O Experimental Advanced Superconducting Tokamak (EAST) atingiu a temperatura plasmática de 120 milhões de graus Celsius durante 101 segundos e 160 milhões de graus Celsius durante 20 segundos em maio de 2021, estabelecendo o recorde.
Na passada quinta-feira, somou mais uma conquista: conseguiu manter a alta temperatura do plasma, de 70 milhões de graus Celsius, durante 1056 segundos (17 minutos e 36 segundos).
Estas temperaturas são superiores às encontradas na camada externa visível do Sol, que atinge 6.000°C. Já no núcleo, onde é produzida a energia solar, as temperaturas podem chegar aos 15 milhões de graus Celsius.
“A recente operação estabelece uma base científica e experimental sólida para o funcionamento de um reator de fusão nuclear”, reagiu Gong Xianzu, investigador do Instituto de Física do Plasma da Academia Chinesa de Ciências, citado pelo South China Morning Post.
Gong foi o responsável pela experiência no EAST, localizado no Instituto Hefei de Ciências Físicas da Academia, na província de Anhui.
A instalação mereceu o nome de “Sol artificial” por imitar a reação de fusão nuclear que alimenta a nossa estrela, que utiliza hidrogénio e gases de deutério como combustível.
A energia de fusão é considerada a “energia suprema” para um futuro energético neutro em carbono, uma vez que o hidrogénio e os gases de deutério são abundantes, limpos e têm o mínimo de produtos residuais.
Assim que os investigadores conseguirem dominar a tecnologia, a fusão nuclear terá o poder de fornecer energia limpa quase ilimitada e a custos notavelmente baixos.
EAST é um dos três principais tokamaks em funcionamento na China. O reator de fusão tokamak HL-2M está localizado em Chengdu, no sudoeste do país, e o terceiro na cidade de Wuhan.
https://zap.aeiou.pt/sol-artificial-china-bateu-mais-um-recorde-454995
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