Esta impressão de artista mostra um hipotético planeta "rejuvenescido" - um gigante gasoso que reclamou o seu brilho infravermelho da juventude. O Telescópio Espacial Spitzer da NASA encontrou evidências de um planeta deste género em órbita de uma estrela morta, chamada PG 0010+280.
Crédito: NASA/JPL-Caltech
Para um planeta, seria como um dia no spa. Depois de anos a envelhecer, um planeta massivo poderá, em teoria, alegrar-se com um brilho radiante e jovem. Os planetas rejuvenescidos, como são chamados, são apenas hipotéticos. Mas uma nova pesquisa do Telescópio Espacial Spitzer da NASA identificou um tal candidato, aparentemente com um aspeto milhares de milhões de anos mais jovem do que na realidade tem.
"Quando os planetas são jovens, brilham ainda com a luz infravermelha da sua formação," afirma Michael Jura da UCLA (University of California, Los Angeles), coautor de um novo artigo publicado na edição de 10 de junho da revista The Astrophysical Journal Letters. "Mas à medida que envelhecem e ficam mais frios, deixamos de os poder ver. Os planetas rejuvenescidos tornam-se visíveis novamente."
Como pode um planeta reclamar a essência da sua juventude? Há anos atrás, os astrónomos previram que alguns planetas gigantes, parecidos com Júpiter, podem acumular massa das suas estrelas moribundas. À medida que as estrelas como o nosso Sol envelhecem, incham até gigantes vermelhas e perdem gradualmente cerca de metade ou mais da sua massa, encolhendo até esqueletos estelares que chamamos de anãs brancas. As estrelas moribundas expelem ventos de material que caem para os planetas gigantes possivelmente em órbita nos confins do sistema estelar.
Assim, um planeta gigante pode inchar em massa e aquecer-se devido ao atrito sentido pelo material em queda. Este planeta mais velho, tendo arrefecido durante milhares de milhões de anos, irradiaria mais uma vez um brilho quente e infravermelho.
O novo estudo descreve uma estrela morta, ou anã branca, denominada PG 0010+280. Um estudante do projeto, Blake Pantoja, na altura na Universidade da Califórnia em Los Angeles, descobriu por acaso radiação infravermelha em redor desta estrela enquanto pesquisava dados obtidos pelo WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) da NASA. Uma pesquisa de acompanhamento levou a equipa a observações da estrela com o Spitzer, obtidas em 2006, que também mostravam o excesso de luz infravermelha.
Ao início, a equipa pensava que a luz infravermelha em excesso vinha provavelmente de um disco de material em redor da anã branca. Mais ou menos na última década, foram descobertos cada vez mais discos em torno destas estrelas mortas - cerca de 40 até agora. Pensava-se que os discos eram formados quando asteroides vagueavam demasiado perto das anãs brancas, sendo mastigados pelas suas intensas forças gravitacionais.
Outra evidência para a quebra de asteroides por anãs brancas vem de observações dos elementos nas anãs brancas. As anãs brancas devem conter apenas hidrogénio e hélio nas suas atmosferas, mas os investigadores encontraram sinais de elementos mais pesados - como o oxigénio, magnésio, silício e ferro - em aproximadamente 100 sistemas até à data. Os elementos são considerados restos de asteroides esmagados que poluem as atmosferas das anãs brancas.
Mas os dados da anã branca PG 0010+280 pelo Spitzer não encaixam bem com os modelos para os discos de asteroides, levando a equipa a debruçar-se sobre outras possibilidades. Talvez a radiação infravermelha seja proveniente de uma pequena estrela "falhada" companheira, chamada anã castanha - ou, ainda mais interessante, de um planeta rejuvenescido.
"Acho que a parte mais excitante desta pesquisa é que o excesso de luz infravermelha pode potencialmente vir de um planeta gigante, embora precisemos de mais trabalho para o provar," afirma Siyi Xu de UCLA e do ESO na Alemanha. "Se confirmado, dir-nos-á diretamente que alguns dos planetas podem sobreviver à fase de gigante vermelha das estrelas e estar presente em torno de anãs brancas."
