O International Calibration Working Group (IntCal20)
anunciou a tão esperada atualização na datação por radiocarbono para o
ano de 2020. O trabalho divulgado na edição de agosto da Radiocarbon trabalha para estender em duas vezes a última curva cronológica elaborada em 2013.
A
datação por radiocarbono é um método feito para identificar o período
histórico em que materiais encontrados nos sítios arqueológicos
existiram na Terra. A técnica usa o isótopo radioativo do carbono-14 — que deixa sua marca na superfície durante a decomposição da matéria orgânica — para determinar a idade de um objeto.
Primórdios da datação por radiocarbono
(Fonte: Pixabay)
As
primeiras pesquisas envolvendo datação por radiocarbono foram
realizadas na Grécia durante a década de 1960, quando arqueologistas das
ilhas de Santorini descobriram os resquícios da antiga Civilização
Minoica de Tera enterrada em meio a destroços vulcânicos.
Há 3,5
mil anos, a cidade de Tera foi atingida por uma catastrófica erupção de
um vulcão, que espalhou fumaça e rochas vulcânicas pelo Mediterrâneo. A
explosão também provocou ondas de tsunami que atingiram a costa de Creta.
Essa
foi uma das explosões vulcânicas mais expressivas nos últimos 10 mil
anos, deixando uma marca histórica a respeito da Idade do Bronze no Mediterrâneo.
Entretanto, esse é um tópico muito controverso na arqueologia, visto
que os pesquisadores ainda não haviam chegado a um consenso sobre a data
exata do acontecimento.
De toda forma, a nova curva de datação
por radiocarbono feita pela IntCal20 pode ser determinante para que os
cientistas façam novas descobertas não só sobre o fim de Tera, mas
também sobre a cronologia de outros lugares, artefatos e eventos no
mundo todo.
Calibrando as medidas radiocarbônicas
(Fonte: Pixabay)
Segundo
a equipe da IntCal20, todas matéria viva na Terra absorve o carbono-14,
que se decompõe com o tempo. Isso faz com que ossos, conchas, carvão e
outras matérias orgânicas deixem uma marca temporal impressa na
superfície do planeta.
Entretanto, o novo documento entende que a
datação carbônica precisa ser ajustada conforme a localização do objeto
em análise e de maneira independente, graças a flutuação da atividade
solar e de outros fenômenos, como as bombas atômicas e a queima de
combustível fóssil.
Os pesquisadores acreditam que a análise atual
de extratos de madeiras antigas, núcleos de geleiras, sedimentos de
lagos sazonais e estalagmites de caverna contém matéria suficiente para
rastrear o passado da Terra em até 55 mil anos, o que seria praticamente
a medida máxima que a datação por radiocarbono pode atingir.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/116060-datacao-por-radiocarbono-ganha-melhorias-importantes.htm
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