terça-feira, 30 de novembro de 2021

Físicos detetaram, pela primeira vez, sinais de neutrinos no LHC !


Uma equipa internacional de cientistas conseguiu detetar, pela primeira vez, candidatos a neutrinos produzidos pelo Large Hadron Collider (LHC), que se encontra nas instalações do CERN, na Suíça.

“Antes deste projeto, nunca tinha sido visto um sinal de neutrinos num acelerador de partículas”, começou por dizer, em comunicado, Jonathan Feng, professor de Física e Astronomia da Universidade da Califórnia, em Irvine.

“Este significativo avanço é um passo em direção ao desenvolvimento de uma compreensão mais profunda destas partículas e do papel que desempenham no Universo”, acrescentou.

No estudo publicado, a 24 de novembro, na revista científica Physical Review D, os investigadores descrevem como observaram seis interações de neutrinos durante um teste de um detetor de emulsão compacto instalado, em 2018, no Large Hadron Collider.

Segundo Feng, um dos co-autores da pesquisa, o teste providenciou à equipa duas informações cruciais.

“Primeiro, verificou-se que a posição mais à frente do ponto de interação ATLAS no LHC é a localização certa para detetar neutrinos. Em segundo lugar, os nossos esforços demonstraram a eficácia de usar um detetor de emulsão para observar estes tipos de interações de neutrinos.”

O instrumento piloto era feito de placas de chumbo e tungsténio alternadas com camadas de emulsão. Durante as colisões de partículas no LHC, alguns dos neutrinos produzidos podem chocar com os núcleos dos metais densos, criando partículas que viajam pelas camadas de emulsão e criam marcas que são visíveis após o processamento.

Essas gravuras dão aos cientistas pistas sobre as energias das partículas, os seus sabores (tau, muão ou eletrão) e se são neutrinos ou antineutrinos, pode ler-se na mesma nota.

De acordo com Feng, a emulsão opera de forma semelhante à fotografia na era pré-câmara digital. Quando um 35 milímetros é exposto à luz, os fotões deixam marcas que são reveladas como padrões quando o filme é revelado. Os cientistas também foram capazes de ver as interações dos neutrinos depois de remover e desenvolver as camadas de emulsão do detetor.

O detetor usado era um aparelho relativamente pequeno, com cerca de 29 quilos, mas a equipa está a trabalhar numa versão muito maior e mais completa, com cerca de 1100 quilos.

“Tendo verificado a eficácia da abordagem do detetor de emulsão para observar as interações dos neutrinos produzidos num acelerador de partículas, a equipa está agora a preparar uma nova série de experimentos com um instrumento completo que é muito maior e significativamente mais sensível”, contou Feng.

Os cientistas esperam ser capazes de registar mais de dez mil interações de neutrinos na próxima operação do LHC, que vai começar no próximo ano.

https://zap.aeiou.pt/fisicos-detetaram-sinais-de-neutrinos-no-lhc-447612

 

Unesco adota primeira recomendação sobre ética da inteligência artificial !


A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) adotou a primeira recomendação sobre ética da inteligência artificial, que fixa como princípios a transparência de dados e a preservação do ambiente.

O texto, aprovado recentemente pelos 193 membros na 41.ª Assembleia-Geral, em Paris, França, “estabelece os valores e princípios que guiarão a construção do quadro jurídico necessário para garantir o desenvolvimento saudável da inteligência artificial”.

Um dos princípios é a transparência de dados: As pessoas devem poder aceder aos seus registos de dados pessoais e inclusive apagá-los.

Por outro lado, a recomendação proíbe explicitamente o uso de sistemas de inteligência artificial para a vigilância em massa.

A Unesco adverte que “estas tecnologias são muito invasivas e amplamente utilizadas“, ao ponto de violarem os direitos humanos e as liberdades fundamentais.

Noutro campo, o texto pede aos governos para que “avaliem o impacto ambiental direto e indireto ao longo do ciclo de vida dos sistemas de inteligência artificial”, incluindo a sua pegada de carbono e o consumo de energia, e incentiva-os a investirem em tecnologias limpas, instruindo para que não sejam usados sistemas de inteligência artificial que tenham “um impacto negativo desproporcional no meio ambiente”.

Caberá a cada Estado-Membro da Unesco adaptar a recomendação às suas leis.

https://zap.aeiou.pt/unesco-inteligencia-artificial-447655

 

Pfizer já está a trabalhar em vacina contra variante Ómicron !


A farmacêutica Pfizer já começou a desenvolver uma nova versão da sua vacina contra a covid-19 visando especificamente a nova variante Ómicron, caso a atual vacina não seja suficientemente eficaz para a combater, adiantou o seu presidente.

“Há ainda muitas incertezas” em redor da nova variante detetada na África do Sul e declarada “preocupante” pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sublinhou o presidente da Pfizer, Albert Bourla em entrevista à cadeia televisiva norte-americana CNBC, citada pela AFP.

“Saberemos o essencial do que há a saber dentro de algumas semanas”, disse.

O responsável referiu que é, para já, necessário testar a eficácia das vacinas atuais contra a variante Ómicron do coronavírus SARS-CoV-2, mas adiantou que já há trabalho a ser desenvolvido para uma atualização da vacina.

“Se a vacina proteger menos e tenhamos necessidade de criar uma nova vacina, começámos a trabalhar nisso na sexta-feira, fizemos o nosso primeiro modelo de ADN, que é a primeira etapa de desenvolvimento duma nova vacina”, explicou Bourla. 

A Pfizer já criou anteriormente duas novas versões da sua vacina em menos de 100 dias, contra as variantes Delta e Beta, que acabaram por não ser utilizadas.

Caso seja necessário, “em 95 dias teremos a nova vacina” contra a Ómicron, disse.

O grupo farmacêutico tem capacidade para produzir, caso necessário, quatro mil milhões de doses no próximo ano, acrescentou Bourla.

O laboratório Moderna, que também produziu uma vacina contra a covid-19 assente na tecnologia de Rna mensageiro, anunciou na sexta-feira a intenção de desenvolver uma dose de reforço especificamente contra a Ómicron.

O presidente da Pfizer garantiu estar “muito confiante” na vacina atualmente em distribuição, “porque conseguimos a dosagem correta desde o início”.

O comprimido anti-covid desenvolvido pela Pfizer para tratar a doença, que demonstrou uma eficácia de 89% contra hospitalizações e mortes em ensaios clínicos, foi desenvolvido tendo presente a ideia de que as mutações do vírus iriam aparecer, revelou ainda Albert Bourla.

