Ao analisar a temperatura da atmosfera, que se encontra a vários quilómetros acima da Terra, os investigadores descobriram uma forma de prever quantos furacões podem afetar o Golfo do México no verão e no outono.
Os novos modelos de previsão de furacões no Golfo do México podem ajudar as autoridades a planear respostas a grandes desastres, tal como a mitigar o perigo apresentado por furacões como o Ida.
Os climatologistas desenvolveram várias técnicas para prever a intensidade da época de furacões. No entanto, a maioria deles vê a bacia do Atlântico como um todo, e não apenas como o Golfo. Segundo os autores do novo estufo, esta perceção é um problema já que as condições geográficas e climáticas são bastante diferentes no Golfo do México, que é uma sub-bacia do Atlântico.
“O Golfo do México é uma sub-bacia do Atlântico muito ativa”, referiu Paul Miller, principal autor no novo estudo, publicado na revista AGU Geophysical Research Letters.
Além disso, como o Golfo é quase totalmente fechado, estas tempestades geralmente envolvem algum tipo de impacto terrestre.
Estes fatores são a razão pela qual é importante haver a capacidade de prever a quantidade de furacões que podem impactar o Golfo, mas até agora não havia uma forma eficaz de o fazer.
Durante a pesquisa, a equipa examinou os registos de modelos mantidos pelo National Center for Environmental Prediction a partir de 2012, de modo a procurar tendências que pudessem revelar formas de prever tempestades no Golfo.
Os investigadores, escreve o Phys, notaram uma correlação entre a temperatura na metade da troposfera – a camada mais baixa da atmosfera da Terra – e o número de tempestades.
A temperatura média dessa área acima do Golfo, prevista por modelos executados em maio, pode prever com precisão quantas tempestades poderão passar pelo Golfo de junho a novembro – que corresponde à típica altura de tempestades.
Corene Matyas, professora de geografia da Universidade da Flórida, sublinha a importância deste avanço. “Criaram uma métrica bastante simples para tentar prever furacões no Golfo do México”, referiu.
A maioria dos modelos tenta apenas prever os sistemas de tempestades do Atlântico como um todo, acrescentou, referindo que esta técnica destaca “a necessidade de olhar para uma sub-região de toda a bacia do Atlântico porque as condições podem ser diferentes”.
Por sua vez, Miller afirma que as autoridades competentes podem usar este modelo para preparar melhor os recursos para a mitigação de desastres, seja a instalação de abrigos ou outras questões.
Também as indústrias podem usá-lo para desacelerar as operações antes de possíveis grandes estragos.
Um exemplo de uma grande tempestade que atingiu o Golfo do México nos últimos tempos foi o furacão Ida.
O impacto do furacão reduziu a produção de petróleo no Golfo do México durante semanas e agora vai manter a pressão sobre as reservas até ao início do próximo ano, alertou a Agência Internacional de Energia (AIE).
Só em agosto, estima-se que tenha havido uma nova queda de 31,1 milhões de barris.
https://zap.aeiou.pt/modelo-prever-furacoes-golfo-do-mexico-432107
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