segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Descoberta super-Terra que só precisa de meio dia para orbitar a sua estrela


Uma equipa de “caçadores de planetas” da Universidade da Califórnia (UC), nos Estados Unidos, descobriu uma super-Terra quente e rochosa (TOI-561b) que só precisa de meio dia terrestre para orbitar a sua estrela.

Esta super-Terra – um mundo com uma massa superior à da Terra mas inferior à dos gigantes gasosos do Sistema Solar, como Júpiter ou Saturno – está perto de uma das estrelas mais antigas da Via Láctea e é 50% maior do que a Terra.

“Para cada dia em que estamos na Terra, este planeta orbita a sua estrela duas vezes”, disse Stephen Kane, astrofísico planetário da UC, citado em comunicado.

A curta órbita de TOI-561b pode ser justificada em parte pela proximidade do planeta à sua estrela, que faz com que esta super-Terra tenha uma temperatura média à superfície de 1.700 graus Celsius, valores incompatíveis com a vida tal qual como a conhecemos.

Kane explica também que apesar de a super-Terra ter uma massa três vezes superior à da Terra, a sua densidade é semelhante à do nosso planeta. “Isto é surpreendente, porque esperaríamos que a densidade fosse maior”, explicou, acrescentando: “Isto é consistente com a noção do que a planeta é extremamente antigo”.

Quando mais antigo é uma planeta, sustenta na mesma nota, menos denso será, uma vez que não existiam tantos elementos pesados na altura em que se formou. Estes elementos são produzidos por reações de fusão nas estrelas à medida que estas “envelhecem”.

Eventualmente, as estrelas acabam por explodir, dispersando estes elementos que, posteriormente, são o ponto de partida para a formação de novas estrelas e planetas.

“TOI-561b é um dos planetas rochosos mais antigos já descobertos (…) A sua existência mostra que o Universo está a formar planetas rochosos quase desde o seu início, há 14 mil milhões de anos”, disse Lauren Weiss, autora principal do estudo, cujos resultados foram recentemente publicados na revista científica especializada Astronomical Journal.

“Batizada” depois do TESS (Transiting Exoplanet Study Satellite) da agência espacial norte-americana (NASA), esta super-Terra, oficialmente o TESS Object of Interest (TOI) 561, pertence a uma rara população de estrelas conhecida como disco espesso galáctico.

As estrelas abrangidas nesta região são quimicamente distintas, com menos elementos pesados, como ferro ou magnésio, habitualmente associados à construção de planetas.

https://zap.aeiou.pt/descoberta-super-terra-meio-dia-orbitar-372509

 

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