“Estou bastante confiante na capacidade de o medicamento funcionar contra todas as mutações, o que inclui a Ómicron”, afirmou, acrescentando que “a situação é diferente” quando há um tratamento que permite reduzir de dez para um o número de pessoas que têm que ser hospitalizadas.

https://zap.aeiou.pt/pfizer-vacina-variante-omicron-447690

 

Johnson & Johnson já está a desenvolver vacina contra variante Ómicron !

Janssen, vacina de dose única do grupo Johnson & Johnson contra a covid-19
O laboratório Johnson & Johnson (J&J) revelou na segunda-feira que já começou a desenvolver uma nova versão da sua vacina contra a covid-19, visando especificamente a nova variante Ómicron, caso a atual fórmula não seja suficientemente eficaz.

Em comunicado de imprensa, a empresa norte-americana explicou que está “em processo de avaliação da eficácia da sua vacina contra a covid-19 contra variantes”, incluindo a Ómicron.

Ao mesmo tempo, o grupo farmacêutico está “a trabalhar numa vacina mais específica para a variante Ómicron, que a irá desenvolver se necessário”, noticia a agência AFP.

A J&J salientou, no entanto, que “continua confiante” na resposta imunológica da sua atual vacina de toma única contra as variantes.

O laboratório acrescentou que pode iniciar “rapidamente” os ensaios clínicos caso seja necessário, garantiu o responsável pela investigação, Mathai Mammen. 

A farmacêutica Pfizer já começou a desenvolver uma nova versão da sua vacina contra a covid-19 visando especificamente a nova variante Ómicron, caso a atual vacina não seja suficientemente eficaz para a combater, adiantou também na segunda-feira o seu presidente.

“Há ainda muitas incertezas” em redor da nova variante detetada na África do Sul e declarada “preocupante” pela Organização Mundial de Saúde (OMS), sublinhou o presidente da Pfizer, Albert Bourla em entrevista à cadeia televisiva norte-americana CNBC, citada pela AFP.

O medicamento contra a covid-19 desenvolvido pela Pfizer para tratar a doença, que demonstrou eficácia de 89% contra hospitalizações e mortes durante os ensaios clínicos, também foi desenvolvido com a ideia de que pudessem surgir mutações do vírus, referiu Albert Bourla.

“Estou muito, muito confiante na capacidade [do medicamento] contra todas as mutações, incluindo a Ómicron]”, frisou.

“É preciso ter em mente (…) que a situação é diferente quando se faz um tratamento”, reduzindo de dez para uma o número de pessoas que necessitam de hospitalização, apontou ainda.

A empresa farmacêutica norte-americana Moderna disse no domingo que a ser necessário o desenvolvimento de uma nova vacina adaptada à variante Ómicron esta terá lugar no início de 2022.

“Se tivermos de criar uma vacina completamente nova, isso será no início de 2022″, disse o médico-chefe da Moderna, Paul Burton, numa entrevista à BBC.

Burton disse ainda que o fabricante de medicamentos tem tido centenas de pessoas a trabalhar na nova estirpe desde quinta-feira e explicou que nas próximas semanas espera ser possível determinar a eficácia da vacina existente contra a Ómicron.

A covid-19 provocou pelo menos 5.197.718 mortos mortes em todo o mundo, entre mais de 260,81 milhões infeções pelo novo coronavírus registadas desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

Uma nova variante, a Ómicron, foi recentemente detetada na África do Sul e, segundo a Organização Mundial da Saúde, o “elevado número de mutações” pode implicar uma maior infecciosidade.

https://zap.aeiou.pt/johnson-johnson-vacina-variante-omicron-447698

 

La Palma regista mais de 120 terramotos esta terça-feira !

Pessoas a ver a erupção do Vulcão Cumbre Vieja, em La Palma
La Palma registou mais de 120 terramotos na madrugada desta terça-feira — sendo que o maior deles teve magnitude de 4,1.

O Instituto Geográfico Nacional (IGN) registou mais de 120 terremotos nesta terça-feira, cerca de trinta deles acima de magnitude 3, noticia o El País. O mais forte atingiu a magnitude de 4,1 e ocorreu a 40 quilómetros de profundidade.

Segundo o Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, o cone principal do vulcão Cumbre Vieja voltou a expelir cinza depois de várias horas sem fazê-lo. A reativação do cone principal ocorre após uma noite de alta atividade sísmica.

Enquanto isso, o cone secundário do vulcão continuou a emitir piroclastos e lava e durante a madrugada. Há ainda o registo de deslizamentos de terra, segundo o jornal espanhol.

“Vamos ver o que isto significa para nós, se houver mais manifestações na superfície”, disse David Calvo, porta-voz do Instituto Vulcanológico das Ilhas Canárias, em declarações à agência EFE. “Cruzando os dedos porque isto nunca acaba”, acrescentou. 

A lava do vulcão cobriu quase 1.150 hectares desde 19 de setembro, danificando ou destruindo 2.748 edifícios até agora.

A medição de dióxido de enxofre realizada nesta segunda-feira, a ser divulgada em breve, revelará um valor “alto”, embora não tanto quanto o dos dias anteriores.

Há pouco mais de uma semana, o Cumbre Vieja subiu de categoria no seu índice de explosividade, após ultrapassar a emissão de 10 milhões de metros cúbicos de material piroclástico desde que entrou em erupção.

https://zap.aeiou.pt/la-palma-mais-de-120-terramotos-447767

 

Marie Curie - As anotações da cientista terão de continuar em caixas de chumbo por mais de mil anos !


Nas caves da Biblioteca Nacional de França, mantidos em caixas especiais com várias camadas de chumbo, encontram-se alguns dos documentos mais importantes da história da ciência — os cadernos de anotações de Marie Curie.

Para poder consultá-los, os investigadores precisam de vestir roupas de proteção e devem assinar uma declaração de consentimento em que eximem a instituição de qualquer responsabilidade.

São provavelmente os documentos mais bem guardados da biblioteca, que abriga alguns dos livros mais raros e antigos do mundo.

Mas o cuidado (e receio) com que são mantidos vai além do seu valor para o conhecimento: os documentos são altamente radioativos.

Marie Curie — a única mulher que recebeu o prémio Nobel duas vezes (em 1903, de Física, e 1911, de Química) — descobriu juntamente com o seu marido, Pierre, não só novos elementos químicos, como também os princípios da Física atómica e a radioatividade.

E, tal como todos os objetos que estiveram próximos do casal, os cadernos da cientista podem ser altamente perigosos para o ser humano.

Apesar de terem descoberto o rádio e o polónio — assim chamado em homenagem à Polónia, país onde Marie Curie nasceu—, os dois cientistas nunca imaginaram os efeitos nocivos que a radioatividade poderia ter sobre o nosso organismo.

