quarta-feira, 21 de abril de 2021

Pas de Deux cósmico - NASA mostra dois buracos negros a distorcer a luz à sua volta !

A NASA publicou um vídeo em que mostra um par de buracos negros com milhões de vezes a massa do Sol que executam um pas de deux hipnótico.

A visualização da NASA mostra como os buracos negros distorcem e redirecionam a luz que emana do redemoinho de gás quente – chamado de disco de acreção – que envolve cada um deles durante a sua órbita “dançante”.

Visto de perto do plano orbital, cada disco de acreção assume uma aparência de curvatura dupla característica. Contudo, à medida que um passa à frente do outro, a gravidade do buraco negro em primeiro plano transforma o seu parceiro numa sequência de arcos que muda rapidamente.

Essas distorções aparecem à medida que a luz de ambos os discos navega pelo tecido emaranhado do espaço-tempo perto dos buracos negros.

“Estamos a ver dois buracos negros supermassivos, um maior com 200 milhões de massas solares e um companheiro mais pequeno, pesando metade”, disse Jeremy Schnittman, astrofísico do Goddard Space Flight Center da NASA, em comunicado. “Estes são os tipos de sistemas binários de buracos negros em que achamos que ambos os membros poderiam manter discos de acreção com duração de milhões de anos.”

Os discos de acreção têm cores diferentes – vermelho e azul – para facilitar o rastreamento das fontes de luz, mas a escolha também reflete a realidade.

O gás mais quente emite luz perto da extremidade azul do espectro e o material a orbitar buracos negros mais pequenos sofre efeitos gravitacionais mais fortes que produzem temperaturas mais altas. Para essas massas, ambos os discos de acreção iriam emitir a maior parte da sua luz ultravioleta, com o disco azul a atingir uma temperatura ligeiramente mais alta.

Vistos quase lateralmente, os discos de acréscimo parecem visivelmente mais brilhantes de um lado. A distorção gravitacional altera os caminhos da luz que vêm de diferentes partes dos discos, produzindo a imagem distorcida.

O rápido movimento do gás perto do buraco negro modifica a luminosidade do disco através de um fenómeno chamado Doppler boosting – um efeito da teoria da relatividade de Einstein que ilumina o lado a girar em direção ao observador e escurece o lado que se afasta.

A visualização também mostra um fenómeno mais subtil denominado “aberração relativística”. Os buracos negros parecem mais pequenos à medida que se aproximam do visualizador e maiores quando se afastam.

Estes efeitos desaparecem ao visualizar o sistema de cima – mas surgem novos. Ambos os buracos negros produzem pequenas imagens dos seus parceiros que circulam em torno deles a cada órbita.

Para produzir estas imagens, a luz dos buracos negros deve ser redirecionada em 90 graus, o que significa que estamos a observar os buracos negros de duas perspetivas diferentes – de frente e de lado – ao mesmo tempo.

“Um aspeto impressionante desta nova visualização é a natureza auto-similar das imagens produzidas por lentes gravitacionais”, explicou Schnittman. “A aproximação em cada buraco negro revela imagens múltiplas e cada vez mais distorcidas do seu parceiro.”

Esta visualização foi feita através o caminho percorrido pelos raios de luz dos discos de acreção à medida que avançavam no espaço-tempo deformado em torno dos buracos negros. Num computador moderno, os cálculos necessários para este vídeo demorariam cerca de uma década.

Assim, Schnittman juntou-se ao cientista de dados Brian P. Powell para usar o supercomputador Discover no Centro de Simulação Climática da NASA. Usando apenas 2% dos 129 mil processadores do Discover, estes cálculos demoraram cerca de um dia.

Os astrónomos esperam que, num futuro não muito distante, consigam detetar ondas gravitacionais – ondulações no espaço-tempo – produzidas quando dois buracos negros supermassivos semelhante ao que Schnittman descreveu em espiral se fundem.

https://zap.aeiou.pt/pas-de-deux-cosmico-nasa-mostra-como-dois-buracos-negros-distorcem-a-luz-a-sua-volta-396334

 

Pode ter sido descoberto um “elo perdido” na história do alfabeto !

Uma inscrição alfabética num fragmento de um jarro encontrado em Laquis (Tel Lachish), em Israel, com cerca de 3450 anos, poderá ser um “elo perdido” na história do alfabeto.


“Datada do século XV A.C., esta inscrição é atualmente a mais antiga inscrição alfabética do Levante do Sul [área geográfica que inclui Israel]”, pode ler-se no estudo publicado, a 15 de abril, na revista científica Antiquity.

A evidência mais antiga de escrita que utiliza um sistema de letras para representar sons (ou seja, um alfabeto) foi encontrada no Egito e data da XII dinastia egípcia (por volta do ano 1981 A.C. a 1802 A.C.), recorda o site Live Science.

Por volta de 1300 A.C., foram encontrados mais exemplos no Levante e, mais tarde, os Gregos adotaram um sistema de alfabeto, tendo-se seguido os Romanos (com o seu sistema de escrita em latim) e por aí adiante.

A inscrição recentemente descoberta, que rondará o ano de 1450 A.C., está a ser chamada de “elo perdido” porque preenche uma lacuna entre os primeiros exemplos de escrita alfabética do Egito e os exemplos posteriores encontrados no Levante.

Este achado também fornece novas pistas sobre como o alfabeto pode ter passado para esta região, com a equipa de investigadores a sugerir que os Hicsos – povo que governou o norte do Egipto até cerca de 1550 A.C. – podem ter ajudado a trazer o alfabeto egípcio para o Levante.

Segundo explica o mesmo site, esta teoria baseia-se no facto de, durante um certo período, os Hicsos terem controlado em simultâneo tanto o território do Levante como essa parte do Egipto. Além disso, no jarro em questão foram usados símbolos hieroglíficos para representar letras.

O fragmento do jarro foi descoberto, em 2018, perto de uma antiga fortificação em Laquis. Os arqueólogos também encontraram restos de cevada ao lado dele, sendo que a datação por radiocarbono indicou que o alimento foi cultivado por volta do ano 1450 A.C.

Segundo Benjamin Sass, professor de Arqueologia da Universidade de Tel Aviv que não esteve envolvido no estudo, a data apresentada por esta equipa pode ser controversa, uma vez que a datação da cevada pode ser, ou não, uma data exata para a inscrição. Por exemplo, este alimento poderia ter sido colhido depois da jarra.

“Os dados publicados até agora tornam esta situação uma possibilidade, mas de forma alguma uma certeza”, afirmou Sass ao Live Science.

https://zap.aeiou.pt/descoberto-elo-perdido-historia-alfabeto-395852

 

Físicos criaram um novo e extremamente raro tipo de urânio !

