A NASA levou a cabo uma série de experiência
com fogo na Estação Espacial Internacional (ISS). O objetivo é estudar o
comportamento do fogo em gravidade zero. Segundo os resultados, as
chamas podem ser mais perigosas no espaço que no ambiente terrestre.
O fogo na Lua pode ainda ter outros comportamentos diferentes do que se conhece na Terra e na ISS.
NASA aprende sobre o comportamento do fogo no espaço
Brincar com o fogo é considerado perigoso, especialmente a bordo de um laboratório que orbita a cerca de 402 km
sobre a Terra. No entanto, os astronautas da Estação Espacial
Internacional da NASA iniciaram agora deliberadamente uma série de
incêndios para um novo estudo sobre o comportamento do fogo em gravidade
zero.
A experiência, chamada Combustão Confinada, pretende melhorar a
segurança em relação ao fogo na Estação Espacial Internacional e nas
futuras missões tripuladas à Lua. Nesse sentido, a investigação vai
ajudar a prever como os incêndios podem alastrar em baixa gravidade.
Um dos principais objetivos desta ação é perceber o comportamento da
combustão num cenário muito particular permitindo melhorar a seleção de
materiais e estratégias de segurança contra incêndios. Este é um assunto
que desde há vários anos é tratado com alta importância.
Combater o fogo com materiais resistentes
A gravidade normalmente puxa ar mais frio e mais denso para a base da
chama, deslocando o ar quente, que se eleva. Assim, este processo
alimenta o oxigénio fresco para o fogo e o fluxo ascendente do ar quente
dá à chama a sua forma característica de lágrima. No entanto,
em gravidade zero, as chamas podem ser esféricas, ou podem ser alongadas
por fluxos externos de ar.
Embora as experiências da semana passada não tenham sido as primeiras
vezes que os objetos foram incinerados dentro do laboratório espacial
em órbita, mas é a primeira vez que o processo foi estudado em detalhes.
A remoção da gravidade elimina a convecção natural; o ar quente não está a subir porque não há “subir”.
Referiu Paul Ferkul, responsável da Universities Space Research Association, entidade parceira no projeto.
A experiência, que começou na véspera de Natal, utiliza um ventilador
que sopra ar através da caixa para fornecer oxigénio. Posteriormente,
combustíveis de algodão, fibra de vidro e plástico acrílico são testados
para ver como diferentes fluxos de ar e tamanhos de caixa alteram as
taxas de combustão.
Tendo em conta o sítio onde estão a ser levados a cabo os testes, os
fogos são acesos dentro de uma caixa, que está dentro de outra caixa,
para garantir a segurança. Como resultado, nas 15 experiências
realizadas até agora, a chama ardeu entre um e 22 minutos.
Testes deixaram cientistas da NASA satisfeitos
As experiências que foram feitas na Estação Espacial Internacional
deixaram os cientistas satisfeitos. Apesar da distância, na Terra era
monitorizada a experiência enquanto estas estavam a decorrer sob o
controlo dos astronautas no espaço.
Trabalhos anteriores da mesma equipa revelaram como, ao contrário das
expectativas, alguns materiais seriam mais inflamáveis na Lua, devido à
menor flutuabilidade. Isto porque, para alguns materiais, o fluxo de
convecção é suficientemente rápido para extinguir a chama na Terra. No
entanto, quando transferido para a Lua, o fluxo pode espalhar-se
suficientemente rápido para absorver oxigénio fresco, mas não tão rápido
que o fogo se apague.
As experiências são projetados para fornecer melhores previsões de
como diferentes materiais se comportam em ambientes de baixa gravidade.
Viver na Lua é um ambiente diferente da Estação Espacial e da Terra, e os fogos comportar-se-ão de forma diferente lá.
Referiu Ferkul.
Assim, há razões para acreditar que os incêndios podem ser mais perigosos na Lua do que na Terra.
Fonte: https://pplware.sapo.pt/ciencia/nasa-experiencias-mostram-que-o-fogo-no-espaco-e-mais-perigoso-que-na-terra/
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