terça-feira, 23 de março de 2021

Tempestades de poeira em Marte terão acelerado perda de água !

As tempestades de poeira em Marte terão acelerado a perda de água no planeta, concluíram dois estudos divulgados, esta segunda-feira, pela Agência Espacial Europeia (ESA).


Segundo os estudos, citados em comunicado pela ESA, Marte terá perdido uma camada de água de dois metros de profundidades a cada mil milhões de anos, mas ainda hoje, apesar de inóspito, vaza pequenas quantidades remanescentes na sua atmosfera.

Atualmente, a água em Marte, que terá sido abundante, só existe sob a forma de gelo ou gás devido à baixa pressão atmosférica.

Dados da sonda europeia Mars Express revelam, de acordo com a ESA, que a fuga de água de Marte para o espaço foi acelerada por tempestades de poeira e pela proximidade do planeta com o Sol, mas sugerem também que uma parte da água “pode ter recuado para o subsolo”. 

Os novos estudos, liderados pelos investigadores Anna Fedorova, do Instituto de Investigação Espacial da Academia Russa de Ciências, e Jean-Yves Chaufray, do Laboratório de Atmosferas e Observações Espaciais de França, que assentam nestes dados, complementam informação recentemente obtida a partir do satélite europeu TGO, que aponta para que a perda de água em Marte possa estar ligada a mudanças sazonais.

Anna Fedorova e a sua equipa estudaram, durante oito anos marcianos, o vapor de água na atmosfera do planeta, desde o solo até uma altitude de 100 quilómetros, “região que ainda não havia sido explorada”.

O vapor de água “permaneceu confinado” a menos de 60 quilómetros de altitude quando Marte estava longe do Sol, mas “estendeu-se” até 90 quilómetros de altitude quando o planeta estava mais próximo do Sol.

Perto do Sol, “as temperaturas mais quentes e a circulação mais intensa na atmosfera impediram que a água congelasse a uma determinada altitude”.

“Então, a atmosfera superior fica humedecida e saturada de água, o que explica porque as taxas de fuga de água aumentam durante esta temporada: a água é transportada para mais alto, ajudando a sua fuga para o Espaço”, assinalou a investigadora, citada no comunicado da ESA.

Nos anos em que Marte teve uma tempestade de poeira, a parte superior da atmosfera tornou-se ainda mais húmida, acumulando água em excesso em altitudes de mais de 80 quilómetros.

Para Anna Fedorova, tal significa que “as tempestades de poeira, que são conhecidas por aquecer e perturbar a atmosfera de Marte, também levam água a grandes altitudes”.

No seu estudo, o grupo liderado por Jean-Yves Chaufray acrescenta que parte da água de Marte pode não ter escapado para o Espaço através da atmosfera, mas “recuado” para o subsolo.

“Como nem tudo foi perdido para o Espaço, os nossos resultados sugerem que ou a água se moveu para o subsolo ou as taxas de fuga de água eram muito mais altas no passado”, sustentou o investigador.

https://zap.aeiou.pt/tempestades-poeira-marte-perda-agua-389381

 

Sem comentários:

Enviar um comentário

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...