Lonnie Thomson, professor de Ciências da Terra da
Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, acredita que o gelo dos
glaciares de todo o mundo possa também estar a registar os efeitos da
pandemia de covid-19.
Em comunicado,
o professor universitário recorda que este gelo, que esteve sem ser
perturbado durante anos, mostra algumas mudanças das sociedades ao longo
da história e “é provável” que registe também o impacto da covid-19
para gerações futuras.
A forma como a pandemia está a afetar as sociedades de todo o mundo
está ainda a desenvolver-se mas o gelo que se acumula nos campos de alta
altitude, como na Gronelândia, está quase de certeza a recolher evidências físicas, químicas e biológicas do momento que atravessamos, sustenta Lonnie Thomson.
“Estes registos serão trancados e preservados no gelo (…) E isto
significa que daqui a 100 ou 200 anos este gelo mostrará tudo o que está
a acontecer na atmosfera agora e informará as gerações futuras sobre o
que está a acontecer”, explicou.
Os cientistas já concluíram que ocorreu uma drástica redução de emissões
para a atmosfera causada pela paralisação das indústrias um pouco por
todo o mundo durante os períodos de quarentena, tal como recorda a
agência noticiosa espanhola Europa Press.
O gelo dos glaciares está a registar e a preservar estes dados, segundo o especialista.
Na mesma nota de imprensa, Thomson recorda que núcleos de gelo
recolhidos em diferentes partes do mundo mostram mudanças semelhantes ao
mesmo tempo.
Por exemplo, o gelo do Huascarán no Peru e o gelo do planalto tibetano dos Himalaias, bem como o gelo Kilimanjaro, em África, todos mostram evidências de uma seca
há cerca de 4.200 anos, registando a uma enorme distância a mesma
assinatura de níveis de poeira, bem como de produtos químicos e
isótopos.
Os núcleos de gelo também mostram que a Peste, vulgarmente conhecida
como Peste Negra devido à sua elevada taxa de mortalidade, é, até agora,
a mais mortal pandemia registada na história da Humanidade. Aconteceu
em meados dos anos 1300.
A pandemia do novo coronavírus já matou pelo menos 282.447 pessoas e infetou mais de 4,1 milhões em todo o mundo desde dezembro, segundo um balanço da agência AFP.
De acordo com os dados recolhidos pela agência noticiosa francesa, já
morreram pelo menos 282.447 pessoas e há mais de 4.117.740 infetados em
195 países e territórios desde o início da epidemia, em dezembro de
2019 na cidade chinesa de Wuhan.
https://zap.aeiou.pt/provavel-gelo-dos-glaciares-registe-impacto-da-covid-19-323799
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