Marie Curie morreu em 1934, aos 67 anos, de uma anemia aplásica, um tipo raro de anemia que terá sido resultante de sua frequente exposição ao rádio e ao polónio, cujas amostras Curie costumava carregar no seu bolso.

Dessa forma, qualquer objeto que lhe tenha pertencido deve ser guardado com precauções extra e em caixas de chumbo. O mesmo acontece com o próprio corpo da cientista, que foi a primeira mulher a ser sepultada no Panteão de Paris.

Quando foi transportado até ao local, foi preciso construir um sarcófago de chumbo com mais de 2 centímetros de espessura para evitar que os átomos radioativos que ainda saem do corpo de Curie escapassem.

Os cientistas acreditam que o seu corpo será mantido nestas condições, tal como os cadernos de anotações, por pelo menos 1,5 mil anos, que corresponde ao tempo médio de desintegração dos átomos de rádio.

Casa radioativa

No sul de Paris, na comunidade de Arcueil, existe um edifício de três andares protegido por um muro coberto de arame farpado, cuja entrada está proibida.

A casa na Rue de la Convention, conhecida como “Chernobyl do Sena”, foi o último laboratório onde trabalhou Marie Curie — e outro local onde as experiências da cientista deixaram altos níveis de radiação.

Em homenagem à cientista, o laboratório continuou a ser utilizado como sede do Instituto de Física Nuclear da Faculdade de Ciências de Paris, sem que se soubesse que a radioatividade era demasiadamente alta para a presença de humanos.

No final da sua vida, Marie Curie trabalhou nesse local, sem proteção, com alguns dos metais radioativos mais perigosos, de tório e urânio até polónio. De acordo com o que escreveu na sua autobiografia, um dos seus prazeres durante a noite era ver os clarões azul-esverdeados que escapavam dos metais “como ténues luzes de fadas”.

Ao manusear os metais radioativos, a cientista escrevia e desenhava nos seus cadernos, que foram ficando impregnados com os átomos de tudo aquilo em que Curie tocava.

Somente anos depois de sua morte, a maioria dos países proibiu o uso comercial desses metais.

No entanto, o laboratório foi interditado apenas na década de 1980, depois de muitos vizinhos, segundo relatos da época, denunciarem um aumento do número de casos de cancro na comunidade.

Numa das inspeções realizadas no local, foram encontrados sinais não apenas de rádio, mas também de um isótopo de urânio com uma vida média de 4,5 mil milhões de anos.

Foi então tomada a decisão de transferir os pertences de Curie, inclusive os seus cadernos, considerados património nacional da França, para um lugar seguro na Biblioteca Nacional.

Na década de 1990, o laboratório recebeu uma profunda limpeza, mas as autoridades francesas ainda proíbem a entrada no local e continuam a controlar periodicamente os níveis de radiação nos seus arredores, incluindo no rio Sena.

Enquanto isso, os cadernos continuarão, por pelo menos um milénio e meio, dentro das caixas de chumbo, à espera que os humanos de algum futuro longínquo possam voltar a tocar, sem vestir trajes especiais, no testemunho feito a mão de umas das mulheres mais brilhantes da história.

https://zap.aeiou.pt/marie-curie-as-anotacoes-da-cientista-guardadas-em-caixas-de-chumbo-por-15-mil-anos-447501

 

Sismo de magnitude 7,5 abala norte do Peru !


Um sismo de magnitude 7.5 de magnitude atingiu, este domingo, o norte do Peru. A informação foi avançada pelo Serviço Geológico dos Estados Unidos.

O norte do Peru foi sacudido por um sismo cuja magnitude preliminar é de 7,5 graus, revelou o Serviço Geológico dos Estados Unidos (United States Geological Survey — USGS), este domingo. Para já, não foi emitido um alerta de tsunami.

O tremor de terra ocorreu no mar às 05:52 locais (10:52 em Lisboa), a uma profundidade de 112,5 quilómetros e com o epicentro a cerca de 42 quilómetros de Barranca, capital da província homónima e situada no Departamento de Lima, na zona central do Peru.

Para já, desconhecem-se mais pormenores.

Antes, à 1h32 locais (6h32 em Lisboa), a capital, Lima, e a costa central do Peru já tinham sido abaladas por um sismo com a magnitude de 5,2 graus na escala de Richter, desconhecendo-se ainda a existência de vítimas ou danos materiais.

Segundo dados do Instituto Geofísico peruano, o epicentro deste sismo foi situado 44 quilómetros a oeste de Callao, cidade portuária próximo de Lima.

O abalo registou-se a 65 quilómetros de profundidade e foi sentido com uma forte intensidade pelos habitantes de Lima e de Callao, tendo grande parte deles abandonado as residências devido ao tempo de duração do sismo, que durou cerca de 20 segundos.

A Direção de Hidrografia e Navegação da Marinha de Guerra do Peru indicou que o sismo não gerou qualquer alerta de um possível tsunami.

O Peru encontra-se na denominada zona da Cintura do Fogo do Pacífico, onde ocorre cerca de 80% da atividade sísmica mundial.

https://zap.aeiou.pt/sismo-de-magnitude-75-abala-peru-447434

 

Há uma anã branca a devorar lentamente o seu companheiro !


Depois de analisarem dados do Observatório Chandra, da NASA, e do Observatório XMM-Newton, da Agência Espacial Europeia (ESA), astrónomos viram uma anã branca a destruir o companheiro – que pode ser uma estrela ou um planeta próximo.

A maioria das estrelas, incluindo o Sol, vão tornar-se anãs brancas assim que começarem a ficar sem combustível.

A equipa de cientistas analisou a atividade invulgar dos raios-X de três anãs brancas: PG 1159-035, WD 0121-756 e KPD 0005+5106, sendo que esta última se destacou por ter emissões de alta energia que aumentavam e diminuíam regularmente, em termos de brilho, a cada 4,7 horas.

Segundo o Sci-News, foi desta forma que os astrónomos descobriram que KPD 0005+5106 tinha um objeto em órbita à sua volta: ou uma estrela de massa muito baixa ou um planeta semelhante a Júpiter.

A equipa explica que o material da estrela ou do planeta pode estar a bater nos pólos norte e sul da anã branca, criando um ponto brilhante de emissão de raios-X de alta energia.

“Procurámos o vizinho orbital com telescópios de luz ótica mas não vimos nada, o que significa que é uma estrela muito fraca, uma anã castanha, ou um planeta“, detalhou You-Hua Chu, líder do estudo e autor do artigo científico, publicado no Astrophysical Journal.

O objeto está a uma distância de 805 mil quilómetros da anã branca, cerca de um trigésimo da distância entre Mercúrio e o Sol.