Físicos criaram um novo e extremamente raro tipo de urânio, considerada a versão mais leve de um átomo daquele elemento. Os investigadores realçam que a sua produção “é muito difícil”.


Uma equipa de investigadores produziu a versão mais leve de sempre de um átomo de urânio. Enquanto mais de 99% do urânio natural do mundo — conhecido como urânio-238 — tem 146 neutrões, o elemento químico recriado pelos físicos da Academia Chinesa de Ciências tem 122 neutrões.

O urânio é um elemento natural e comum, muito mais abundante do que, por exemplo, a prata. Trata-se do elemento com o núcleo atómico mais pesado existente na natureza. Devido à radioatividade deste metal, a sua maior aplicação está em gerar energia nuclear. Além disso, o urânio é utilizado na datação de rochas e armamento nuclear.

Zhiyuan Zhang e os seus colegas da Academia Chinesa de Ciências produziram o novo isótopo através de um processo demorado envolvendo amostras de tungsténio com poderosos feixes de argónio e cálcio até que os átomos se fundissem. Depois escolheram os átomos de urânio-214 da amostra usando um dispositivo magnético.

“A produção destes átomos é muito difícil, porque nem toda as colisões podem produzir o que queremos”, diz Zhang, citado pela New Scientist. “Cerca de 1018 partículas foram entregues para colidir com o alvo, mas apenas dois núcleos de urânio-214 foram produzidos e separados com sucesso”.

Os resultados são explicados pelos investigadores num estudo publicado recentemente na revista científica Physical Review Letters.

Os testes mostraram que provavelmente as interações entre protões e neutrões nestes átomos são mais poderosas do que em outros.

“A nossa descoberta pode ser a primeira evidência experimental de que a forte interação protão-neutrão pode desempenhar um papel importante no declínio alfa em [núcleos pesados]”, diz Zhang.

https://zap.aeiou.pt/fisicos-criaram-um-novo-raro-tipo-uranio-396325

 

 

Quem bebe café tem melhor controlo motor e maior nível de atenção, diz estudo !

 

Um investigador da Universidade do Minho (UMinho) concluiu que consumidores de café têm melhor controlo motor, maiores níveis de atenção e alerta e que a cafeína tem “benefícios na aprendizagem e na memória”, divulgou esta terça-feira aquela instituição.

Num comunicado enviado à Lusa, a UMinho aponta que o estudo, liderado pelo investigador do Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), Nuno Sousa, e publicado na revista Molecular Psychiatry, “oferece uma perspetiva única nas mudanças estruturais e de conectividade que acontecem no cérebro de quem bebe café regularmente”.

O também presidente da Escola de Medicina da UMinho percebeu que, quando em repouso, quem bebe café com regularidade tem “um reduzido grau de conectividade em duas áreas do cérebro (conhecidas como precuneus direito e insular direito), indicando efeitos como uma melhoria no controlo motor e nos níveis de alerta (ajudando na reação ao estímulo) em comparação com quem não bebe café”.

A investigação encontrou “padrões de maior eficiência noutras áreas do cérebro, como o cerebelo”, consistente com efeitos “como a melhoria do controlo motor” e “uma maior atividade dinâmica em várias áreas do cérebro” a que se junta “uma notória melhoria” na aprendizagem e na capacidade de memória.

“Esta é a primeira vez que o efeito de beber café regularmente tem na nossa rede cerebral é estudado com este nível de detalhe. Fomos capazes de observar o efeito do café na estrutura e na conectividade funcional do nosso cérebro, bem como as diferenças entre quem bebe café regularmente e quem não bebe em tempo real. Estas conclusões podem, pelo menos em certa medida, ajudar a oferecer uma visão mecanicista para alguns dos efeitos observados”, explica no texto Nuno Sousa.

As diferenças no cérebro, observadas em quem bebe café regularmente, foram também notadas num grupo de pessoas que não bebem café após consumirem um copo daquela bebida: “Este indicador é surpreendente, demonstrou uma capacidade do café em impor mudanças em curtos períodos de tempo e torna o café o gatilho dos efeitos”.

A investigação usou uma tecnologia apelidada de ressonância magnética funcional (fMRI, na sigla inglesa) para comparar a estrutura e conectividade no cérebro de um grupo de pessoas que bebe café diariamente com a de um grupo de pessoas que não bebe café.

https://zap.aeiou.pt/bebe-cafe-melhor-controlo-motor-atencao-396487

 

A tinta mais branca de sempre pode ajudar na luta pelo clima !

A tinta mais branca já desenvolvida até agora reflete 98.1% da luz, podendo ser uma boa aliada no combate às alterações climáticas.


No ano passado, uma equipa de cientistas desenvolveu uma tinta ultra-branca que atingiu uma taxa de reflexão recorde de 95,5%. Agora, conta o site Science Alert, uma nova fórmula fez com que este valor subisse para 98.1%.

Se fosse usada para revestir edifícios, dizem os seus inventores, esta tinta poderia ajudar na luta contra o aquecimento global, reduzindo a nossa dependência por coisas como o ar-condicionado.

“Se usássemos esta tinta para cobrir um telhado com cerca de 92,9 metros quadrados, estimamos que seria possível obter uma potência de arrefecimento de 10 quilowatts. Isto é mais poderoso do que os ares-condicionados usados na maioria das casas”, disse o engenheiro mecânico Xiulin Ruan, da Universidade de Purdue, nos Estados Unidos.

A tinta anterior era feita de partículas de carbonato de cálcio – o composto químico encontrado no giz, no calcário e no mármore –, suspensas numa tinta acrílica. Para a nova fórmula, os investigadores focaram a sua atenção no sulfato de bário, composto químico que é muito usado como pigmento em tintas brancas.

Segundo o mesmo site, o truque está no tamanho e na concentração das partículas. Uma variedade de tamanhos da partícula de sulfato de bário permite que a tinta espalhe a quantidade máxima de luz e, claro, quanto mais sulfato de bário houver, mais luz pode refletir.

Existe, no entanto, um ponto em que muito sulfato de bário pode comprometer a integridade da tinta, tornando-a quebradiça e escamosa quando seca. O ponto ideal, descobriram os cientistas, é uma concentração de cerca de 60% de sulfato de bário no médio acrílico.

Durante os testes, a equipa descobriu que a superfície pintada consistentemente conseguiu ficar mais fria do que a temperatura ambiente em pelo menos 4,5 graus Celsius, alcançando uma potência média de arrefecimento de 117 watts por metro quadrado.

Para efeito de comparação, a tinta anterior só conseguiu estar a uma temperatura 1,7°C abaixo da dos objetos à sua volta e atingiu uma potência de arrefecimento de 37 watts por metro quadrado.

O novo estudo foi publicado, a 15 de abril, na revista científica ACS Applied Materials & Interfaces.

https://zap.aeiou.pt/tinta-mais-branca-luta-pelo-clima-395816

 

Astrónomos descobrem uma super-Terra perto de uma estrela gelada !

