Algumas pessoas com sintomas prolongados de covid-19 estão a detetar odores desagradáveis, como cheiro a peixe, a queimado e a enxofre, semanas ou meses depois de terem sido infetadas pelo novo coronavírus.
De acordo com o canal televisivo Sky News, esta distorção dos cheiros, conhecida como parosmia, parece estar a afetar sobretudo jovens e profissionais de saúde infetados pela covid-19.
Em declarações ao mesmo canal, o otorrinolaringologista Nirmal Kumar, um dos primeiros médicos a identificar a perda de olfato (anosmia) como um dos sintomas da doença, diz ter notado que, entre os milhares de pacientes em tratamento para a anosmia no Reino Unido, alguns estão a sofrer também com este problema.
O médico explica que se trata de um sintoma “muito estranho e muito particular”. Os pacientes experienciam alucinações olfativas, o que significa que “o sentido do olfato está distorcido e, principalmente, de forma desagradável”.
Kumar acrescenta que este é um problema que “realmente incomoda os pacientes e que a sua qualidade de vida é significativamente afetada”. Alguns dos pacientes relatam sentir odores desagradáveis como, por exemplo, cheiro a peixe, a queimado e a enxofre.
“Este vírus tem uma afinidade com os nervos da cabeça e, em particular, com o nervo que controla o sentido do odor. Mas provavelmente afeta também outros nervos e afeta, pensamos nós, os neurotransmissores – mecanismos que enviam mensagens para o cérebro”, explica.
Além disso, “algumas pessoas estão também a reportar alucinações, perturbações no sono e alterações na audição. (…) Não sabemos os mecanismos exatos, mas estamos a procurar formas para tentar ajudar os pacientes na sua recuperação”, acrescenta.
Segundo a Sky News, as associações britânicas que ajudam pessoas com estas perturbações do olfato recomendam que os pacientes afetados pela parosmia façam um “treino de cheiro”, o que implica cheirar óleos de rosa, limão, cravinho ou eucalipto todos os dias, durante cerca de 20 segundos, numa tentativa de recuperar lentamente o olfato.
https://zap.aeiou.pt/parosmia-doentes-covid-19-prolongada-368871
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