De acordo com a equipa, encontra-se tão perto que está a ser devastado pelo calor e gradualmente dilacerado por forças gravitacionais, o que significa que poderá desaparecer completamente dentro de algumas centenas de anos.

É uma escala de tempo muito pequena em termos astronómicos, dado que as anãs brancas, demoram milhares de milhões de anos a desaparecer.

https://zap.aeiou.pt/ana-branca-a-devorar-o-companheiro-446750


Os neandertais podem ter desenvolvido os dentes de leite mais cedo do que os humanos !

Dente de leite de neandertal

Os neandertais começavam a ter os primeiros sinais dos dentes de leite aos quatro meses, enquanto que nos humanos este processo só começa aos sete.

Os nossos “primos” estavam um passo à nossa frente numa coisa: o desenvolvimento dos dentes de leite. Uma nova investigação descobriu que os neandertais podem ter começado a desenvolver deites de leite aos quatro meses de idade.

O estudo da Universidade de Kent publicado na Proceedings of The Royal Society analisou um dente de leite de uma criança neandertal que viveu naquela que é agora a Croácia há cerca de 120 mil anos.

A estimativa é de que a primeira dentição dos neandertais surgiu entre os quatro e perto dos oito meses de idade. Nos humanos, este processo só se inicia entre os sete e os 10 meses.

Os dentes da frente, ou incisivos, são geralmente os primeiros a sair das gengivas e permitem que os bebés comam comidas mais duras. Até agora, pouco se sabia sobre a dentição de leite nas crianças neandertais.

“Os dentes de leite são uma janela única para a vida pré-natal e o início da infância das populações passadas. Eles crescem como parte de um organismo em desenvolvimento. Então, podemos usar os dentes para conseguir informação sobre as taxas de crescimento das crianças”, revela Alessia Nava, co-autora do estudo.

A análise foi feita com raios X de alta energia que tiravam fotos a três dimensões do dente neandertal, da parte branca de cima, a coroa, até à raiz do dente.

A coroa dos dentes é feita de esmalte. No caso da dentição de leite, há um vestígio conhecido como a linha neonatal debaixo do esmalte que é produzido antes do bebé nascer. Depois do nascimento, o esmalte cresce por cima da linha neonatal.

O esmalte é depositado pelas células num ciclo diário, que cria um padrão de riscas chamado estrias cruzadas. A distância entre as riscas adjacentes representa o crescimento dos dentes a cada dia.

“Enquanto as células colocam o esmalte, produzem uma substância ligeiramente menos mineralizada a cada 24 horas, produzindo as estrias cruzadas. São a nossa forma fundamental de estabelecer o período entre o nascimento e a erupção dos dentes”, afirma Patrick Mahoney, autor principal do estudo, citado pela New Scientist.

A equipa usou estas indicações para descobrirem quão bem desenvolvidos os incisivos estavam ao nascimento e quanto tempo de desenvolvimento pós-nascimento era necessário antes do dente estar pronto para começar a aparecer.

O cálculo foi feito com base nas ossadas de maxilar de um neandertal que tinha três dentes prestes a surgir na altura da morte, através da análise da espessura das camadas diárias de esmalte.

Esta erupção dos dentes mais prematura provavelmente permitiu aos neandertais comer comidas duras mais jovens do que os humanos, o que pode, consequentemente, tê-los ajudado a ter energia suficiente para os seus cérebros que eram maiores do que os dos humanos modernos.

https://zap.aeiou.pt/neandertais-dentes-de-leite-mais-cedo-446945

 

Os publicitários querem invadir os nossos sonhos — E já sabem como o conseguir !


Empresa norte-americana já começou a recrutar pessoas para serem submetidas a testes para aferir com a viabilidade da técnica de incubação de sonhos. Cientistas apelam à ação dos reguladores.

Se já deu por si, de forma instintiva e quase inconsciente, a cantarolar a letra de uma música usada num anúncio publicitário, fique a saber que o objetivo dos inventores desse mesmo anúncio foi alcançado: a publicidade foi memorizada e interiorizada pelos consumidores. Mas, e se a publicidade começasse a entrar nos sonhos? E de forma intencional, como resultado de estratégias de marketing?

Um grupo de três investigadores da Universidade de Harvard, MIT e da Universidade de Montreal estão preocupados com este fenómeno — já comprovado —, pelo que escreveram um artigo científico a alertar para as consequências negativas que daqui podem resultar. “O uso comercial e com vista à obtenção de lucros através da incubação de sono — a apresentação de estímulos antes e durante o sono para afetar o conteúdo dos sonhos — está rapidamente a tornar-se uma realidade“, escrevem.

Uma preocupação específica — da qual fazem parte dos investigadores que já trabalharam com um dispositivo no MIT desenvolvido para comunicar com indivíduos enquanto dormem e até entrar nos seus sonhos — teve que ver com um anúncio transmitido antes do Super Bowl [a final do campeonato de futebol norte-americano], no qual uma empresa de bebidas tentava recrutar participantes para um estudo de “incubação de sonhos”. Na publicidade era ainda feita referência ao conceito “incubação de sono direcionada“, cunhado em 2020 num artigo científico assinado novamente por dois dos três integrantes do trio de investigadores, o que indica que os publicitários andam atentos à pesquisa científica sobre o tema.

Devido à gravidade do que pode estar em casa, os três académicos assinam uma carta — que entretanto foi subscrita por mais 40 cientistas —, onde condenam a manipulação dos sonhos ao serviço da publicidade. No documento é também feito um apelo à Comissão Federal do Comércio, entidade norte-americana responsável por regular a publicidade nos Estados Unidos, para que atualize as regras relativas ao uso de mensagens subliminares neste meio para, assim, proibir a invasão dos sonhos. 

Para os autores da investigação (e do documento), é importante agir antes que seja demasiado tarde. Primeiramente, porque a incubação de sonhos pode ter resultados práticos e bons — por exemplo, no tratamento de stress pós-traumático —, mas, acreditam os investigadores, será apenas uma questão de tempo até que as empresas de tecnologia que produzem relógios, aplicações ou outros dispositivos capazes de monitorizar o sono vendam os dados recolhidos, nomeadamente a agências de publicidade e até empresas, de forma a conseguirem receitas.

O pior de todo o fenómeno, escreve o site Futurism, é que os cidadãos, caso sejam expostos a este tipo de estratégia publicitária, não serão capazes de se lembrar. Os autores evocam o exemplo de uma experiência feita com fumadores, na qual os indivíduos foram expostos, durante o sono, ao cheiro dos cigarros misturado com outros odores desagradáveis, de forma a abandonarem o vício. O resultado foi positivo, com os fumadores a rejeitarem os cigarros, no entanto, não tinham qualquer memória de terem sido expostos aos cheiros. Desta forma, o apelo dos investigadores sai ainda mais reforçado.