Uma equipa de investigadores descobriu uma super-Terra a orbitar GJ 740, uma estrela anã fria localizada a cerca de 36 anos-luz do nosso planeta.


Nos últimos anos, os cientistas têm levado a cabo uma busca exaustiva de estrelas anãs vermelhas, com o objetivo de encontrar exoplanetas a orbitar ao seu redor. Estas estrelas têm uma temperatura efetiva entre 2.400 e 3.700 K – 2.000 graus mais fria do que o Sol – e uma massa entre 0,08 e 0,45 massas solares.

Agora, uma equipa de investigadores, liderada pelo estudante de doutoramento no Instituto de Astrofísica de Canarias (IAC) Borja Toledo Padrón e especializad na busca de planeta em redor deste tipo de estrelas, descobriu uma super-Terra ao redor de GJ 740, uma estrela anã fria localizada a cerca de 36 anos-luz do nosso planeta.

Este planeta gira à volta da sua estrela com um período orbital de 2,4 dias e tem uma massa aproximada de três massas terrestres.

“Estamos diante do planeta com o segundo menor período orbital em torno deste tipo de estrela. A massa e o período orbital deste planeta sugerem uma composição rochosa, bem como um raio estimado de 1,4 raios terrestres, o que pode ser confirmado com futuras observações do satélite TESS”, explicou Toledo Padrón, em comunicado.

Os dados também indicam a presença de um possível segundo planeta com um período orbital de nove anos e uma massa semelhante à de Saturno – aproximadamente 100 massas terrestres -, embora o seu sinal de velocidade radial possa ser causado pelo ciclo magnético da estrela.

A missão Kepler, reconhecida por ser uma das mais bem-sucedidas na deteção de exoplanetas pelo método de trânsito, que consiste na busca de pequenas variações periódicas no brilho da estrela causadas por trânsitos dos planetas que orbitam ao seu redor, descobriu um total de 156 novos planetas em torno de estrelas frias.

A partir desses dados, estimou-se que este tipo de estrelas hospeda uma média de 2,5 planetas com um período orbital de menos de 200 dias.

“A busca por novos exoplanetas em torno de estrelas frias é impulsionada pela menor diferença entre a massa planetária e a massa estelar em comparação com estrelas de outras classes espectrais (o que facilita a deteção de sinais planetários), bem como a grande abundância desse tipo de estrelas na nossa galáxia”, comentou Toledo Padrón.

Estrelas frias também são um alvo ideal para a busca de planetas através do método da velocidade radial. Esse método baseia-se na deteção de pequenas variações na velocidade devido à atração gravitacional exercida pelos planetas que orbitam ao seu redor.

Desde a descoberta em 1998 do primeiro sinal de velocidade radial de um exoplaneta em torno de uma estrela fria, foram descobertos com esta técnica, até ao momento, um total de 116 exoplanetas.

“A maior dificuldade intrínseca desse método está relacionada com a intensa atividade magnética desse tipo de estrelas, que podem produzir sinais espectroscópicos muito semelhantes aos causados ​​por um exoplaneta”, disse o investigador do IAC Jonay I. González Hernández.

Este estudo foi publicado este mês na revista científica Astronomy & Astrophysics.

https://zap.aeiou.pt/astronomos-descobrem-uma-super-terra-perto-de-uma-estrela-gelada-396321

 

Fotografia da NASA demonstra Teoria da Relatividade Geral de Einstein !

O aglomerado Abell 2813 tem tanta massa que atua como uma lente gravitacional, fazendo com que a luz de galáxias distantes se curve à sua volta.


A lente gravitacional acontece quando a massa de um objeto faz com que a luz se curve. A fotografia do aglomerado de galáxias Abell 2813, captada pelo telescópio espacial Hubble, demonstra este fenómeno.

Na imagem, é possível observar algumas formas crescentes entre as espirais, pontos e objetos ovais do aglomerado – que correspondem a galáxias. Os arcos de luz não são galáxias curvadas, mas sim exemplos das chamadas lentes gravitacionais.

Segundo o Sci-News, o fenómeno comprova a Teoria da Relatividade Geral, elaborada pelo físico Albert Einstein há mais de um século.

De acordo com a teoria, tanto a energia quanto a matéria fazem o “tecido” do espaço-tempo distorcer, e a curvatura gerada nessa interação física resulta na força da gravidade. Assim, de acordo com o cientista alemão, objetos com campos gravitacionais fortes são capazes de desviar a trajetória da luz.

É por isso que esta fotografia mostra riscos em “S”: estas formas são luzes de galáxias ainda mais distantes do que o Abell 2813. Uma vez que essas luzes passam pelo aglomerado de galáxias, que concentra muita massa, acabam por ser distorcidas e assumem diferentes formatos.

No fundo, sintetiza a NASA, o aglomerado de galáxias é tão grande que age como uma lente gravitacional, dobrando a luz das galáxias mais distantes em seu redor. As distorções podem aparecer de muitas maneiras diferentes, como linhas longas ou arcos.

A imagem é uma compilação de observações feitas com a Advanced Camera for Surveys e a Wide Field Camera 3.

https://zap.aeiou.pt/fotografia-teoria-da-relatividade-geral-396309

 

Helicóptero Ingenuity faz voo histórico em Marte !

 

O Ingenuity, helicóptero da NASA, fez o seu primeiro voo de teste, esta segunda-feira, em Marte. Foi a primeira vez na História que um aparelho construído por seres humanos fez um voo controlado noutro planeta.

“Os dados do altímetro confirmam que o Ingenuity fez o seu primeiro voo. O primeiro voo de um aparelho propulsionado noutro planeta”, afirmou o controlador do helicóptero, Havard Grip, numa comunicação emocionada e aplaudida entusiasticamente pelos seus colegas da agência espacial norte-americana.

“Aconteceu. Hoje, o nosso helicóptero em Marte provou que é possível fazer um voo controlado e motorizado na superfície de outro planeta. Foi preciso um pouco de ingenuidade, perseverança e espírito para tornar esta oportunidade uma realidade”, escreveu a NASA na sua conta do Twitter.

O Ingenuity (“Engenho” em Português) transportou um fragmento de tecido das asas que protagonizaram outro voo histórico: o do avião dos irmãos Wright, que fez o primeiro voo controlado registado na História, em 1903.

No início de abril, o helicóptero da NASA, que chegou a Marte em fevereiro acoplado ao robô Perseverance, já tinha dado um primeiro passo histórico, ao ter sobrevivido à sua primeira noite sozinho no Planeta Vermelho.

Composto por quatro pés, um corpo e duas hélices sobrepostas, o Ingenuity pesa apenas 1,8 quilos e mede 1,2 metros de uma ponta à outra das suas pás. A NASA planeia fazer mais voos com o Ingenuity.

