Um novo estudo mostra que a Cidade do México, a metrópole mais populosa da América do Norte, afundou tanto que será impossível salvá-la.
Depois de séculos de drenagem dos aquíferos subterrâneos, o leito do lago no qual fica a Cidade do México está a ficar cada vez mais seco, fazendo com que as camadas de argila se comprimam e se quebrem a uma velocidade praticamente impossível de a impedir, conta o site Science Alert.
Apesar de pôr um ponto final na perfuração de águas subterrâneas nos anos 50, 115 anos de dados de nivelamento e 24 anos de dados GPS descobriram que a cidade continua a cair aproximadamente à mesma velocidade.
Na área nordeste – uma zona que ainda não se encontra urbanizada –, os investigadores descobriram que o terreno está a deprimir a uma taxa de até 50 centímetros por ano.
“Mesmo que os níveis de água aumentem, não há esperança de recuperar a grande maioria da elevação perdida e da capacidade de armazenamento perdida do aquífero”, escreveram os cientistas no estudo publicado, a 30 de março, na revista científica JGR Solid Earth.
Os investigadores estimam que as placas de argila sob a Cidade do México podem comprimir-se em 30% e, embora isso não vá acontecer nos próximos 150 anos ou mais, pouco se pode fazer para o impedir.
Atualmente, as placas de argila superiores já estão 17% compactadas e os autores do estudo afirmam que estas mudanças são “quase totalmente irreversíveis”.
É claro que nem todas as partes da cidade estão a afundar na mesma proporção. Algumas já se afundaram abaixo do leito original do lago, enquanto outras permanecem num terreno um pouco mais alto.
E embora essa falta de uniformidade até possa parecer uma boa notícia, a verdade é que acaba por levar a um maior risco de fraturas superficiais, o que pode danificar as infraestruturas e contaminar o abastecimento de água.
As chuvas e a água da nascente a escorrer pelas montanhas à volta da Cidade do México deixaram-na especialmente sujeita a inundações. À medida que a argila por baixo de si afunda e racha, os cientistas temem que este forte fluxo descendente de água acabe por se infiltrar nas águas subterrâneas, introduzindo poluentes.
Atualmente, 70% da água potável da cidade vem de poços de extração de água subterrânea, que continuam a esgotar os aquíferos da região. Se também essa água for contaminada, acabará por levar a “uma crise de poluição da água”, dizem os autores do estudo.
https://zap.aeiou.pt/cidade-mexico-afundar-ritmo-incontrolavel-401407
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