“O anúncio do Super Bowl não foi uma mera campanha de marketing enganosa. Foi um sinal de que o que antes era uma coisa dos filmes de ficção científica talvez seja rapidamente realidade” pode ler-se no artigo publicado no site Aeon. “Agora estamos numa inclinação escorregadia. Para que lado vamos escorregar e com que velocidade depende das ações que decidimos ter, de forma a protegermos os nossos sonhos.

https://zap.aeiou.pt/publicitarios-invadir-sonhos-sabem-como-447182

 

O luto é contraproducente para a evolução humana - Então porque continuamos a fazê-lo ?


A necessidade que o ser humano tem de se aproximar de outros para mais facilmente ultrapassar a dor inerente ao processo de luto é uma das principais vantagens desta fase, apontam os especialistas.

O luto é uma das fases mais duras pelas quais o ser humano passa, abalando-o psicologica e fisicamente. A ciência já provou que quem passou por uma perda recente tem mais probabilidade de sofrer sofrer problemas de saúde e até morrer nas semanas ou meses seguintes. Mas se o processo de evolução humano tem em vista a sobrevivência e se o luto é um processo tão debilitante porque é que desenvolvemos este traço?

Uma das justificações mais populares remete para a infância, quando o ser humano é mais novo e vulnerável, formando fortes relações e mantendo-se mais próximo de outros indivíduos — o que aumenta as hipóteses de sobrevivência. As reações e fases identificadas durante os períodos de adulto em períodos de luto são até semelhantes aos das crianças que, numa idade de grande dependência, são separadas das mães. Há uma fase de “protesto” seguido de um período de “retirada” conhecido como “desespero”.

A referida fase de “protesto” também já foi identificada em pessoas de luto, sobretudo em comportamentos como a necessidade de encontrar ou ver os corpos das pessoas falecidas, pensarem que viram o familiar vivo já depois do óbito ou passarem a acreditar em fantasmas.

Esta vontade de procurar alguém que já morreu pode parecer algo inútil, mas no passado pode ter sido diferente — sobretudo se considerarmos a evolução humana. “Se fores um caçador coletor e o teu filho de três anos desaparece, não vais apenas dizer “Que azar!”. Vais continuar à procura do teu filho durante dias, semanas ou anos, não vais desistir, explicou Randolph Nesse, da Universidade do Estado do Arizona.

De forma mais contra-intuitiva, a fase do desespero retirado também pode ter um propósito, por exemplo, o de nos desconectar do passado e ajudar a alcançar um novo futuro. “Em termos evolutivos, não haveria valor em alguém ser celibatário para o resto das suas vidas”, descreve John Wilson da Universidade de York St John University, no Reino Unido. Fazendo o luto das nossas perdas, acabamos por seguir em frente delas, entende.

Há ainda outros fatores que dão ao luto um valor de sobrevivência mais alto do que é habitualmente percetível. Uma mãe cujo filho se afoga quando o deixa ir fazer surf é uma mãe que não voltará a repetir o mesmo erro — assim como outros pais que partilhem da mesma dor. Os comportamentos associados ao luto, como o choro, podem também ajudar a conseguir apoio dos outros em períodos nos quais se está sozinho — com as hipóteses de um óbito causado por este sofrimento a decrescerem consideravelmente.

Outra questão frequentemente evocada quando o tema é o luto é o porquê de as pessoas enfrentarem esta fase de forma diferente. Num estudo que contou com a participação de 1500 indivíduos que recentemente perderam pessoas próximas, Nesse e a sua equipa chegaram à conclusão que um terço dos participantes não passa pelo processo e luto tradicional.

O investigador acredita que isto se deve ao facto de a evolução ser um instrumento pouco preciso. “A selecção natural dá forma a coisas que são, na melhor das hipóteses, manipuladas por um júri. Não é um sistema afinado”, explica.

Ainda assim, nem toda a gente compra a ideia que o luto beneficia o projeto evolutivo. John Archer, psicólogo da Universidade de Central Lancashire, acredita que este é um epifenómeno — sintoma que sobrevém numa doença já declarada— acidental que resulta de uma junção de comportamentos de união que a seleção natural ainda não encontrou forma de descartar.

O último e verdadeiro teste desta ideia seria a invenção de um medicamento que eliminasse a totalidade da dor. A confirmar-se a suspeita do epifenómeno, o medicamento não teria desvantagens. Por isso, Nesse aponta que este seria um caminho tão inútil como inventar um medicamento que acabasse com todos os tipos de dor, já que, na opinião do próprio as pessoas que não experimentam dor estão geralmente mortas quando chegam aos 30.

https://zap.aeiou.pt/luto-contraproducente-evolucao-446304

 

Sem solução há 160 anos, um dos mais famosos problemas matemáticos pode ter sido resolvido !


Uma equipa de investigadores terá encontrado uma solução para a hipótese de Riemann, um dos problemas matemáticos mais famosos do mundo.

Em matemática, a hipótese de Riemann é uma conjetura de que a função zeta de Riemann tem os seus zeros apenas nos números inteiros pares negativos e em números complexos com parte real.

Sem solução há mais de 160 anos, este é o problema não resolvido mais importante da matemática pura, segundo muitos especialistas.

Agora, Giuseppe Mussardo, professor de Física Teórica no SISSA, e Andrè Leclair, da Universidade de Cornell, publicaram recentemente um artigo científico no Journal of Statistical Mechanics a explicar como podem ter desvendado o problema graças a uma abordagem completamente inesperada vinda da física estatística.

“No cerne do argumento de Riemann estava uma conjetura, que ele não conseguiu provar, sobre a localização de um número infinito de zeros no plano complexo de uma função particular, conhecida como a função de Riemann. Esses zeros parecem alinhar-se magicamente ao longo de um linha vertical com abcissa exatamente igual a 1/2 e até agora ninguém conseguiu entender o motivo de tamanha regularidade”, explicou Mussardo num comunicado divulgado pela SISSA.

A explicação dos autores é totalmente inesperada: a presença de um movimento caótico e as leis de probabilidade que o regem. Na verdade, Mussardo e Leclair provaram a existência de um movimento browniano, escondido por trás de todas essas funções infinitas.

O movimento browniano — descoberto pela primeira vez por Albert Einstein, em 1906 — é o movimento aleatório das partículas suspensas num líquido ou gás, resultante da sua colisão com átomos rápidos ou moléculas no fluido.

No movimento browniano, 1/2 é o expoente universal que governa como é que os átomos se propagam com o passar do tempo.