O Perseverance ficou colocado num ponto de observação no qual pôde utilizar as suas câmaras para captar fotografias de todo o processo deste voo do helicóptero ultraligeiro. As imagens já foram divulgadas na sua conta oficial do Twitter.

Em Marte, o principal objetivo do Perseverance é procurar sinais de vida microbiana durante pelo menos um ano marciano, cerca de 687 dias terrestres. Para isso, irá recolher amostras de rochas e solo, armazená-las em tubos e deixá-las na superfície do planeta para uma futura transferência para a Terra.

O robô vai também estudar a geologia do planeta e testar formas de os astronautas em futuras missões poderem produzir oxigénio a partir do CO2 da atmosfera, que possa ser usado para respirar e como combustível.

https://zap.aeiou.pt/ingenuity-voo-historico-marte-396341

Cientistas russos querem criar a primeira vacina comestível contra a covid-19 !

O Instituto de Medicina Experimental de São Petersburgo, na Rússia, anunciou o seu plano de concluir dentro de um ano os testes pré-clínicos da primeira vacina comestível do mundo contra o novo coronavírus.


Em entrevista à agência russa RIA Novosti, na última sexta-feira, Alexánder Dmítriev, diretor do Instituto de Medicina Experimental de São Petersburgo, disse que os estudos pré-clínicos desta vacina comestível já estão em andamento e podem ser concluídos dentro de um ano.

De acordo com o canal estatal russo RT, os cientistas adiantaram que este fármaco terá um sabor parecido ao da “riazhenka”, um produto de leite fermentado que é muito tradicional neste país e na Ucrânia.

Em declarações à mesma agência, Alexánder Suvórov, chefe do departamento de Microbiologia Molecular e do laboratório de Genética Molecular de Patógenos do mesmo instituto, destacou que tanto as vacinas injetáveis como as comestíveis conduzem à formação de uma resposta imune.

“Durante a criação da vacina contra a covid-19, um fragmento do genoma do coronavírus sintetizado é incorporado no genoma da bactéria. Como resultado desta modificação genética, a bactéria produz a proteína do coronavírus que, por sua vez, garante que o nosso organismo produz uma resposta imunológica”, explicou.

“Ou seja, numa linguagem mais simples, isto quer dizer que as bactérias modificadas geneticamente em forma de pó são despejadas, por exemplo, num tanque com leite e, aproximadamente num dia, obtém-se um produto já pronto que não precisa de ser limpo de impurezas. Só fica a faltar ser embalado”, acrescentou.

O especialista também quis reforçar que o seu instituto tem uma vasta experiência no desenvolvimento de vacinas à base de probióticos, bactérias vivas com as quais se fabricam laticínios fermentados.

Tal como recorda o RT, este instituto já possui uma grande variedade de vacinas semelhantes contra a gripe e bactérias como a pneumococo e os estreptococos.

No entanto, a equipa de investigadores alerta que este novo fármaco não deve ser visto como uma resposta fácil para pôr fim à pandemia.

“Estamos a avançar com muito cuidado para evitar uma situação em que qualquer novo produto médico comece a ser percebido como uma panaceia que irá salvar a Humanidade”, advertiu Suvórov.

Em março, também foi noticiado que uma farmacêutica israelo-americana e uma empresa indiana estão a trabalhar em conjunto para desenvolver aquela que poderá ser a primeira vacina em forma de comprimido contra a covid-19.

https://zap.aeiou.pt/cientistas-russos-vacina-comestivel-396437

 

Crise climática “implacável” intensificou-se em 2020, diz relatório da ONU !

Houve uma intensificação “implacável” da crise climática em 2020, com a queda temporária nas emissões de carbono devido ao confinamento a ter um impacto pouco significativo nas concentrações de gases de efeito de estufa, revelou a Organização Meteorológica Mundial da Organização das Nações Unidas (OMM).


Segundo o relatório da OMM, citado esta segunda-feira pelo Guardian, apesar dessa queda temporária nas emissões, a pandemia de coronavírus acelerou os impactos negativos do aquecimento global para milhões de pessoas.

O ano de 2020 empatou com 2016 e 2019 ao nível de temperaturas mais altas alguma vez registadas, apesar do efeito de resfriamento causado pelo fenómeno natural cíclico designado por “La Niña”. Sem isso, 2020 provavelmente teria sido o ano mais quente até à data, tendo a década de 2011-20 sido a mais quente que se tem registo.

“Todas as informações importantes sobre clima e impactos neste relatório destacam as mudanças climáticas implacáveis e contínuas, uma ocorrência e intensificação cada vez maior de eventos extremos e perdas e danos graves que afetam pessoas, sociedades e economias”, disse Petteri Taalas, secretário-geral da OMM.

“Este é o ano de ação”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, sublinhando: “O clima está a mudar e os impactos já custam caro para as pessoas e para o planeta. Os países precisam apresentar, bem antes da [Cúpula da ONU sobre o Clima] Cop26, planos ambiciosos para reduzir as emissões globais em 45% até 2030”.

O relatório mostrou igualmente que, em 2020, 80% dos oceanos – que absorvem 90% do calor resultante das atividades humanas – experimentaram pelo menos uma onda de calor marinha. Além disso, o gelo no Ártico atingiu o segundo mínimo mais baixo, enquanto toneladas foram perdidas na Groenlândia e na Antártica, elevando o nível do mar.

Cheias atingiram a África e a Ásia, ajudando a desencadear uma praga de gafanhotos no Chifre da África e a seca extrema afetou a América do Sul, com perdas agrícolas no Brasil, na Argentina, no Uruguai e no Paraguai, ao mesmo passo que os Estados Unidos EUA registavam os maiores incêndios florestais no país.

O relatório indicou ainda que a Austrália atingiu recordes na temperatura, com a capital Sidney a atingir os 48,9° C. O documento referiu ainda o ciclone Amphan, que atingiu a Índia e Bangladesh e foi o mais caro já registado para o norte do Oceano Índico, e o tufão Goni – um dos mais intensos a atingir a terra -, que cruzou as Filipinas.

https://zap.aeiou.pt/crise-climatica-implacavel-intensificou-2020-onu-396416

 

Covid-19 - Ensaio clínico promove reinfeção de adultos para estudar imunidade !

Cientistas da Universidade de Oxford pretendem reinfetar dezenas de pacientes adultos com a covid-19, num estudo que visa perceber os limites da imunidade e os efeitos do novo coronavírus sobre o corpo a partir do momento da reinfeção.


Segundo avançou no domingo o Wall Street Journal, a equipa responsável acredita que uma melhor compreensão sobre a proteção que as pessoas desenvolvem a partir de anteriores situações de doença pode ajudar a acelerar o desenvolvimento de novos tratamentos e vacinas.

