Observações de dois pulsares a orbitarem-se um ao outro provou dois princípios da teoria da relatividade geral de Albert Einstein.
A
teoria da relatividade geral é a compreensão do físico Albert Einstein
de como a gravidade afeta a estrutura do espaço-tempo. Em particular, a
“curvatura do espaço-tempo” está diretamente relacionada à energia e ao
momento de qualquer matéria e radiação presente.
Depois de 16
anos a observar um par de pulsares — estrelas de neutrões altamente
compactas que emitem feixes de ondas de rádio dos seus polos — uma
equipa de investigadores observou efeitos relativísticos que antes só
eram previstos pela teoria.
Em corpos estelares altamente
massivos, como estrelas de neutrões, a teoria da relatividade geral de
Einstein prevê que a luz se curvará acentuadamente em torno deles
conforme os fotões seguem o caminho deformado do espaço-tempo, descreve a
revista New Scientist.
Quando
as estrelas de neutrões aceleram, que pode acontecer se duas andarem a
girar uma à volta da outra, emitem ondas gravitacionais. Estas ondas vão
fazer com que as suas órbitas diminuam à medida que perdem energia.
Uma
equipa de investigadores observou agora estas previsões teoréticas num
par de pulsares, conhecidos como PSR J0737−3039A/B. Estes pulsares
orbitam-se um ao outro em apenas 147 minutos a uma velocidades de até 1
milhão de quilómetros por hora.
Cada vez que cada pulsar gira, os investigadores recebiam uma explosão de ondas de rádio na Terra.
Os
cientistas descobriram que os pulsos de rádio chegavam consistentemente
mais tarde do que o esperado. Isto acontecia porque estavam a ser
desviados num ângulo de 0,04 graus devido à forte curvatura espaço-tempo
em torno das duas estrelas.
Esta é a primeira evidência
experimental de uma curvatura tão alta, de acordo com a equipe de Robert
Ferdman, da Universidade de East Anglia, no Reino Unido.
Além disso, estes pulsares sofreram decadência orbital devido à emissão de ondas gravitacionais.
“Este
é o teste mais rigoroso até agora da teoria de Einstein e estabelece o
padrão no qual as experiências futuras devem seguir em termos de
precisão, a fim de colocar a relatividade geral à prova com qualquer
significado”, diz Ferdman à New Scientist.
Os resultados do estudo foram publicados recentemente na revista científica Physical Review X.
https://zap.aeiou.pt/abraco-pulsares-provou-einstein-certo-450304
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