“A nossa hipótese sobre a natureza browniana da conjetura de Riemann, apoiada por uma série de resultados probabilísticos que testamos na teoria dos números, foi acompanhada por uma análise estatística massiva e extremamente precisa realizada ao longo da sequência infinita de números primos”, disse ainda Mussardo.
Em 1859, Bernhard Riemann foi eleito para a Academia das Ciências de Berlim. As regras ditavam que os novos membros deviam fazer um relatório sobre a pesquisa que estavam a desenvolver.

Como tal, Riemann entregou um pequeno relatório de oito páginas em que surge a famosa hipótese de Riemann. O investigador da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, José Carlos Santos, explica bem a conjetura neste artigo.

Em 1900, David Hilbert fez uma palestra no Congresso Internacional de Matemáticos onde expôs uma lista de 23 problemas matemáticos particularmente importantes. Mais tarde, no ano 2000, foi divulgada a lista dos problemas do milénio, do Instituto Clay de Matemática.

“Não admira que o único problema comum a ambas as listas seja a hipótese de Riemann”, destaca o investigador da Universidade do Porto.

https://zap.aeiou.pt/famoso-problema-matematica-resolvido-446943


Astrónomos descobriram mais de 300 possíveis novos exoplanetas incluindo um sistema planetário !

Sistema planetário Kepler-444

Astrónomos da Universidade da Califórnia, em Los Angeles, identificaram 366 novos exoplanetas, em grande parte graças a um algoritmo aí desenvolvido.

Entre as suas descobertas mais notáveis, descritas num artigo científico publicado no The Astronomical Journal, está um sistema planetário que compreende uma estrela e pelo menos dois planetas gigantes gasosos, cada um com aproximadamente o tamanho de Saturno e localizados excecionalmente perto um do outro.

O número de exoplanetas identificados pelos astrónomos totaliza menos de 5.000, de modo que a identificação de novas centenas é um avanço significativo. O estudo de um novo grupo tão grande de corpos pode ajudar os cientistas a melhor entender como os planetas se formam e como as órbitas evoluem.

“Descobrir centenas de novos exoplanetas é uma conquista significativa por si só, mas o que diferencia este trabalho é como vai iluminar características da população exoplanetária como um todo”, disse Erik Petigura, professor de astronomia na UCLA.

O autor principal do artigo, Jon Zink, e Erik Petigura, assim como uma equipa internacional de astrónomos chamada projeto “Scaling K2”, identificaram os exoplanetas usando dados da missão K2 do Telescópio Espacial Kepler da NASA.

A descoberta foi possível graças a um novo algoritmo de deteção de planetas desenvolvido por Zink.

Algoritmo de deteção

Um desafio na identificação de novos planetas é que as reduções no brilho estelar podem ter origem no instrumento ou de uma fonte astrofísica alternativa que imita uma assinatura planetária. Descobrir o que é o quê requer investigações extra, o que tradicionalmente é extremamente demorado e só pode ser realizado por meio de inspeção visual.

O algoritmo de Zink é capaz de separar quais os sinais que indicam exoplanetas e quais os que são meramente ruído.

“O catálogo e o algoritmo de deteção de planetas que Jon e a equipa do Scaling K2 criaram é um grande avanço na compreensão da população de planetas”, disse Petigura. “Não tenho dúvidas que irão aprimorar a nossa compreensão dos processos físicos pelos quais os planetas se formam e evoluem.”

A missão original do Kepler teve um fim inesperado em 2013, quando uma falha mecânica deixou a espaçonave incapaz de apontar com precisão para uma região do céu que vinha a observar há anos.

Mas os astrónomos redirecionaram o telescópio para uma nova missão conhecida como K2, cujo objetivo era identificar exoplanetas em torno de estrelas distantes.

Os dados do K2 estão a ajudar os cientistas a entender como a localização das estrelas na galáxia influencia que tipo de planetas são capazes de se formar ao seu redor. Infelizmente, o software usado pela missão Kepler original, para identificar possíveis planetas, era incapaz de lidar com as complexidades da missão K2, incluindo a capacidade de determinar o tamanho dos planetas e a sua localização em relação à estrela.

O trabalho anterior de Zink e colaboradores introduziu o primeiro “pipeline” totalmente automatizado para a missão K2, com software para identificar planetas prováveis nos dados processados.

Para o novo estudo, os investigadores usaram o novo software para analisar todo o conjunto de dados da missão K2 – cerca de 500 terabytes de dados que abrangem mais de 800 milhões de imagens de estrelas – para criar um “catálogo” que em breve será incorporado ao arquivo exoplanetário principal da NASA.

Os investigadores usaram o supercomputador Hoffman2 da UCLA para processar os dados.

Além dos 366 novos planetas identificados pelos investigadores, o catálogo lista 381 outros planetas que já tinham sido identificados anteriormente.

Zink disse que as descobertas podem ser um passo significativo para ajudar os astrónomos a entender quais os tipos de estrelas que são mais prováveis de ter planetas em órbita e o que isso indica sobre os blocos de construção necessários para uma formação planetária bem-sucedida.

“Precisamos de olhar para uma gama ampla de estrelas, não apenas aquelas como o nosso Sol, para entender isso”, explicou.

A descoberta do sistema planetário com dois planetas gigantes também foi significativa porque é raro encontrar gigantes gasosos – como Saturno no nosso próprio Sistema Solar – tão perto da sua estrela hospedeira quanto estavam neste caso.

Os investigadores ainda não conseguem explicá-los, mas Zink disse que isso torna a descoberta especialmente útil porque pode ajudar os cientistas a formar uma compreensão mais precisa dos parâmetros de como os planetas e sistemas planetários se desenvolvem.

“A descoberta de cada novo mundo fornece um vislumbre único da física que desempenha um papel na formação planetária”, concluiu.

https://zap.aeiou.pt/descobertos-300-possiveis-exoplanetas-447259

 

Os bebés choram no útero das mães ?


Pergunta surgiu a partir de imagens captadas em ultrassom e que mostram as expressões faciais dos fetos, as quais remetem para situações de choro.

A partir do segundo semestre de gravidez, as mães começam a conseguir sentir os primeiros movimentos dos seus filhos ainda na barriga através, por exemplo, dos famosos pontapés, das cambalhotas e até dos soluços. A ciência parece, neste fase, apostada em dar mais passos na descoberta dos gestos e progressos feitos pelos bebés ainda no útero, com a uma nova possibilidade a ser investigada. Conseguirão os bebés chorar antes de nascer?

