Uma nova investigação levada a cabo nos Estados Unidos sugere que, além de dar energia, o café pode fornecer alguma proteção contra a covid-19.
Um novo estudo da Northwestern University, em Chicago, nos Estados Unidos, investigou o papel de diversos alimentos relativamente à suscetibilidade de infeção por covid-19.
Se, por um lado, consumir vegetais e ter sido amamentado pode reduzir o risco de apanhar o novo coronavírus, por outro, as carnes processadas podem aumentá-lo. No entanto, outros alimentos estudados — incluindo fruta, chá e carne vermelha — não parecem ter qualquer impacto, revela o artigo, publicado a 6 de julho na revista Nutrients.
“Sabemos que a covid é uma doença infecciosa, semelhante à pneumonia ou a outros tipos de infeções respiratórias. Sabemos que a imunidade desempenha um papel importante na nossa capacidade de combater algumas destas doenças infecciosas”, disse Marilyn Cornelis, coautora do estudo e professora associada de medicina preventiva na Northwestern University School of Medicine.
“Estava interessada em ver como a nutrição poderia desempenhar um papel porque sabemos que a nutrição tem um impacto sobre a imunidade”, acrescentou.
Além disso, o estudo liderado por Cornelis focou-se em questões de saúde individuais em termos de infeção por covid-19, incluindo o impacto de condições como a diabetes.
Os investigadores utilizaram, então, dados do UK Biobank UK para analisar a relação entre comportamentos alimentares de 2006 a 2010 e infeções por covid-19, entre março e novembro de 2020, nas mesmas pessoas e com foco em alimentos que afetam o sistema imunitário, segundo estudos anteriores.
Os resultados — que demonstram que a nutrição tem influência na proteção contra o vírus — basearam-se em cerca de 38 mil participantes que tinham sido testados ao SARS-CoV-2 e dos quais cerca de 17% tiveram um resultado positivo.
De acordo com as descobertas, o consumo de uma ou mais chávenas de café por dia está associado a uma diminuição de 10% no risco de apanhar covid-19, quando comparado com o consumo de menos de uma chávena por dia.
A probabilidade de se ser infetado desce também 10% se se tiver sido amamentado nos primeiros anos de vida e consumir pelo menos dois terços de uma dose diária de vegetais cozinhados ou crus (excluindo batatas) também reduz o risco.
Por outro lado, alguém que coma carne processada diariamente — pense-se em cachorros quentes e enchidos — tem um risco mais elevado de contrair a doença.
Apesar de o estudo não provar a relação direta de causa-efeito, estes factores alimentares parecem ter influência na nossa imunidade. Mas o motivo pelo qual o café parece ter um papel protetor maior do que o chá, por exemplo, ainda não é claro.
Tanto pode ser a maior quantidade de cafeína, como outros constituintes que tornam o café único, sugere Cornelis.
Enquanto o chá é frequentemente rico em flavonóides, o café tem mais polifenóis, especificamente ácido clorogénico, que já tem estado implicado na proteção de outras doenças não relacionadas com a covid-19, explica.
“Estas são apenas hipóteses, mas como a covid-19 é tão recente, é necessária mais investigação”, disse a coautora do artigo, citada pelo WebMD.
Consumir muitos vegetais, além de ser bom para a saúde em geral, parece também reduzir o risco de se ser infetado com o coronavírus, embora se desconheça se vegetais específicos fazem uma diferença maior.
“Algumas destas descobertas, são apenas indicadores de bons hábitos alimentares. Penso que apenas falam da importância de uma boa nutrição, não apenas para a covid-19, mas para a saúde em geral”, disse Cornelis.
https://zap.aeiou.pt/cafe-reduzir-probabilidade-covid-19-419396
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