O ESA-NASA Solar and Heliospheric Observatory (SOHO) foi lançado no dia 2 de dezembro de 1995 com o objetivo de fornecer uma visão abrangente do Sol. A missão ia durar dois anos, mas foi tão bem sucedida que a ESA e a NASA decidiram estender a sua vida útil várias vezes.
“O SOHO tem sido a base da física solar moderna e impulsionou muitas carreiras, incluindo a minha”, disse o professor Peter Gallagher, diretor do Dunsink Observatory e chefe de astrofísica do Institute for Advanced Stud, em Dublin, citado pelo Science Alert.
“A minha equipa, assim como muitas outras, continua a usar os dados do SOHO 25 anos depois. É uma missão incrível”, acrescentou. Segundo o diário, foram publicados quase 6.000 artigos científicos com base nos relatórios do observatório espacial.
O observatório foi o responsável pelas primeiras imagens da zona de convecção de uma estrela e da estrutura das manchas solares abaixo da superfície. Além disso, permitiu as medições mais detalhadas e precisas da estrutura de temperatura, rotação interna e fluxos de gás no interior solar.
A descoberta de novos fenómenos solares dinâmicos – como ondas coronais e tornados solares – e o rastreio do impacto da variabilidade solar no clima da Terra também foram impulsionados pelo SOHO. O Science Alert escreve ainda que a revolução de ser possível prever o clima espacial, avisando com até três dias de antecedência sobre distúrbios direcionados à Terra, tem a mão do observatório.
A missão foi lançada para fornecer uma visão abrangente do Sol e especialmente projetada para ajudar a entender o fluxo de energia e material da nossa estrela: o vento solar e as ejeções de massa coronal. Os principais objetivos do projeto eram determinar a estrutura e a dinâmica do interior solar, aprender mais sobre a coroa e descobrir onde ocorre o vento solar e como acelera.
A carga científica do SOHO compreende 12 instrumentos complementares, desenvolvidos e fornecidos por um consórcio internacional de 29 institutos de 15 países. Mais de 1.500 cientistas de todo o mundo estão diretamente envolvidos nos instrumentos SOHO ou usaram dados desta missão nas suas investigações.
Apesar de útil, o observatório não escapou a alguns percalços.
Dois anos e meio após o lançamento, em junho de 1998, o projeto quase terminou após uma manobra de rotina – o contacto foi perdido e a missão foi encerrada. Durante três meses, equipas compostas por engenheiros e cientistas trabalharam em conjunto, usando uma técnica chamada “radar bistático”, para encontrar e restabelecer contacto com o SOHO. E conseguiram.
Os especialistas usaram o Observatório de Arecibo, em Porto Rico, para transmitir um sinal para o SOHO e um dos pratos da Deep Space Network em Goldstone, na Califórnia, atuou como um recetor, localizando o eco do observatório e rastreando-o usando técnicas de radar. A equipa conseguiu colocar a missão novamente online e todos os instrumentos sobreviveram às temperaturas extremas do apagão.
Três meses depois, os três giroscópios de estabilização falharam. A equipa viu-se obrigada a desenvolver um novo software capaz de controlar o SOHO sem a necessidade de giroscópios. Agora, o observatório está a trabalhar em estreita colaboração com outras missões solares, como o Solar Dynamics Observatory, STEREO e a Parker Solar Probe.
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