Uma equipa de arqueólogos anunciou esta quinta-feira a descoberta de uma grande cidade faraónica antiga que permaneceu “invisível” durante séculos perto de alguns dos monumentos mais conhecidos do Egito.
A cidade foi construída há mais de 3.400 anos durante o reinado opulento de Amenhotep III, um dos faraós mais poderosos do Egito, de acordo com o arqueólogo egípcio que supervisionou as escavações, Zahi Hawass.
Segundo o The New York Times, a equipa começou a procurar um templo mortuário perto de Luxor em setembro e, em poucas semanas, encontrou formações de tijolos de lama em todas as direções.
Os arqueólogos desenterraram a cidade bem preservada que tinha paredes quase completas e quartos cheios de ferramentas da vida diária, juntamente com anéis, escaravelhos, vasos de cerâmica colorida e tijolos de barro com os selos do cartucho de Amenhotep.
“As ruas da cidade são ladeadas por casas e algumas das suas paredes têm até três metros de altura”, disse Hawass.
Após sete meses de escavações, várias áreas ou bairros foram descobertos. Na parte sul, a missão encontrou uma padaria, uma área para cozinhar e preparar alimentos, com fornos e guarda-louças. Devido ao seu tamanho, a cozinha atendia um grande número de trabalhadores e funcionários.
A segunda área ainda parcialmente descoberta é o distrito administrativo e residencial, com unidades maiores e bem ordenadas.
Esta área é cercada por uma parede em ziguezague, com um único ponto de acesso que leva a corredores internos e áreas residenciais. A entrada única sugere que se tratava de uma espécie de segurança, com possibilidade de controlar a entrada e saída em zonas fechadas.
A terceira área é uma oficina. Por um lado, é a área de produção dos tijolos de barro usados para construir templos e anexos. Por outro, inclui um grande número de moldes de fundição para a elaboração de amuletos e elementos decorativos. Esta é mais uma prova da extensa atividade na cidade para produzir decorações para templos e túmulos.
As escavações localizam-se na margem oeste de Luxor, perto dos Colossos de Memnon, Medinet Habu e do Ramesseum, ou templo mortuário do rei Ramsés II, não muito longe do Vale dos Reis.
“Esta é uma descoberta muito importante”, disse Peter Lacovara, diretor do Ancient Egyptian Heritage and Archaeology Funds.
O estado de preservação e o volume dos objetivos do quotidiano lembram outra escavação famosa. “É uma espécie de Pompeia egípcia antiga e mostra a necessidade crítica de preservar esta área como um parque arqueológico”, disse Lacovara, que trabalhou na área do palácio Malqata durante mais de 20 anos, mas não esteve envolvido nas escavações.
O local contém um grande número de fornos para fazer vidro e faiança, juntamente com os destroços de milhares de estátuas, disse Betsy Bryan, especialista no reinado de Amenhotep III.
“Só localizar os centros de manufatura já abre os detalhes sobre a forma como os egípcios sob um grande e rico governante como Amenhotep III fizeram o que fizeram”, disse Bryan. “A descoberta desta cidade perdida é a segunda descoberta arqueológica mais importante desde o túmulo de Tutankhamon”.
https://zap.aeiou.pt/arqueologos-descobrem-a-antiga-pompeia-egipcia-393891
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