A poeira lunar pode ser um grande problema para os próximos exploradores
espaciais, uma vez que é abrasiva e está por todo o lado. Vários países
estudam já os efeitos que o pó lunar poderá desencadear nos
astronautas.
Numa altura em que cada vez mais potências mundiais mostram interesse em
voltar a explorar o satélite natural da Terra, o portal Space.com noticia esta semana que a poeira lunar pode ser uma pedra no sapato dos futuros astronautas.
John Cain, especialista britânico em riscos da exploração lunar e
consultor de saúde de astronautas, alerta para este perigo, considerando
que é fulcral conhecer melhor a poeira lunar antes de levar a cabo
novas missões à Lua.
“É essencial conhecer a natureza da poeira lunar, compreender os seus
efeitos sobre o corpo [dos exploradores espaciais], bem como identificar
as rotas de exposição e desenvolver meios para reduzir a exposição”,
disse, em declarações ao mesmo portal.
Buzz Aldrin, da Apollo 11, parece confirmar as preocupações de John
Cain: “Quanto mais tempo passas Lua, mais coberto ficas de poeira lunar
do capacete às botas”, recordou o astronauta após a missão, observando
ainda que a poeira da Lua cheirava a “carvão queimado” ou “a alguma
coisa semelhante às cinzas de uma lareira”.
Também o comandante da Apollo 17, Gene Cernan, revelou durante um
interrogatório técnico após a missão reservas relacionadas com a poeira
da Lua. “Acho que a poeira é, provavelmente, um dos nossos maiores
inibidores para uma operação nominal na Lua. Acredito que podemos
superar outros problemas fisiológicos, físicos ou mecânicos, exceto a
poeira da Lua”, afirmou o astronauta.
“Febre do feno extraterrestre”
Durante a Apollo 17, o astronauta Harrison Hagan “Jack” Schmitt registou
o primeiro caso de uma reação à poeira lunar que ficou conhecida como
“febre do feno extraterrestre”. Depois de exposto ao pó da Lua, as suas
placas de cartilagem das paredes nasais incharam significativamente.
“Aconteceu bem rápido”, disse, na época.
Tendo em conta os episódios do passado e o que já se sabe sobre a Lua,
John Cain reitera que é preciso conhecer melhor a poeira lunar antes de
iniciar qualquer nova missão. No futuro, vaticina ainda o especialista, a
criação de assentamentos lunares incluirá a necessidade de se
desenvolver legislação sobre saúde e segurança para garantir o bem-estar
e a segurança de exploradores.
O regolito lunar – a rocha fragmentada que está sobre a superfície da
Lua – pode conter sílica (dióxido de silício), óxido de ferro e óxido de
cálcio. A sílica, recorde-se, é altamente tóxica. Na Terra, este
composto é responsável por causar graves doenças pulmonares.
Atualmente, Reino Unido, Estados Unidos, China, Rússia, Índia e União
Europeia estão a levar a cabo estudos para perceber se a poeira lunar
poderá causar doenças pulmonares aos astronautas, bem como para
encontrar estratégias para diminuir a exposição.
Fonte: http://ufosonline.blogspot.com/
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