Segundo Kenmuir, o problema foi descoberto por ele e sua família ainda em sua infância. Em uma noite com problemas para adormecer, seu pai havia lhe pedido para que fechasse os olhos e contasse ovelhas. Entretanto, o ainda jovem Niel não conseguia enxergar nada dentro de sua mente, o que posteriormente seria diagnosticado como afantasia.
A doença da falta de imaginação
Após ser estudado pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, Niel disse que tinha problemas em compreender o conceito de imagens no cérebro. “Eu me lembro de não entender o que significava ‘contar ovelhas‘. Para mim, meus pais diziam isso no sentido figurado”, explicou.
Depois de inúmeras tentativas fracassadas de tentar criar alguma figura em seu cérebro, o britânico se mostrou aliviado por sua condição estar finalmente sendo pesquisada a fundo após anos tentando encontrar alguma informação sobre ela na internet.
O conceito de pessoas sem a capacidade de visualizar imagens foi criado em 1880 pelo cientista Francis Galton. No século XX, um levantamento chegou a sugerir que essa inabilidade atingia cerca de 2,5% da população mundial. Porém, a afantasia foi pouco explorada pela ciência até o início da última década, quando recebeu essa nomenclatura.
Os problemas da afantasia
A afantasia pode parecer uma condição inofensiva para a maioria das pessoas, porém pode ser um verdadeiro inconveniente na vida das pessoas que convivem com a falta de imaginação diariamente. De acordo com Niel, livros extremamente descritivos de suas ambientações são um caso perdido mesmo para ele que é amante da leitura.
Porém, a maior dificuldade é quando a afantasia afeta sua vida pessoal. Para o britânico, até mesmo pensar em uma pessoa querida pode ser muito frustrante, já que sua cabeça não consegue reproduzir qualquer imagem de sua noiva, por exemplo, por mais que ele se esforce bastante para que isso ocorra.
Para explicar tal condição, Kenmuir sempre possui uma bela analogia engatilhada. “A mente é como um quadro e os neurônios trabalham juntos para projetar algo nesse objeto. Meus neurônios todos funcionam perfeitamente, exceto que eu não tenho uma tela para ser pintada”, descreveu.
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