Apesar de as mães não o sentirem, a ciência acredita que sim, já que através de imagens de ultrassom é possível perceber que os bebés começam a praticar os gestos inerentes ao choro ainda antes de inspirarem pela primeira vez — segundos após o seu parto. Por exemplo, um vídeo publicado em 2005 na revista científica Archives od Disease in Childhood – Fetal and Neonatal Edition mostra um feto de 33 semanas a fazer expressões que se assemelham a um bebé a chorar num registo feito através de ultrassom.

Esta reação ter-se-á seguido a uma estimulação vibratória e sonora por parte dos médicos. De forma concreta, o feto é visto a abrir, em termos de largura, o maxilar, a encolher o queixo e, de forma sucessiva, a fazer três grandes exalações à medida que o peito sobe e a cabeça se inclina para trás, terminando com tremores na zona do queixo. Este comportamento foi também observado em mais 10 fetos, cerca de 6% do número total de indivíduos examinados no decorrer da pesquisa.

Como tal, a pergunta impõe-se: podem os bebés realmente chorar no útero da mãe? Bem, de acordo com os especialistas, a resposta pode estar na definição que cada pessoa tem de “choro”.

“Se se usar a definição de ‘um alto e inarticulado grito a expressar um poderoso sentimento ou emoção’, então, podemos dizer que os bebés definitivamente não choram antes de nascer”, descreve Nadja Reissland, uma psicóloga de desenvolvimento da Universidade de Durham. Por outras palavras, quando estão inseridas no líquido amniótico, os fetos não conseguem inspirar de forma forte, encher os pulmões e vibrar o ar através das cordas vocais e começar a chorar.

Reissland com a sua equipa analisaram o desenvolvimento das expressões faciais dos fetos no útero através da observação dos movimentos dos fetos nos segundos e terceiros trimestres através de imagens de ultrassom 4D — tendo sido registadas as chamadas ‘cara de choro gestacional’ ou o ‘choro-gestacional’, conceitos cunhados num artigo científico de 2011.

Estas expressões faciais preliminares são desenvolvidas por volta da 24.ª a 35.ª semana de gestação e, de acordo com o site Science Alert, tendem a aumentar de complexidade à medida que a gravidez aumenta — apesar de serem demasiado subtis para que a mãe se aperceba, aponta Reissland.

Em última hipótese, os fetos podem não chorar, mas  treinar para o fazerem para quando nascerem — precisamente o momento no qual o sei choro será o som mais desejado, por indicar que está vivo e, aparentemente, bem.

Se os fetos conseguem fazer vibrar as cordas vocais e fazer sons enquanto ainda estão nas barrigas das mães não é, para já, possível dizer, visto que mesmo que consigam emitir uma onda de som dificilmente esta seria forte ao ponto de navegar ao longo do líquido amniótico e chegar à mãe.

A ciência também não sabe, até ao momento, se as expressões de choro identificadas são um sinal de desconforto ou dor no feto. De acordo com a pesquisa de Reissland, as expressões faciais dos fetos ocorreram sem que fosse feita qualquer estimulação, ou seja, não foram uma resposta.

Com esta investigação, o objetivo de Nadja Reissland é ajudar os cientistas a desenvolver uma ferramenta que permita identificar problemas de desenvolvimento e outros problemas de saúde no útero. Por exemplo, um feto com dificuldades ao nível do desenvolvimento poderá não fazer este tipo de expressões. Algo que será comum a todos fetos, mesmo em situações de choro, será a ausência de lágrimas, já que mesmo nos bebés recém nascidos só existe produção destas a partir das quatro semanas de vida.

https://zap.aeiou.pt/bebes-choram-utero-maes-446688

 

Os narcisistas têm uma maior tendência para acreditar em crenças astrológicas !


Um novo estudo sobre a personalidade humana mostra que o narcisismo é um dos maiores preditores de uma crença na astrologia.

De acordo com o estudo, publicado na revista Personality and Individual Differences, a crença na astrologia tem aumentado nos últimos anos, mas não há nenhuma razão cientificamente provada que justifique esta tendência.

O novo estudo teve como principal objetivo perceber quais os traços de personalidade que estão associados a uma maior probabilidade de acreditar em crenças astrológicas infundadas.

Ao longo da pesquisa, a equipa recolheu 264 respostas através de um questionário online. Os participantes foram avaliados quanto à crença na astrologia usando uma versão abreviada da avaliação do Inventário de Crenças em Astrologia, bem como avaliações de personalidade, uma avaliação específica para narcisismo e um teste de inteligência.

“O resultado mostrou que quanto maior o narcisismo, maior a crença na astrologia“, escreveu a equipa. “A associação deve-se à visão de mundo egocêntrica que os une, embora isso deva ser examinado em pesquisas futuras”, destacam os investigadores.

Embora o narcisismo tenha mostrado uma correlação mais forte com a crença na astrologia, a equipa também encontrou correlações positivas entre afabilidade, extroversão e crença na astrologia. Por outro lado, percebeu-se que “quanto mais alto o nível de inteligência, menor a crença na astrologia”.

Relativamente ao facto de os narcisistas serem mais propensos a acreditar em questões astrológicas, os investigadores referem que são necessários mais estudos para decifrar essa questão, embora tenham algumas sugestões.

“Uma vez que as previsões astrológicas e os horóscopos tendem a ser enquadrados positivamente, isso reforça sentimentos grandiosos e, portanto, pode atrair ainda mais os narcisistas”, explicam os autores do estudo.

Segundo os especialistas envolvidos na pesquisa, em momentos de grande stress, as pessoas tendem a adotar crenças infundadas e, portanto, pode não ser surpreendente que a crença na astrologia esteja a aumentar nos últimos anos, já que estes têm sido marcados pela crise climática e pela pandemia de covid-19.

“Embora abraçar a astrologia possa parecer inocente, é possível que facilite o pensamento acrítico e favoreça os preconceitos”, escreveu a equipa no estudo.

“Além disso, a crença na astrologia correlaciona-se com a crença em várias outras pseudociências, bem como com a crença em teorias da conspiração, o que indica que pode não ser assim tão inofensiva”, rematam os investigadores, citados pelo IFL Science.

https://zap.aeiou.pt/narcisistas-tendencia-crencas-astrologicas-446982

 

Rover Curiosity envia nova imagem panorâmica de Marte !

A cena, que lembra um cartão postal de algum vale terrestre, é a combinação de duas imagens obtidas em horários diferentes do mesmo dia marciano. Isso permitiu registrar e colorizar uma gama maior de contrastes e detalhes da região próxima ao Monte Sharp.

Composição panorâmica feita a partir de duas imagens registradas pelo jipe-robô Curiosity, em 16 de novembro de 2021.
Composição panorâmica feita a partir de duas imagens registradas pelo jipe-robô Curiosity, em 16 de novembro de 2021.

