Erupção
do vulcão Tungurahua em 1999. Na ocasião, mais de 25 mil pessoas
tiveram que ser evacuadas das regiões vizinhas da montanha. Crédito:
Ecuador Postales.
Também conhecido como Gigante Negro, Tungurahua é um dos vulcões mais
ativos do planeta e de acordo com estudos recentes está apresentando
sinais que podem resultar no colapso de uma de suas paredes laterais. Se
isso acontecer, há possibilidade de grandes deslizamentos de terra com
potencial para causar danos generalizados ao redor da montanha.
Tungurahua tem 5 mil metros
de altura e se localiza no centro andino do Equador, a 140 quilômetros
da capital Quito. Uma de suas características mais assustadoras é a
potência das suas explosões, geradoras de intensos tremores sísmicos.
Observações recentes apontam para a existência de uma falha no
flanco ocidental da montanha, que segundo os pesquisadores, está
enfraquecido, com grandes possibilidades de colapsar.
Tungurahua,
que língua indígena dos povos quíchua significa "garganta do fogo" está
persistentemente ativo desde 1999, quando uma forte atividade forçou a
evacuação de 25 mil pessoas de comunidades próximas. Em novembro de
2015, o Gigante Negro, como também é chamado, sofreu diversas explosões
que deslocaram em 3.5 centímetros a posição da montanha.
Mapa
dos arredores do vulcão Tungurahua. A linha pontilhada azul indica a
localização de uma enorme cicatriz criada há 3 mil anos, após o colapso
do flanco oriental da montanha. O ponto azul é a saída principal do
vulcão. Crédito: Earth and Planetary Science Letters
Vulcão extremamente ativo
Há
três mil anos, o flanco oeste do cone de Tungurahua entrou em colapso,
provocando uma avalanche generalizada de detritos, entre rochas, neve e
água por mais de 80 quilômetros quadrados..
Para
chegar a conclusão de que a lateral da montanha pode ruir novamente, os
cientistas compararam as atividades recentes com observações geofísicas
e geoquímicos mais antigas, com o objetivo era testar os diferentes
mecanismos que podem levar ao colapso do flanco.
"Além das
observações físicas usamos também dados de satélite e isso nos permitiu
observar deformações muito rápidas do flanco ocidental e concluímos que
as causas estão associadas aos desequilíbrios entre o fluxo de magma e
as erupção de material", disse o líder do estudo James Hickey, ligado à
Camborne School of Mines.
Modelos geofísicos combinados com
observações visuais de superfície mostram que uma região de
armazenamento de magma abaixo do vulcão provavelmente está criando uma
zona de "fraqueza preferencial". Segundo os pesquisadores, o estresse
físico dessa região havia diminuído anteriormente o que pode ter levado
ao acúmulo de magma ao longo do tempo. Se o fluxo continuar, o volume
deve criar estresse suficiente para aumentar a instabilidade do flanco,
que poderá desmoronar no caso de uma nova erupção.
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