De acordo com os investigadores, o Reino Unido é o único país que está a realizar ensaios clínicos deste género no âmbito do estudo da covid-19, devido ao facto de se tratar de uma metodologia controversa, que promover a infeção de pessoas anteriormente saudáveis.

Em março, investigadores da Imperial College London iniciaram um primeiro estudo do género, tendo o Governo britânico subsidiá-lo com um total de 45 milhões de dólares.

https://zap.aeiou.pt/ensaio-reinfecao-adultos-imunidade-396355

 

Rússia vai abandonar a Estação Espacial Internacional em 2025 !

Decisão foi aprovada em 12 de abril durante uma reunião do Presidente russo Vladimir Putin com líderes da indústria espacial do país.


A Rússia vai informar os seus parceiros internacionais que vai abandonar o projeto da Estação Espacial Internacional (EEI) a partir de 2025, anunciou o vice-primeiro-ministro russo, Yuri Borisov. “Informaremos de modo sincero que deixaremos a EEI a partir de 2025”, disse Borisov numa entrevista à televisão pública russa.

Segundo a rede Rossiya 1, a decisão foi aprovada em 12 de abril durante uma reunião do Presidente russo Vladimir Putin com líderes da indústria espacial do país, onde também foram discutidos os planos da Rússia para a construção de uma estação.

O prazo de exploração da EEI, que começou a ser construída em 1998, expira em 2024, mas várias fontes sugeriram anteriormente a possibilidade de estender a sua vida útil até 2030. A agência espacial federal russa “Roscosmos” até agora limitou-se a confirmar que a decisão sobre o futuro da EEI será feita com base no estado técnico dos seus módulos.

“Assim que essa decisão for tomada, começaremos as discussões com nossos parceiros sobre as condições e formas de interação após 2024”, afirmou a Roscosmos.

https://zap.aeiou.pt/russia-abandonar-eei-2025-396194

 

Bruxelas admite atingir mais cedo meta de 70% dos adultos vacinados !

A Comissão Europeia espera atingir antes do objetivo oficial de final do verão a meta de 70% dos adultos da União Europeia (UE) vacinados contra a covid-19, dada a “aceleração do ritmo de entregas”.


“Existe apenas um objetivo estabelecido pela Comissão Europeia, que é o de que 70% dos adultos devem ser vacinados até ao final do verão, mas obviamente que todos esperam que, com base na aceleração do ritmo de entregas em que temos vindo a trabalhar consistentemente, […] esse objetivo seja atingido o mais cedo possível no verão”, afirmou o porta-voz principal do Executivo comunitário, Eric Mamer.

O responsável respondia na conferência de imprensa oficial da instituição, em Bruxelas, a questões sobre as recentes declarações do comissário europeu do Mercado Interno, Thierry Breton, que tem vindo a reiterar que a UE será capaz de vacinar 70% da sua população adulta até meados de julho.

“Creio que era a isso que o comissário Breton se referia, que esperamos, obviamente, que a UE seja capaz de vacinar 70% dos adultos antes do fim do verão, embora a meta oficial continue a ser o fim do verão”, frisou Eric Mamer.

Thierry Breton tem vindo a basear tais previsões no facto de os países da UE estarem a intensificar as campanhas nacionais de vacinação e por também disporem agora de mais vacinas, nomeadamente devido à entrega de mais 50 milhões de doses do fármaco da Pfizer/BioNTech do que esperado para este trimestre.

Ainda assim, a campanha de vacinação da UE tem sido marcada por atrasos na entrega de vacinas por parte da AstraZeneca e agora da Janssen (grupo Johnson & Johnson), depois de terem sido registados casos raros de formação de coágulos sanguíneos após a toma de ambos.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE: Comirnaty (nome comercial da vacina Pfizer/BioNTech), Moderna, Vaxzevria (novo nome da vacina da AstraZeneca) e Janssen.

A ferramenta online do Centro Europeu de Prevenção e Controlo das Doenças (ECDC) para rastrear a vacinação da UE, que tem por base as notificações dos Estados-membros, indica que 7,8% da população adulta da UE já está totalmente inoculada (com as duas doses), enquanto 20,4% recebeu a primeira dose da vacina, ainda longe da meta dos 70% estipulada pela Comissão Europeia para final do verão.

Já em termos absolutos, os dados do ECDC referem que 103 milhões de doses de vacinas contra a covid-19 foram administradas na UE até hoje, de um total de quase 125 milhões de doses entregues aos países.

https://zap.aeiou.pt/bruxelas-admite-atingir-mais-cedo-meta-70-adultos-vacinados-396357

 

União Europeia vai receber mais 100 milhões de doses da Pfizer !

A União Europeia (UE) vai receber mais 100 milhões de doses adicionais da vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech.


“A Pfizer e a BioNTech anunciam hoje que vão fornecer 100 milhões de doses adicionais da [vacina] Cominarty, a vacina contra a Covid-19 das companhias, aos 27 estados-membros da União Europeia em 2021″, é possível ler. As empresas especificam que este anúncio resulta da “decisão da Comissão Europeia de exercer a sua opção de compra de 100 milhões de doses adicionais, ao abrigo do acordo de compra assinado a 17 de fevereiro de 2021”.

No total, indica o comunicado, o número de vacinas da Pfizer entregas à União Europeia (UE) eleva-se para os 600 milhões.

O comunicado refere ainda que estas doses da vacina serão “produzidas pela BioNTech e pela Pfizer nos locais de produção na Europa”.

Na semana passada, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou que o bloco iria receber 50 milhões de doses da vacina da Pfizer ao longo do segundo trimestre, com o objetivo de acelerar a campanha de vacinação.

Esta notícia surge numa altura em que o comissário europeu para o Mercado Interno, Thierry Breton, admitiu, em declarações à BFM TV, que a UE pode não renovar o contrato para a aquisição da vacina da AstraZeneca, alegando o incumprimento dos prazos de entrega por parte da farmacêutica.

“A minha prioridade, como responsável das vacinas, é que aqueles com quem assinámos um contrato façam as entregas no prazo”, disse Breton.

O comissário lamentou que, após o contrato assinado com a AstraZeneca para a disponibilização de 120 milhões de doses no primeiro trimestre e de 180 milhões no segundo nos países da UE, só tenham sido entregues cerca de 30 milhões entre janeiro e março.

“Isso criou problemas. Nada é definitivo, continuaremos as negociações”, disse o comissário, assegurando que a eventual não renovação do contrato, que termina a 30 de junho, se deve à questão dos prazos e das condições estipuladas. “Olhando para os números, vemos que os benefícios da vacina AstraZeneca são muito maiores do que o risco“.

