Poucas perguntas são mais difíceis de responder do que “como começou a vida na Terra”. Mas encontrar esta resposta, para os cientistas, é um trabalho compreensivelmente difícil — uma vez que estamos a falar de eventos que ocorreram há quase 4 mil milhões de anos.
Como começou afinal a vida na Terra? De acordo com um novo estudo, publicado na revista Nature em fevereiro deste ano, parece haver uma nova pista para responder a esta questão.
Segundo a Science Alert, a nova pesquisa centra-se especificamente em peptídeos, versões mais pequenas das proteínas, e um dos blocos básicos de construção necessários para que a vida exista.
Os peptídeos controlam todos os tipos de processos no corpo, e normalmente é necessário que haja água por perto para que estes se formem.
Os peptídeos são formados por pequenos compostos orgânicos – os aminoácidos. O novo estudo demonstra como um precursor químico chamado amino ceteno — que pode formar o aminoácido glicina — pode ser criado em condições cósmicas e sem qualquer presença da água.
“Em vez de seguirmos o processo químico normal com que os aminoácidos são formados, quisemos descobrir se as moléculas de amino ceteno não poderiam combinar-se diretamente, sem água, para formar peptídeos”, explica o astrofísico Serge Krasnikutski, da Universidade de Jena, na Alemanha.
“Fizemo-lo sob as condições que prevalecem nas nuvens moleculares cósmicas, ou seja, nas partículas de pó num vácuo, onde os químicos correspondentes estão presentes em abundância: carbono, amoníaco e monóxido de carbono”.
A equipa usou uma câmara de vácuo ultra-alto para imitar o espaço e substratos que imitam partículas de poeira para simular uma reação que funciona a cerca de um trilionésimo da pressão normal do ar e a uma temperatura de -263 graus Celsius.
As expriências permitiram detetar a presença de amino ceteno, e, dizem os investigadores, a sua natureza altamente reativa foi provavelmente a chave para que a reação tivesse sido possível — caso contrário, a baixa temperatura teria impedido a reação de acontecer.
“As investigações mostraram que, nestas condições, a partir de químicos simples, se formou um peptídeo — a pologlicina“, diz Krasnokutski.
“Estas são, portanto, cadeias do aminoácido glicina muito simples, e observámos comprimentos diferentes. Os espécimes mais longos consistiam em onze unidades do aminoácido”, acrescenta o investigador.
As condições no interior das nuvens de poeira cósmica poderiam assim permitir a formação de peptídeos — e explicar como é que os peptídeos chegaram à Terra.
Terá sido assim que a vida no nosso planeta começou? Segundo os cientistas, talvez — mas são necessários mais estudos para o confirmar.
https://zap.aeiou.pt/chave-para-a-origem-da-vida-na-terra-cientistas-criaram-peptideos-numa-nuvem-de-poeira-cosmica-463661
Como começou afinal a vida na Terra? De acordo com um novo estudo, publicado na revista Nature em fevereiro deste ano, parece haver uma nova pista para responder a esta questão.
Segundo a Science Alert, a nova pesquisa centra-se especificamente em peptídeos, versões mais pequenas das proteínas, e um dos blocos básicos de construção necessários para que a vida exista.
Os peptídeos controlam todos os tipos de processos no corpo, e normalmente é necessário que haja água por perto para que estes se formem.
Os peptídeos são formados por pequenos compostos orgânicos – os aminoácidos. O novo estudo demonstra como um precursor químico chamado amino ceteno — que pode formar o aminoácido glicina — pode ser criado em condições cósmicas e sem qualquer presença da água.
“Em vez de seguirmos o processo químico normal com que os aminoácidos são formados, quisemos descobrir se as moléculas de amino ceteno não poderiam combinar-se diretamente, sem água, para formar peptídeos”, explica o astrofísico Serge Krasnikutski, da Universidade de Jena, na Alemanha.
“Fizemo-lo sob as condições que prevalecem nas nuvens moleculares cósmicas, ou seja, nas partículas de pó num vácuo, onde os químicos correspondentes estão presentes em abundância: carbono, amoníaco e monóxido de carbono”.
A equipa usou uma câmara de vácuo ultra-alto para imitar o espaço e substratos que imitam partículas de poeira para simular uma reação que funciona a cerca de um trilionésimo da pressão normal do ar e a uma temperatura de -263 graus Celsius.
As expriências permitiram detetar a presença de amino ceteno, e, dizem os investigadores, a sua natureza altamente reativa foi provavelmente a chave para que a reação tivesse sido possível — caso contrário, a baixa temperatura teria impedido a reação de acontecer.
“As investigações mostraram que, nestas condições, a partir de químicos simples, se formou um peptídeo — a pologlicina“, diz Krasnokutski.
“Estas são, portanto, cadeias do aminoácido glicina muito simples, e observámos comprimentos diferentes. Os espécimes mais longos consistiam em onze unidades do aminoácido”, acrescenta o investigador.
As condições no interior das nuvens de poeira cósmica poderiam assim permitir a formação de peptídeos — e explicar como é que os peptídeos chegaram à Terra.
Terá sido assim que a vida no nosso planeta começou? Segundo os cientistas, talvez — mas são necessários mais estudos para o confirmar.
https://zap.aeiou.pt/chave-para-a-origem-da-vida-na-terra-cientistas-criaram-peptideos-numa-nuvem-de-poeira-cosmica-463661
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