Mudanças nas temperaturas do Pacífico vão piorar a fome causada pelas secas do ano passado. Agência das Nações Unidas diz enfrentar "desafios críticos de financiamento".
A mudança nas temperatura das águas do oceano Pacífico ameaça provocar ainda mais fome no Sul de África, já assolada por graves secas em 2015. O alerta foi dado esta segunda-feira pelo Programa Mundial Alimentar (PAM), a maior agência das Nações Unidas de combate à fome, que estima que a falta de produção agrícola no ano passado tenha causado já a falta de alimentos a 14 milhões de pessoas na região.
A seca que se sente nos principais países produtores de alimentos no continente africano é preocupante, segundo escreve a agência num comunicado. Sobretudo agora que terminam os períodos de plantação de cereais e que habitualmente se sente a maior escassez de alimentos – só há colheitas em Abril e as poucas reservas do ano anterior estão já a esgotar-se.
“Ao conduzir pelo Sul da Zâmbia, vi campos de plantações severamente em risco pela falta de água e conheci agricultores em dificuldades para lidarem com uma segunda temporada de chuvas erráticas”, explica a directora-executiva do PAM, Ertharin Cousin.
A Zâmbia é um dos principais produtores alimentares no Sul de África. Segundo Cousin, “o que está a acontecer lá é razão para preocupações sérias não apenas para a própria Zâmbia mas para todos os países da região”. O Governo da África do Sul, o maior produtor alimentar da região, já anunciou que está a atravessar a pior seca dos últimos 50 anos.
O processo de aquecimento e arrefecimento de zonas diferentes do Pacífico é conhecido como El Niño. O fenómeno é causado pela mudança no padrão dos ventos sobre o oceano e o de este ano é já um dos mais graves de que há registo – é semelhante e pode mesmo a vir ultrapassar o pior na História, observado entre 1997 e 1998. O calor do mar afecta o curso das tempestades no mundo e causa abundância e escassez de chuvas em diferentes pontos do globo.
O PAM diz estar a enfrentar “desafios críticos de financiamento” que o impedem de aumentar os programas de ajuda alimentar e financeira que reserva habitualmente para esta altura do ano. As suas estimativas apontam para que se vivam os casos mais graves no Malawi, onde há 2,8 milhões de pessoas a passar fome, quase 1,9 milhões em Madagáscar e 1,5 milhões no Zimbabwe, tudo graças às secas do ano passado.
A agência diz que o El Niño só vai piorar a situação em 2016. “Estou particularmente preocupada que os pequenos agricultores não consigam colher o suficiente para alimentar as suas famílias ao longo do ano, quanto mais vender o pouco que possam para pagar propinas escolares e necessidades do lar”, diz Cousin. O relatório explica que a região sofre de uma “taxa alarmante de malnutrição crónica”, que, entre outras consequências, afecta o crescimento físico e desenvolvimento cognitivo das crianças.
O problema não é exclusivo do Sul de África. Na sexta-feira, uma outra agência de combate à fome das Nações Unidas, a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), lançava um alerta semelhante para o caso da Etiópia, que na década de 80 atravessou uma das mais graves crises alimentares de que há registo. Segundo a FAO, os efeitos do El Niño fizeram com que colheitas inteiras se perdessem no Leste da Etiópia. A morte de gado e produção agrícola ameaça 10,2 milhões de pessoas no país e a FAO pede 50 milhões de dólares para combater a crise deste ano.
A mudança nas temperatura das águas do oceano Pacífico ameaça provocar ainda mais fome no Sul de África, já assolada por graves secas em 2015. O alerta foi dado esta segunda-feira pelo Programa Mundial Alimentar (PAM), a maior agência das Nações Unidas de combate à fome, que estima que a falta de produção agrícola no ano passado tenha causado já a falta de alimentos a 14 milhões de pessoas na região.
A seca que se sente nos principais países produtores de alimentos no continente africano é preocupante, segundo escreve a agência num comunicado. Sobretudo agora que terminam os períodos de plantação de cereais e que habitualmente se sente a maior escassez de alimentos – só há colheitas em Abril e as poucas reservas do ano anterior estão já a esgotar-se.
“Ao conduzir pelo Sul da Zâmbia, vi campos de plantações severamente em risco pela falta de água e conheci agricultores em dificuldades para lidarem com uma segunda temporada de chuvas erráticas”, explica a directora-executiva do PAM, Ertharin Cousin.
A Zâmbia é um dos principais produtores alimentares no Sul de África. Segundo Cousin, “o que está a acontecer lá é razão para preocupações sérias não apenas para a própria Zâmbia mas para todos os países da região”. O Governo da África do Sul, o maior produtor alimentar da região, já anunciou que está a atravessar a pior seca dos últimos 50 anos.
O processo de aquecimento e arrefecimento de zonas diferentes do Pacífico é conhecido como El Niño. O fenómeno é causado pela mudança no padrão dos ventos sobre o oceano e o de este ano é já um dos mais graves de que há registo – é semelhante e pode mesmo a vir ultrapassar o pior na História, observado entre 1997 e 1998. O calor do mar afecta o curso das tempestades no mundo e causa abundância e escassez de chuvas em diferentes pontos do globo.
O PAM diz estar a enfrentar “desafios críticos de financiamento” que o impedem de aumentar os programas de ajuda alimentar e financeira que reserva habitualmente para esta altura do ano. As suas estimativas apontam para que se vivam os casos mais graves no Malawi, onde há 2,8 milhões de pessoas a passar fome, quase 1,9 milhões em Madagáscar e 1,5 milhões no Zimbabwe, tudo graças às secas do ano passado.
A agência diz que o El Niño só vai piorar a situação em 2016. “Estou particularmente preocupada que os pequenos agricultores não consigam colher o suficiente para alimentar as suas famílias ao longo do ano, quanto mais vender o pouco que possam para pagar propinas escolares e necessidades do lar”, diz Cousin. O relatório explica que a região sofre de uma “taxa alarmante de malnutrição crónica”, que, entre outras consequências, afecta o crescimento físico e desenvolvimento cognitivo das crianças.
O problema não é exclusivo do Sul de África. Na sexta-feira, uma outra agência de combate à fome das Nações Unidas, a Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO), lançava um alerta semelhante para o caso da Etiópia, que na década de 80 atravessou uma das mais graves crises alimentares de que há registo. Segundo a FAO, os efeitos do El Niño fizeram com que colheitas inteiras se perdessem no Leste da Etiópia. A morte de gado e produção agrícola ameaça 10,2 milhões de pessoas no país e a FAO pede 50 milhões de dólares para combater a crise deste ano.
Fonte: http://www.ultimosacontecimentos.com.br/fomes/el-nino-ameaca-sul-de-africa-onde-14-milhoes-ja-passam-fome.html
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