Neste momento, a Agência Europeia do Medicamento (EMA) aprovou quatro vacinas contra a covid-19 para serem utilizadas na campanha de vacinação na Europa – o fármaco da Pfizer, da Moderna, AstraZeneca e ainda a vacina da Johnson & Johnson.

https://zap.aeiou.pt/uniao-europeia-vai-receber-mais-100-milhoes-de-doses-da-pfizer-396243

 

segunda-feira, 19 de abril de 2021

Se o Planeta 9 existir, pode não estar onde pensamos !

Uma equipa de astrónomos conseguiu obter novas informações sobre o Planeta 9 que podem significar que a sua órbita é muito mais elíptica do que o previsto.


Konstantin Batygin e Michael Brown, do California Institute of Technology, publicaram um artigo em 2016, no The Astronomical Journal, onde apresentam um planeta desconhecido na borda do Sistema Solar. A evidência estaria noutros objetos muito além da órbita de Neptuno.

Esses objetos, chamados Objetos Transneptunianos Extremos (ETNOs), têm órbitas elípticas massivas, nunca cruzando mais perto do Sol do que a órbita de Neptuno em 30 unidades astronómicas (UA), e oscilando para além de 150 unidades astronómicas.

Batygin e Brown descobriram que essas órbitas têm o mesmo ângulo no periélio, o ponto da órbita mais próximo do Sol, e fizeram uma série de simulações. Segundo o Science Alert, os cientistas acabaram por descobrir que a influência gravitacional de um grande planeta poderia agrupar as órbitas desta maneira.

Nova atualização

Recentemente, Konstantin Batygin e Michael Brown fizeram uma atualização da teoria. O artigo foi aceite para publicação no The Astrophysical Journal Letters e está disponível no arXiv.

O portal explica que a deteção inicial do Planeta 9 foi feita com base em apenas seis ETNOs, mas estes objetos são, afinal, muito pequenos e muito difíceis de detetar. Com o tempo, foram descobertos mais ETNOs – cerca de 19 – o que significa que, agora, os cientistas têm mais dados para analisar e calcular as características do planeta.

Em 2019, os astrónomos corrigiram as informações disponíveis e chegaram à conclusão de que haviam obtido algumas informações incorretas. A massa do planeta, de acordo com a revisão, era apenas cinco vezes a massa da Terra e a sua excentricidade – quão elíptica é a órbita – era menor.

Agora, atualizaram novamente estes cálculos.

As simulações presumem que qualquer objeto que se mova além de 10.000 UA do Sol é perdido no Espaço. O que os cientistas não levaram em consideração é que o Sol não nasceu isolado, mas provavelmente numa grande nuvem de formação estelar densamente povoada por outras estrelas bebés.

Nestas condições, o Sistema Solar teria formado uma secção interna da Nuvem de Oort, a “concha” de corpos gelados que cercam o Sistema Solar entre cerca de 2.000 e 100.000 unidades astronómicas do Sol.

A formação de planetas gigantes, como Saturno e Júpiter, teria atirado detritos em direção ao Espaço interestelar, mas as perturbações gravitacionais das estrelas teriam empurrado de volta para a influência gravitacional do Sol, de modo que acabariam por formar a Nuvem de Oort interna.

Batygin e Brown realizaram várias simulações, tendo em conta este cenário, e descobriram que os objetos na região interna da Nuvem de Oort podem, afinal, mover-se.

“O Planeta 9, no entanto, altera esse quadro a um nível qualitativo”, disseram os astrónomos. “Devido à atração gravitacional de longo prazo da órbita do Planeta 9, os objetos internos da Nuvem de Oort evoluem em escalas de tempo de milhares de milhões de anos, sendo lentamente reinjetados no Sistema Solar externo”, começaram por explicar.

Mas o que lhes acontece então? “Simulamos esse processo, levando em consideração perturbações dos planetas gigantes canónicos, o Planeta 9, as estrelas que passam, e a maré galáctica, e descobrimos que esses objetos da Nuvem de Oort interna reinjetados podem misturar-se com os objetos distantes do cinturão de Kuiper e até mesmo exibir agrupamento orbital”, acrescentaram.

Isto significa que “alguns dos objetos Objetos Transneptunianos Extremos que encontramos podem ter sido criados na Nuvem de Oort“.

As simulações da equipa também mostraram que o agrupamento dos objetos da Nuvem de Oort seria mais fraco do que o dos objetos que vieram do Cinturão de Kuiper. Isto sugere que uma órbita mais excêntrica para o Planeta 9 explicaria melhor os dados do que a órbita teorizada no artigo de 2019.

https://zap.aeiou.pt/planeta-9-pode-nao-estar-onde-pensamos-395494

 

Cientistas criam ondas de luz que atravessam materiais opacos !

Uma equipa de cientistas descobriu que é possível criar feixes de luz “indestrutíveis” que praticamente não se alteram quando atravessam um meio. Só se tornam fracos.


Cientistas da Universidade de Utrecht, nos Países Baixos, e da Universidade Técnica de Viena, na Áustria, conseguiram criar ondas de luz capazes de penetrar materiais opacos.

Estes feixes de luz “indestrutíveis” praticamente não se alteram quando atravessam um meio, só atenuam, mantendo-se “invariantes à dispersão”.

De acordo com o EurekAlert, as ondas de luz podem ser formadas por inúmeras formas diferentes. Cada um destes padrões de onda de luz “muda e desvia-se de uma maneira muito específica, quando é enviado através de um meio desordenado”, explicou Stefan Rotter, do Instituto de Física Teórica da Universidade Técnica de Viena.

Para criar ondas de luz que penetram em materiais opacos, é necessário, em primeiro lugar, caracterizar com precisão o material que se deseja observar.

A equipa usou uma camada de pó de óxido de zinco opaco para analisar a forma como a luz é dispersada por este material e o que teria acontecido se a poeira não existisse.

“Como conseguimos mostrar, existe uma classe muito específica de ondas de luz, que são os modos invariantes de dispersão da luz, que produzem exatamente o mesmo padrão de onda no detetor, independentemente se a onda de luz foi enviada através do ar ou se tinha que penetrar na complicada camada de óxido de zinco”, detalhou Rotter.

Nesta experiência, os cientistas observaram que o óxido de zinco não altera a forma destas ondas de luz, só as enfraquece.

Estas descobertas podem ser muito úteis em experiências biológicas, nomeadamente na introdução de luz em pontos muito específicos para observar o interior das células. O artigo científico foi recentemente publicado na Nature Photonics.

https://zap.aeiou.pt/ondas-luz-atravessam-materiais-opacos-395834

 

Químicos encontrados na comida e no ar ameaçam a fertilidade dos homens !

Em apenas algumas gerações, a contagem de espermatozoides humanos pode diminuir para níveis abaixo daqueles considerados adequados para a fertilidade.


