Uma nova análise de astrónomos da Universidade Stony Brook,
em Nova Iorque, revelou que as estrelas “roubam” planetas umas às outras
– e isso também poderá ter acontecido no nosso próprio Sistema Solar.
Quase tudo o que sabemos sobre a formação dos planetas foi aprendido
pela observação das estrelas na nossa vizinhança. No entanto, as nossas
teorias não explicam tudo o que já vimos noutros sistemas planetários,
como grandes planetas semelhantes a Júpiter que orbitam perto de
pequenas estrelas com pouca massa – algo que não deveria acontecer.
Rosalba Perna, co-autora do estudos publicados este mês na revista científica Earth and Planetary Astrophysics e que estão disponíveis da plataforma de pré-impressão ArXiv,
e os seus colegas usaram simulações em computador para investigar o que
acontece quando duas estrelas vizinhas se aproximam demasiado.
Os investigadores descobriram que, dentro dos aglomerados de
estrelas, estas abordagens frequentemente causam estragos nos sistemas
planetários, destruindo, expulsando e até roubando planetas,
que passariam de uma estrela para a outra como resultado de interações
gravitacionais. De acordo com os cálculos, estes eventos ocorreriam
aproximadamente uma vez a cada mil milhões de anos em cada sistema
planetário.
Apesar de não parecer muito, se tivermos em conta o grande número de
estrelas que há em cada aglomerado, percebemos que estes episódios
acontecem com frequência, escreve o jornal espanhol ABC.
E, para os investigadores, isto poderia explicar estranhos exoplanetas descobertos
até agora, como os gigantes gasosos, que podem ter nascer em torno de
estrelas semelhantes ao Sol e depois roubados por outras estrelas mais
pequenas durante um desses encontros.
E como poderemos encontrar estes planetas roubados? Basta procurar órbitas muito íngremes que não correspondem ao plano orbital do resto dos mundos da estrela hospedeira.
Não precisamos de ir longe para encontrar episódios deste. O mesmo
poderá ter acontecido na nossa própria “casa”. O Sistema Solar passou
milhões de anos a formar-se no meio de um denso grupo de pelo menos
outras duas mil estrelas. Isto significa que o Sol poderia ter tido, em
origem, mais um planeta que terá sido “arrancado” de si pouco depois de se nascer.
Por outro lado, também é possível que o nosso Sol tenha roubado
planetas de estrelas vizinhas. Até poderia até ter “trocado” mundos com
outra estrela – mundos esses que ainda estão à espera de serem
descobertos nos limites do Sistema Solar.
Sem comentários:
Enviar um comentário