O novo exoplaneta gigante b Centauri b é extraordinário — em diversos aspetos — e pode obrigar os cientistas a redefinir tudo o que se sabia sobre a formação dos planetas.
Uma equipa internacional de astrónomos descobriu um gigantesco exoplaneta, onze vezes mais denso do que Júpiter, em órbita de b Centauri, um jovem sistema solar binário localizado na constelação de Centauro, a 325 anos-luz da Terra.
Denominado de “b centauri b”, o novo planeta extrassolar é um dos mais densos alguma vez descobertos.
As suas duas estrelas, combinadas, são 6 a 10 vezes mais densas do que o nosso Sol, tornando-as o sistema solar com planetas mais massivo (e mais quente) até agora identificado.
A descoberta foi apresentada num artigo científico publicado a 8 de dezembro na edição digital na revista científica Nature.
“Encontrar um planeta em órbita de b Centauri é excitante, porque muda completamente o que se sabia acerca da possibilidade de estrelas massivas terem planetas na sua órbita”, explica Markus Janson, astrónomo da Universidade de Estocolmo e autor principal do estudo.
As duas estrelas b Centauri têm cerca de 15 milhões de anos — são estrelas bebés, se as compararmos com o nosso Sol, que arde há mais de 4.5 mil milhões de anos.
Com uma temperatura de 18.000°C, b Centauri A, a estrela principal da constelação, é três vezes mais quente do que o sol. Esta deveria ser uma condição desfavorável à formação de planetas, porque quanto mais quente é uma estrela, mais radiação emite, fazendo com que o gás circulante se evapore mais rapidamente.
“Estas estrelas criam à sua volta um ambiente destrutivo e perigoso, deveria ser extremamente difícil vir a formar-se algum planeta na sua orbita”, explica Janson, citado pelo Space.com.
O sistema binário b Centauri, o mais massivo com planetas até agora encontrado, com o seu planeta gigante b Centauri b (em baixo, à direita)
Com 11 vezes a massa de Júpiter, o maior planeta do sistema solar, b Centauri b chega a orbitar as suas estrelas a uma distancia 100 vezes superior à que separa Júpiter do Sol, o que pode explicar porque conseguiu sobreviver à densidade e temperatura extremas das suas estrelas.
O planeta poderá ter-se formado a partir de “acreções de núcleo”, teoria que explica a formação de planetas como Júpiter através de partículas de poeira que se unem, até atingirem tamanho suficiente para terem atração gravitacional.
Em alternativa, dizem também os astrónomos, o planeta pode ter nascido devido à “instabilidade gravitacional”, na qual uma nébula colapsa devido à sua própria gravidade massiva, transformando-se no mesmo tipo de partículas de poeira necessárias para a formação de planetas, na teoria de “acreções de núcleo”
O novo exoplaneta b centauri b foi identificado pelo telescópio VLT (Very Large Telescope), operado no Chile pelo Observatório Europeu do Sul, organização astronómica intergovernamental de que Portugal faz parte.
Há mais de 20 anos, um outro telescópio do OES já o tinha captado, mas sem que na altura tivesse sido possível aos astrónomos identificarem-no como um planeta.
A equipa internacional de astrónomos espera agora obter mais dados sobre a formação e as características do exoplaneta com a ajuda do novo telescópio ELT (Extremely Large Telescope) do OES.
O ELT, que será o maior telescópio ótico do mundo, está ainda em em construção no Chile, com a participação de empresas e cientistas portugueses.
https://zap.aeiou.pt/foi-descoberto-um-novo-planeta-e-tem-dimensoes-astronomicas-449998
Uma equipa internacional de astrónomos descobriu um gigantesco exoplaneta, onze vezes mais denso do que Júpiter, em órbita de b Centauri, um jovem sistema solar binário localizado na constelação de Centauro, a 325 anos-luz da Terra.
Denominado de “b centauri b”, o novo planeta extrassolar é um dos mais densos alguma vez descobertos.
As suas duas estrelas, combinadas, são 6 a 10 vezes mais densas do que o nosso Sol, tornando-as o sistema solar com planetas mais massivo (e mais quente) até agora identificado.
A descoberta foi apresentada num artigo científico publicado a 8 de dezembro na edição digital na revista científica Nature.
“Encontrar um planeta em órbita de b Centauri é excitante, porque muda completamente o que se sabia acerca da possibilidade de estrelas massivas terem planetas na sua órbita”, explica Markus Janson, astrónomo da Universidade de Estocolmo e autor principal do estudo.
As duas estrelas b Centauri têm cerca de 15 milhões de anos — são estrelas bebés, se as compararmos com o nosso Sol, que arde há mais de 4.5 mil milhões de anos.
Com uma temperatura de 18.000°C, b Centauri A, a estrela principal da constelação, é três vezes mais quente do que o sol. Esta deveria ser uma condição desfavorável à formação de planetas, porque quanto mais quente é uma estrela, mais radiação emite, fazendo com que o gás circulante se evapore mais rapidamente.
“Estas estrelas criam à sua volta um ambiente destrutivo e perigoso, deveria ser extremamente difícil vir a formar-se algum planeta na sua orbita”, explica Janson, citado pelo Space.com.
O sistema binário b Centauri, o mais massivo com planetas até agora encontrado, com o seu planeta gigante b Centauri b (em baixo, à direita)
Com 11 vezes a massa de Júpiter, o maior planeta do sistema solar, b Centauri b chega a orbitar as suas estrelas a uma distancia 100 vezes superior à que separa Júpiter do Sol, o que pode explicar porque conseguiu sobreviver à densidade e temperatura extremas das suas estrelas.
O planeta poderá ter-se formado a partir de “acreções de núcleo”, teoria que explica a formação de planetas como Júpiter através de partículas de poeira que se unem, até atingirem tamanho suficiente para terem atração gravitacional.
Em alternativa, dizem também os astrónomos, o planeta pode ter nascido devido à “instabilidade gravitacional”, na qual uma nébula colapsa devido à sua própria gravidade massiva, transformando-se no mesmo tipo de partículas de poeira necessárias para a formação de planetas, na teoria de “acreções de núcleo”
O novo exoplaneta b centauri b foi identificado pelo telescópio VLT (Very Large Telescope), operado no Chile pelo Observatório Europeu do Sul, organização astronómica intergovernamental de que Portugal faz parte.
Há mais de 20 anos, um outro telescópio do OES já o tinha captado, mas sem que na altura tivesse sido possível aos astrónomos identificarem-no como um planeta.
A equipa internacional de astrónomos espera agora obter mais dados sobre a formação e as características do exoplaneta com a ajuda do novo telescópio ELT (Extremely Large Telescope) do OES.
O ELT, que será o maior telescópio ótico do mundo, está ainda em em construção no Chile, com a participação de empresas e cientistas portugueses.
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