Esta é a afirmação alarmante feita no novo livro da epidemiologista Shanna Swan, “Countdown”, que reúne uma série de evidências para mostrar que a contagem de esperma dos homens ocidentais caiu mais de 50% em menos de 40 anos.

Isto significa que os homens que leem este artigo terão, em média, metade da contagem de espermatozoides dos seus avós. E, se os dados forem extrapolados para a sua conclusão lógica, os homens poderão ter pouca ou nenhuma capacidade reprodutiva de 2060 em diante.

Estas são afirmações chocantes, mas são apoiadas por um crescente corpo de evidências que está a encontrar anormalidades reprodutivas e declínio da fertilidade em humanos e animais selvagens em todo o mundo.

É difícil dizer se estas tendências vão continuar — ou se, se continuarem, podem levar à nossa extinção. Mas é claro que uma das principais causas desses problemas — os produtos químicos com que estamos cercados na nossa vida quotidiana — requer uma melhor regulamentação a fim de proteger as nossas capacidades reprodutivas e as das criaturas com as quais compartilhamos o nosso ambiente.

Contagem de espermatozoides em declínio

Estudos que revelam contagens de espermatozoides em declínio em humanos não são novos. Essas questões receberam atenção global pela primeira vez na década de 1990, embora os críticos apontassem para discrepâncias na forma como as contagens de espermatozoides eram registadas para minimizar os resultados.

Então, em 2017, um estudo mais robusto que contabilizou essas discrepâncias revelou que a contagem de espermatozoides dos homens ocidentais diminuiu em 50%-60% entre 1973 e 2011, caindo em média 1%-2% por ano.

Quanto mais baixa a contagem de espermatozoides de um homem, menor a probabilidade de conceber um filho através de relações sexuais. O estudo de 2017 adverte que os nossos netos podem possuir contagens de espermatozoides abaixo do nível considerado adequado para uma conceção bem-sucedida — provavelmente forçará “a maioria dos casais” a usar métodos de reprodução assistida até 2045, de acordo com Swan.

Igualmente alarmante é um aumento na taxa de abortos espontâneos e anormalidades de desenvolvimento em humanos, como desenvolvimento de pénis pequeno, intersexualidade e testículos não descendentes — associados ao declínio da contagem de espermatozoides.

Muitos fatores podem explicar estas tendências. Afinal, os estilos de vida mudaram drasticamente desde 1973, incluindo mudanças na dieta, exercício, níveis de obesidade e ingestão de álcool.

Mas, nos últimos anos, os investigadores identificaram o estágio fetal do desenvolvimento humano, antes que quaisquer fatores do estilo de vida entrem em jogo, como um momento decisivo para a saúde reprodutiva dos homens.

Durante a “janela de programação” para a masculinização fetal — quando o feto desenvolve características masculinas — foi demonstrado que as interrupções na sinalização hormonal têm um impacto duradouro nas capacidades reprodutivas masculinas até à idade adulta.

Esta interferência hormonal é causada por químicos nos nossos produtos de uso diário, que têm a capacidade de agir como as nossas hormonas ou de impedir que funcionem adequadamente em estágios-chave do nosso desenvolvimento.

Chamamos a isso de “produtos químicos desreguladores endócrinos” (EDCs, em inglês) e estamos expostos a eles através do que comemos e bebemos, do ar que respiramos e dos produtos que colocamos na pele.

Exposição aos EDCs

Os EDCs são passados ao feto pela mãe, cuja exposição aos produtos químicos durante a gravidez determinará o grau em que o feto sofre interferência hormonal. Isto significa que os dados atuais de contagem de espermatozoides não importam ao ambiente químico de hoje, mas ao ambiente de quando aqueles homens ainda estavam no útero. Esse ambiente está, sem dúvida, a tornar-se mais poluído.

Não é apenas um produto químico específico a causar a desregulação. Diferentes tipos de produtos químicos do dia-a-dia — encontrados em tudo, desde líquido da loiça a pesticidas, aditivos e plásticos — podem atrapalhar o funcionamento normal das nossas hormonas.

Alguns, como os da pílula contracetiva, foram projetados especificamente para afetar as hormonas, mas agora são encontrados em todo o meio ambiente.

https://zap.aeiou.pt/quimicos-ameacam-fertilidade-homens-395173

 

As mudanças climáticas estão a contribuir para a alteração do sabor do café

Há muito tempo que se tem conhecimento que as mudanças climáticas têm tido um impacto negativo no ambiente e na população, o que não se sabia é que este fenómeno também está a afetar o sabor do café.


De uma forma geral, todas as plantas têm uma temperatura ideal para que possam desenvolver-se da melhor forma, mas o aquecimento global tem vindo a ameaçar sobretudo aquelas que são mais sensíveis a alterações.

De acordo com um novo estudo, a situação é preocupante para todos aqueles que dependem do café para ter o seu sustento – ou apenas para acordar.

Os dois estudos divulgados na semana passada, e publicados na Scientific Reports, investigaram as consequências do aquecimento global para os principais produtores de café da Colômbia e da Etiópia. Embora nenhum dos dois preveja uma queda na produção, ambos levantaram preocupações de outro tipo.

Provavelmente, a Etiópia irá ter um aumento na quantidade de café que produz ao longo deste século, revela Abel Chemura, um dos autores do estudo. Contudo, como diz o velho ditado, quantidade não é sinónimo de qualidade, e é aqui que os produtores de café deste país podem perder.

“A área para cultivar café pode aumentar gradualmente até a década de 2090, de acordo com as simulações de computador”, referiu Chemura num comunicado. “No entanto, mais não é melhor. Porque, por outro lado, a área adequada para tipos de cafés especiais de alta qualidade, que são valorizados pelas suas notas florais, frutadas e picantes, provavelmente irá diminuir se as mudanças climáticas continuarem a evoluir”, referiu.

Conhecida por ser o berço original do café, a Etiópia mantém variedades desconhecidas em outros lugares, como a Yirgacheffe – que pode perder 40% da sua faixa de cultivo se as temperaturas continuarem com a trajetória atual.

Além dos efeitos negativos em pequenas regiões conhecidas pelas suas variedades distintas, as temperaturas mais altas aceleram a maturação da cereja do café mais rapidamente do que a do grão, resultando num café de qualidade inferior.

Como observou Chemura, este não é um problema apenas para quem valoriza o café pelo seu sabor intenso. Também será uma dor de cabeça para os produtores que dependem de preços de cafés mais caros para compensar os pequenos rendimentos.

Na Colômbia, as notícias são mais animadoras para os consumidores, mas igualmente más para alguns agricultores, diz o IFL Science.

“Locais de baixa altitude deverão ser afetados negativamente pelas mudanças climáticas, e milhares de produtores irão ver o seu sustento ser prejudicado, pois a produtividade irá cair”, disse Federico Ceballos-Sierra, que publicou uma avaliação em Sistemas Agrícolas.

