A Terra foi atingida por vários asteroides há mil milhões de anos. Um novo estudo sugere que o fluxo de impacto pode ter sido dez vezes maior do que se pensava.
Não é propriamente novidade que a Terra foi bombardeada por grandes asteroides num passado distante, mas um novo estudo sugere que o número desses impactos pode ter sido dez vezes maior do que se pensava anteriormente. Terá sido uma “chuva” de asteroides semelhante àquela que dizimou os dinossauros.
Alguns desses impactos individuais podem ter sido muito grandes, possivelmente do tamanho de uma cidade — com 10 quilómetros de diâmetro.
Os cientistas acreditam que a Terra foi atingida por um número significativo de grandes asteroides, que terão tido um efeito significativo na química da superfície da Terra e na sua capacidade de hospedar vida.
Os ecos destes antigos impactos podem ser vistos na presença de “esférulas” encontradas em rochas antigas, em que os enormes impactos lançaram partículas derretidas e vapores que se embutiram na rocha como pequenas partículas.
Citada pela Europa Press, a investigadora Simone Marchi, do Southwest Research Institute, explica que os cientistas desenvolveram “um novo modelo de fluxo de impacto e compararam-no com uma análise estatística dos dados da antiga camada de esférulas”.
Com essa abordagem, a equipa de investigadores descobriu que os modelos atuais dos primeiros bombardeios da Terra subestimam seriamente o número de impactos conhecidos, conforme registado pelas camadas esféricas.
Assim, o verdadeiro fluxo de impactos poderá ter sido até dez vezes maior do que se pensava no período entre 3.500 e 2.500 milhões de anos atrás.
“Isso significa que naquele período inicial, provavelmente estávamos a ser atingidos por um impacto do tamanho de Chicxulub, em média, a cada 15 milhões de anos. Um espetáculo e tanto”, enfatiza Marchi.
Agora, os investigadores estão a tentar perceber se estes impactos podem ter afetado a evolução do oxigénio atmosférico.
“Descobrimos que os níveis de oxigénio teriam oscilado drasticamente no período de impactos intensos”, salienta Marchi. “Dada a importância do oxigénio para o desenvolvimento da Terra, e de facto para o desenvolvimento da vida, a sua possível ligação com as colisões é intrigante e justifica uma investigação mais aprofundada. Esta é a próxima etapa do nosso trabalho”.
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