No futuro, o Telescópio Espacial James Webb da NASA poderá ajudar a distinguir entre o brilho de um disco e o brilho de um planeta em redor de uma estrela morta, resolvendo o mistério. Mas, por agora, a busca por planetas rejuvenescidos - bem como a própria busca da fonte da juventude pela humanidade - perdura.
"Quando os planetas são jovens, brilham ainda com a luz infravermelha da sua formação," afirma Michael Jura da UCLA (University of California, Los Angeles), coautor de um novo artigo publicado na edição de 10 de junho da revista The Astrophysical Journal Letters. "Mas à medida que envelhecem e ficam mais frios, deixamos de os poder ver. Os planetas rejuvenescidos tornam-se visíveis novamente."
Como pode um planeta reclamar a essência da sua juventude? Há anos atrás, os astrónomos previram que alguns planetas gigantes, parecidos com Júpiter, podem acumular massa das suas estrelas moribundas. À medida que as estrelas como o nosso Sol envelhecem, incham até gigantes vermelhas e perdem gradualmente cerca de metade ou mais da sua massa, encolhendo até esqueletos estelares que chamamos de anãs brancas. As estrelas moribundas expelem ventos de material que caem para os planetas gigantes possivelmente em órbita nos confins do sistema estelar.
Assim, um planeta gigante pode inchar em massa e aquecer-se devido ao atrito sentido pelo material em queda. Este planeta mais velho, tendo arrefecido durante milhares de milhões de anos, irradiaria mais uma vez um brilho quente e infravermelho.
O novo estudo descreve uma estrela morta, ou anã branca, denominada PG 0010+280. Um estudante do projeto, Blake Pantoja, na altura na Universidade da Califórnia em Los Angeles, descobriu por acaso radiação infravermelha em redor desta estrela enquanto pesquisava dados obtidos pelo WISE (Wide-field Infrared Survey Explorer) da NASA. Uma pesquisa de acompanhamento levou a equipa a observações da estrela com o Spitzer, obtidas em 2006, que também mostravam o excesso de luz infravermelha.
Ao início, a equipa pensava que a luz infravermelha em excesso vinha provavelmente de um disco de material em redor da anã branca. Mais ou menos na última década, foram descobertos cada vez mais discos em torno destas estrelas mortas - cerca de 40 até agora. Pensava-se que os discos eram formados quando asteroides vagueavam demasiado perto das anãs brancas, sendo mastigados pelas suas intensas forças gravitacionais.
Outra evidência para a quebra de asteroides por anãs brancas vem de observações dos elementos nas anãs brancas. As anãs brancas devem conter apenas hidrogénio e hélio nas suas atmosferas, mas os investigadores encontraram sinais de elementos mais pesados - como o oxigénio, magnésio, silício e ferro - em aproximadamente 100 sistemas até à data. Os elementos são considerados restos de asteroides esmagados que poluem as atmosferas das anãs brancas.
Mas os dados da anã branca PG 0010+280 pelo Spitzer não encaixam bem com os modelos para os discos de asteroides, levando a equipa a debruçar-se sobre outras possibilidades. Talvez a radiação infravermelha seja proveniente de uma pequena estrela "falhada" companheira, chamada anã castanha - ou, ainda mais interessante, de um planeta rejuvenescido.
"Acho que a parte mais excitante desta pesquisa é que o excesso de luz infravermelha pode potencialmente vir de um planeta gigante, embora precisemos de mais trabalho para o provar," afirma Siyi Xu de UCLA e do ESO na Alemanha. "Se confirmado, dir-nos-á diretamente que alguns dos planetas podem sobreviver à fase de gigante vermelha das estrelas e estar presente em torno de anãs brancas."
No futuro, o Telescópio Espacial James Webb da NASA poderá ajudar a distinguir entre o brilho de um disco e o brilho de um planeta em redor de uma estrela morta, resolvendo o mistério. Mas, por agora, a busca por planetas rejuvenescidos - bem como a própria busca da fonte da juventude pela humanidade - perdura.
Fonte: http://www.ccvalg.pt/astronomia/noticias/2015/06/30_pg_0010+280.htm
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