As crianças com autismo têm várias capacidades, mas caracterizam-se
por alguns condicionamentos nomeadamente na comunicação, contacto ocular
e flexibilidade para lidar com situações novas.
Mas, através da Realidade Virtual, há uma nova forma de crianças autistas enfrentarem situações novas e adversas.
O autismo é uma condição que afeta sobretudo a área da comunicação,
interação e comportamento. No que respeita ao quotidiano, os autistas
tendem a ser rígidos, privilegiam rotinas e ações repetitivas.
Dessa forma, todas as situações novas, não expectáveis e as quais os
autistas nunca ou raramente enfrentam, provocam stress, ansiedade e
frustração.
Realidade Virtual leva crianças com autismo a enfrentar situações novas
Uma escola especializada em Autismo, encontra-se a experimentar uma
nova e moderna abordagem na intervenção com crianças autistas.
A Prior’s Court,
localizada em Berkshire na Inglaterra, está a utilizar equipamentos de
Realidade Virtual para ajudar crianças com autismo a conseguirem
enfrentar situações novas.
O objetivo principal é dar à criança oportunidade de aprender a saber
lidar com ações que não fazem, para já, parte das suas rotinas, mas que
é provável que surjam ao longo da vida.
A nova metodologia também pretende ser uma forma de relaxamento nos alunos, através de experiências sensoriais.
Por outro lado, a equipa da clínica também espera que a abordagem
ajude as crianças na adaptação ao mundo real e a vivenciarem novas
experiências como, por exemplo, esquiar e mergulhar, ir ao centro
comercial, entrar numa aeronave, etc, sem sair do conforto da sala de
aula.
Em entrevista à Reuters, Nuno Guerreiro, professor de computação na Prior’s Court, afirma que:
Os nossos jovens têm dificuldades com questões sensoriais, de modo que podem achar assustador ir a lugares cheios de pessoas ou fazer a transição para um novo lugar.
Eles gostam do que é familiar, da rotina. Portanto, os dispositivos de realidade virtual permitem vivenciar novas realidades e, provavelmente, ajudam a fazer a transição quando precisarem enfrentar um novo lugar.
A escola tem a seu cargo 95 jovens com autismo severo, em que muitos são incapazes de comunicar as suas necessidades.
A escola também investe na recolha de dados para intervir com autistas
Para além da Realidade Virtual, a Prior’s Court está ainda a testar um novo sistema de recolha de dados, o Prior Insight.
Este sistema irá reunir uma imagem detalhada de cada jovem, composta
por várias informações como, por exemplo, o que comeram, quanto
exercício fizeram, como se estão a comportar, etc.
Elaine Hudgell, gestor do projeto adianta que:
Essas informações analisam incidentes, convulsões, ingestão de alimentos e bebidas, consumo de produtos de higiene, cuidados pessoais, quaisquer atividades que eles tenham realizado e ainda dados sobre o sono.
Esperamos não apenas aumentar o nosso conhecimento e consciencialização sobre o mundo dos jovens com autismo na Prior’s Court, mas também esperamos poder partilhar isso com o mundo do autismo em geral.
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