Um novo estudo revela que, quando a Terra era ainda muito jovem, deu origem a muitos continentes. Depois, engoliu-os, deixando para trás alguns vestígios.
Uma equipa de cientistas da Universidade Monash, na Austrália, descobriu que os continentes eram fracos e sujeitos à destruição na sua infância, uma descoberta que permitiu aos cientistas lançarem novas luzes sobre o início da história do nosso planeta.
De acordo com o Live Science, a investigação mostra que os primeiros continentes “morriam” muito jovens, abrindo caminho a continentes mais sólidos que, eventualmente, levaram ao surgimento das placas tectónicas.
“Os nossos resultados explicam que os continentes permaneceram fracos e sujeitos à destruição durante a sua infância, de 4,5 a [aproximadamente] quatro mil milhões de anos atrás. Progressivamente, diferenciaram-se e tornaram-se rígidos ao longo do próximo milhar de milhão de anos para formar o núcleo dos continentes modernos”, explicou Fabio Capitanio, principal autor do estudo.
“Esta foi a época da formação dos primeiros continentes, o surgimento do terreno, o desenvolvimento da atmosfera primitiva e o surgimento da vida primordial, todos resultado da dinâmica do interior do nosso planeta. A libertação de calor primordial interno, três a quatro vezes maior do que a atual, causou grande derretimento no manto raso, que foi expulso como magma [rocha derretida] para a superfície da Terra”, explicou Capitanio.
Segundo a equipa, o manto raso deixado por esse processo ficou desidratado e rígido e formou as quilhas dos primeiros continentes, fracos e sujeitos à destruição durante a sua infância.
“O registo geológico sugere que os primeiros continentes não sobreviveram e foram reciclados no interior do planeta, mas essa tendência inverteu-se dramaticamente há aproximadamente quatro mil milhões de anos, quando o pedaço mais duradouro dos continentes, os cratões, apareceu”, acrescentou Capitanio ao Live Science.
O estudo, publicado no dia 2 de dezembro na Nature, explica ainda os enigmáticos graus de derretimento e as estruturas em camadas observadas na maioria dos cratões na Terra e lança luzes sobre a formação dos supercontinentes e sobre a sua fragmentação nos continentes atuais.
https://zap.aeiou.pt/a-terra-passou-500-milhoes-de-anos-a-criar-e-a-comer-continentes-mortos-365029
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