Segundo Chemura, o clima afeta a produção de café de várias formas, o que inclui temperatura, precipitação e humidade.

Coletivamente, estes fatores indicaram que cinco das seis áreas especializadas no cultivo de café na Etiópia irão sofrer uma redução de rendimentos e serão forçadas a mudar para variedades mais baratas.

https://zap.aeiou.pt/mudancas-climaticas-sabor-cafe-395870

 

Luz solar pode neutralizar o SARS-CoV-2 oito vezes mais rápido do que se pensava !

Uma nova investigação sugere que a luz solar pode inativar o SARS-CoV-2 oito vezes mais rápido do que se pensava anteriormente.


Uma equipa de cientistas internacional – composta por investigadores da UC Santa Barbara, da Oregon State University, da University of Manchester e da ETH Zurich – descobriram que o estudo mais recente sobre a capacidade de a luz solar neutralizar o SARS-CoV-2 não estava à altura da realidade.

Os cientistas decidiram comparar os dados de um estudo de julho de 2020, que relatou a rápida inativação do SARS-CoV-2 à luz do Sol em laboratório, com uma teoria da inativação do novo coronavírus por radiação solar publicada apenas um mês antes.

A equipa concluiu que o vírus foi inativado até oito vezes mais rápido em experiências do que o modelo teórico mais recente previu.

“A teoria pressupõe que o UV-B atinge o RNA do vírus, danificando-o”, resumiu o professor de engenharia mecânica da UC Santa Bárbara, Paolo Luzzatto-Fegiz, em comunicado.

Ainda assim, a inativação do RNA por UV-B “pode ​​não ser tudo”. Os cientistas especularam que poderia haver outro mecanismo em jogo além da inativação do RNA pelos raios UV-B, como o UV-A, o componente menos energético da luz solar.

“As pessoas pensam que o UV-A não tem muito efeito, mas pode estar a interagir com algumas das moléculas do meio” que, por sua vez, podem estar a interagir com o vírus, acelerando a inativação, explicou o investigador.

Os cientistas ainda não sabem exatamente o que está a acontecer, mas, num artigo publicado no Journal of Infectious Diseases, apontam para a necessidade de serem realizadas mais experiências para testar separadamente os efeitos dos comprimentos de onda de luz específicos e a composição do meio.

Se se confirmar que o UV-A é capaz de inativar o vírus, a descoberta pode ser muito frutífera, uma vez que, atualmente, existem muitos tipos de lâmpadas LED baratas que são ainda mais fortes do que a luz solar natural.

O UV-A também pode ser usado para amplificar o efeito dos sistemas de filtragem de ar com risco relativamente baixo para a saúde humana.

https://zap.aeiou.pt/luz-solar-pode-neutralizar-sars-cov-2-395120

 

Nos canais de Utrecht, os peixes têm uma “campainha” para passar pela barreira !

Quando os peixes desovam pelos canais de Utrecht, nos Países Baixos, costumam ser bloqueados pela eclusa Weerdsluis. Agora, a cidade lançou a primeira campainha para peixes do mundo.

De acordo com o Dutch Review, o sistema oficialmente conhecido como visdeurbel inclui uma câmara subaquática colocada na eclusa Weerdsluis e ligada à Internet que filma os peixes que esperam em frente à comporta, um dispositivo que levanta e baixa barcos entre trechos de água de diferentes níveis.

Os residentes de Utrecht, que conseguem observar os peixes numa transmissão ao vivo, podem pressionar uma campainha digital para dar ao tratador local um sinal quando os peixes chegam.

Ao receber o alerta, o funcionário verificará a câmara e, se concordar que realmente há peixes suficientes, abrirá o portão para deixar os animais passarem.

A campainha desempenha um papel importante ao permitir que os peixes migrem entre as águas mais quentes e profundas no inverno e as águas mais rasas, onde se reproduzem no verão.

Com este método, os peixes são capazes de começar a reprodução muito mais cedo. Além disso, como já não ficam presos num lugar, têm menos hipótese de serem mortos por predadores como mergulhões e corvos-marinhos, explica o NewAtlas.

“Temos de ver o Oudegracht como uma rodovia para peixes. Às vezes, vê-se literalmente dezenas de peixes a debater-se na frente do portão”, disse Mark van Heukelum, especialista em natureza subaquática.

Esta campainha é um dos projetos de Utrecht que educa os residentes da cidade sobre a vida rica e diversificada nas águas dos canais locais.

A ecologista urbana de Utrecht, Anne Nijs, está entusiasmada com o projeto. “Não é apenas de grande importância para os peixes, mas também uma ótima forma de ensinar mais aos moradores de Utrecht sobre a vida nos nossos canais”, afirmou.

De acordo com o NLTimes, desde que foi revelada há pouco mais de duas semanas, a campainha já tocou mais de 32 mil vezes. A câmara permanecerá ativa até ao final de maio, altura em que a a maior parte dos peixes terminará a sua migração.

https://zap.aeiou.pt/nos-canais-de-utrecht-os-peixes-tem-uma-campainha-para-passar-pela-barreira-395491

França cria delito de “ecocídio” para punir poluição ambiental !

A lei resulta de uma recomendação da Convenção de Cidadãos pelo Clima e visa penalizar casos de poluição ambiental com crime específico.


A câmara baixa francesa aprovou, este sábado, a criação do delito de “ecocídio” para casos de poluição ambiental praticados forma intencional, no âmbito de uma lei sobre o clima que será votada a 4 de maio.

A ministra francesa da Transição Ecológica, Bárbara Pompili, saudou esta “lei que vai tocar o quotidiano de todos os cidadãos”, na sequência de uma proposta dos membros da Convenção dos Cidadãos pelo Clima (CCC) que estão na origem do projeto.

A esquerda considera a figura de delito insuficiente, já que pretendia que ficasse consagrado a definição de “crime de ecocídio”, enquanto a direita levanta dúvidas sobre “incerteza jurídica” desta medida, noticiou a agência AFP.

A lei resulta de uma recomendação da Convenção de Cidadãos pelo Clima, grupo de cerca de uma centena de personalidades criado pelo Governo para debater as questões ligadas ao meio ambiente e propor medidas concretas.

Os membros deste órgão, criado pelo Presidente Emmanuel Macron como forma de incentivar a participação dos cidadãos nas políticas das alterações climáticas, apresentaram suas propostas em junho de 2020.

Na sequência destas propostas, o Governo francês avançou com uma série de projetos de lei, de decretos e outras iniciativas de caráter europeu.

O principal objetivo é reduzir até 2030 as emissões de gases que provocam o aquecimento do clima em, pelo menos, 40% em relação a 1990, através de medidas e regras de justiça social.

https://zap.aeiou.pt/franca-cria-delito-de-ecocidio-396070

 

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