Investigadores encontraram evidências que sugerem uma associação entre o clima chuvoso e húmido na Toscana e milagres de santos italianos relacionados com água.
Uma equipa internacional de investigadores conseguiu usar isótopos de estalagmites na região da Toscana, no norte de Itália, para entender melhor como era o clima no século VI e fornecer evidências para alguns registos de milagres e histórias do fantástico.
Estalagmites são formações rochosas pontiagudas no solo das cavernas e fornecem um registo das condições ambientais em que se formaram. Desta forma, os investigadores puderam compilar uma linha temporal da atividade climática durante várias centenas de anos.
Os resultados, publicados recentemente na revista científica Climatic Change, mostraram um clima excecionalmente húmido durante o século VI. Os autores especulam que a humidade pode ter vindo da fase negativa da Oscilação do Atlântico Norte, que tende a empurrar o ar húmido para Itália, escreve o portal Big Think.
Mas o que tem o clima a ver com os alegados milagres feitos por santos? Os registos dos santos daquela época já apresentam numerosos exemplos de homens santos que, de alguma forma, controlaram os problemas da chuva excessiva.
O conto de São Frigidiano conta como este homem comandou com sucesso o rio Serchio de forma a que este fluísse por um caminho que ele próprio criou, salvando a cidade de Luca, na Toscana. Um quinto dos milagres descritos nos Diálogos sobre os Milagres dos Padres Italianos, um registo dos santos, são milagres relacionados com água.
“Fontes literárias, em particular histórias sobre santos, não devem ser tomadas como um registo direto de eventos passados. Elas, no entanto, refletem a cosmovisão dos escritores da Igreja e a base para a sua interpretação de fenómenos meteorológicos extraordinários”, salienta o coautor do estudo, Robert Wiśiewski, da Universidade de Varsóvia, na Polónia.
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