domingo, 27 de dezembro de 2020

A NASA quer construir uma base lunar até 2030 e a impressão 3D pode mesmo ser o caminho

As missões Artemis começam já no próximo ano. A NASA quer levar astronautas à Lua em 2024 e, na lista de objetivos, tem uma base lunar permanente até ao final da década. Aquele que seria o primeiro habitat construído numa superfície extraterrestre é um dos maiores desafios da agência espacial norte-americana.

Construir uma base lunar é uma das façanhas mais ambiciosas da NASA e tudo indica que poderá mesmo tornar-se realidade graças a uma parceria entre a agência espacial e a startup Icon, especializada em construções utilizando impressoras 3D. O principal obstáculo são os custos de transporte do material necessário para a obra.

A empresa, sediada no Texas, está a trabalhar com a NASA para desenvolver uma tecnologia capaz de transformar a poeira lunar num material muito semelhante ao betão, adiantou o CEO Jason Ballard, citado pela CNN.

Os astrónomos da Apollo descobriram que a poeira, além de abrasiva, é altamente pegajosa. Na superfície lunar há muito regolito, pelo que configura um grande abastecimento de matéria-prima se o projeto for bem-sucedido.

O Projeto Olympus – batizado em homenagem ao maior vulcão do Sistema Solar – é uma grande aposta da startup, a primeira a utilizar a impressão 3D para construir uma residência com autorização governamental para ser habitada.

“Pensamos em construções extraterrestres desde a fundação da Icon. Tenho a certeza de que aprender a construir noutros mundos nos trará os avanços necessários para resolver problemas habitacionais que encontramos neste mundo”, explicou Ballard.

A empresa constrói casas desde 2018, mas terá de lidar com uma realidade muito diferente: altos níveis de radiação, mudanças bruscas de temperatura e a queda frequente de micrometeoritos são três dos maiores entraves à construção de uma base lunar.

A Icon tem realizado várias experiências com pequenas quantidades de regolito lunar para se familiarizar com a poeira, de forma a alterar o seu estado usando micro-ondas, lasers e luz infravermelha.

Entre as ideias já colocadas em cima da mesa está o preenchimento das paredes dos quartos com membranas de água para proteger da radiação e um sistema de iluminação capaz de simular o ciclo de dia e noite, para ajudar no sono dos habitantes.

Ballard também está otimista quanto ao potencial da tecnologia para a Terra. O responsável acredita que as descobertas do Projeto Olympus podem ajudar a resolver a crise imobiliária global.

A startup está a trabalhar em conjunto com as empresas de arquitetura Blake Ingels Group (BIG) e Space Exploration Architecture (SEArch+) na elaboração deste projeto.

https://zap.aeiou.pt/base-lunar-impressao-3d-367306

 

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