísica e Ciências do Espaço responsável pela
descoberta. O português, Nuno Cardoso Santos, é astrofísico da
Universidade do Porto e fez parte da equipa internacional.
LHS
1140b, o exoplaneta encontrado a orbitar a estrela LHS 1140, foi
detetado pelo observatório MEarth5 através do método dos trânsitos, que
mede a diminuição da luz que nos chega de uma estrela à passagem de
outro corpo celeste. Quanto maior for a diminuição dessa luz, maior será
o diâmetro desse corpo celeste e mais fácil será entender se é um
exoplaneta ou não. Juntando este dado a outros recolhidos através do
método das velocidades radiais, os cientistas conseguiram calcular a
densidade de LHS 1140b e descobrir que é uma super-Terra: é maior que o
nosso planeta, mas as suas características físicas serão semelhantes.
Sabe-se que o planeta tem um diâmetro de quase 18 mil quilómetros (cerca
de 1,4 vezes o da Terra) e uma massa 6,6 vezes maior do que a do nosso
planeta. A sua densidade é superior à da Terra, o que sugere que tenha
também um núcleo de Ferro.
LHS 1140b orbita a sua estrela dez vezes mais próximo que a
Terra orbita o Sol. Um ano neste exoplaneta correspondem a apenas 25
dias na Terra. Esta proximidade não representa, no entanto, um
impedimento à vida na superfície do planeta: a anã vermelha é mais fria e
mais pequena que o Sol, por isso LHS 1140b só recebe cerca de metade da
energia que a Terra recebe da nossa estrela. Se estivesse mais longe e
houvesse água à superfície, ela congelaria; mas se estivesse mais perto,
ela evaporaria. A esta distância, a água que possa existir à superfície
pode permanecer em estado líquido e permitir o desenvolvimento de vida
no planeta.
Essa água pode ser testemunho de um longo processo
geológico em LHS 1140b: dados científicos indicam que pode ter havido um
oceano de magma na superfície do planeta há milhões de anos que
libertou vapor de água para a atmosfera. Essa água pode ter passado ao
estado líquido depois do planeta arrefecer, tornando-o potencialmente
habitável. Todo este processo deve ter começado há pelo menos 5 mil
milhões de anos, a idade estimada do planeta. Informações mais precisas
podem ser recolhidas quando o Telescópio Espacial Hubble começar as
observações ao planeta e descobrir a quantidade de radiação que atinge o
LHS 1140b.
Fonte: http://observador.pt/2017/04/19/descoberta-super-terra-onde-pode-haver-vida-para-la-do-sistema-solar/
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