O mosaico visto é resultado de duas fotos em preto e branco feitas pela câmera de navegação do jipe-robô, obtidas em 16 de novembro de 2021. A primeira imagem foi feita às 08h30 da manhã marciana, enquanto a segunda cena foi registrada às 16h10. Esses dois momentos diferentes proporcionaram condições de iluminação contrastantes que destacavam uma variedade de detalhes diferentes da paisagem.

Para obter a imagem colorida final, a equipe de engenheiros adicionou filtro azul à cena da manhã, enquanto à cena da tarde recebeu tratamento com filtro laranja. Ambas as fotos também foram tratadas com filtros verdes. A combinação adequada de filtros fotográficos resultou em uma colorização artificial bastante semelhante àquela que seria observada por um humano que ali estivesse presente.

Cartão Postal

No centro da imagem é possível observar o Monte Sharp, uma montanha com cinco quilômetros de altura escalada pelo Curiosity desde 2014. Colinas arredondadas também podem ser vistas à distância, no centro-direito.

Imagem registrada pelo rover Curiosity às 08h30 do dia 16 de maio de 2021.
Imagem registrada pelo rover Curiosity às 08h30 do dia 16 de maio de 2021.

Na extremidade direita do panorama está a escarpada “Montanha Rafael Navarro”, que deve seu nome a um dos cientistas da equipe Curiosity que faleceu no início deste ano. Por trás da escarpada está a parte superior do Monte Sharp, bem acima da área que o Curiosity está explorando.

Cena registrada pelo robô Curiosity, em 16 de novembro de 2021.
Cena registrada pelo robô Curiosity, em 16 de novembro de 2021.

Monte Sharp

Monte Sharp fica no interior da cratera Gale, uma bacia de 154 quilômetros de diâmetro formada por um antigo impacto. A borda distante da cratera Gale tem 2,3 quilômetros de altura e é visível no horizonte, entre 30 a 40 quilômetros de distância. 

https://www.apolo11.com/noticias.php?t=Rover_Curiosity_envia_nova_imagem_panoramica_de_Marte&id=20211129-105237

 

domingo, 28 de novembro de 2021

Engenheiro foi a sua própria cobaia e reparou o seu coração moribundo !


O engenheiro Tal Golesworthy pôs mãos à obra e criou uma alternativa a uma arriscada operação ao seu coração.

Tal Golesworthy tinha 45 anos quando soube que, a menos que fosse submetido a uma complexa cirurgia a um dos vasos que transportam sangue do seu coração, enfrentaria um crescente risco de morte prematura.

Golesworthy não é médico nem tampouco cirurgião, mas acreditou ser capaz de encontrar uma solução mais simples e segura de corrigir o problema no seu coração.

Engenheiro de profissão, o homem de 60 anos persuadiu o cirurgião a implementar a sua ideia e tornou-se cobaia para uma operação inovadora.

De acordo com o portal Free Think, Golesworthy tem Síndrome de Marfan: uma doença genética que afeta principalmente pessoas altas e magras, com braços, pernas e dedos compridos e geralmente apresentam hipermobilidade das articulações e escoliose.

As complicações mais graves geralmente envolvem o coração e a aorte, com um risco acrescido de prolapso da válvula mitral e aneurisma da aorta. Este era o caso de Tal Golesworthy.

Introduzida em 1968 e dependente de uma máquina para manter temporariamente o fluxo de sangue, a operação envolve a remoção da mais fraca secção da aorta juntamente com as válvulas cardíacas adjacentes.

De seguida, o cirurgião substitui a aorta por um pedaço de tubo rígido feito de poliéster e as válvulas naturais por válvulas mecânicas.

O problema é que estas válvulas mecânicas podem gerar coágulos, obrigando a um tratamento para o resto da vida com anticoagulantes para minimizar o risco de embolia.

Este tratamento acarreta os seus próprios riscos, nomeadamente em qualquer doença ou lesão que cause sangramento.

“Estás constantemente a andar na corda bamba entre uma embolia e um sangramento”, explica Golesworthy.

Os cirurgiões magicaram uma versão diferente da operação em que as próprias válvulas do paciente são deixadas no lugar. Embora isto descarte o uso de anticoagulantes, tem uma taxa de fracasso maior a longo prazo.

Foi então que o engenheiro pensou numa solução inovadora: “Eu disse a mim mesmo: ‘calma, podemos analisar a aorta, usar DAC [desenho assistido por computador] e produzir um suporte totalmente à medida’. Nós podemos fazer isto”.

Golesworthy pôs mãos à obra e começou a montar o protótipo da peça. Criou uma manga, feita à medida, a que chamou de PEARS (Personalized External Aortic Root Support).

O engenheiro divulgou a sua criação num site criado pela Católica Lisbon School of Business and Economics, chamado Patient Innovation, que permite precisamente que pacientes que desenvolveram soluções para as suas próprias doenças compartilhem o que inventaram.

“O que descobrimos foi que os pacientes frequentemente desenvolviam dispositivos e estratégias incríveis”, diz Pedro Oliveira, o líder do projeto criado em 2014.

O custo relativamente alto do produto torna a operação inicial mais cara, mas através de tempos de operação mais curtos, eliminação do tratamento medicamentoso de rotina e uma probabilidade reduzida de novas operações, o PEARS deve economizar dinheiro.

Depois de Golesworthy, o número de pacientes continuou a aumentar: em 2015, um total de 17 pacientes recorreu ao procedimento; no ano seguinte, eram mais de 20.

https://zap.aeiou.pt/engenheiro-foi-a-sua-propria-cobaia-e-reparou-o-seu-coracao-moribundo-446699


Há um plano absolutamente doido para tornar Marte habitável - Tudo depende da criação de um campo magnético artificial !


Um novo estudo aponta a lua Phobos de Marte como a chave para a criação de um campo magnético no planeta e torná-lo, assim, habitável.

Uma das maiores ambições da Humanidade é poder um dia viver em Marte de forma normal e sem apoios ou equipamentos especiais — um processo conhecido como terraplanar.

Se o planeta vermelho já tem algumas das condições precisas para suportar a vida, como a duração dos dias semelhante aos da Terra ou a existência de água e uma atmosfera que se pode tornar respirável.

Há um detalhe que falta, um campo magnético, que é fundamental para proteger a atmosfera de um planeta do vento solar e partículas ionizadas. Mas este detalhe não desencoraja os cientistas, que estão sempre em busca de formas para se criar uma campo magnético em Marte — mesmo que os planos pareçam inusitados.

Infelizmente, não podemos recriar o campo magnético da Terra em Marte, visto que o nosso é gerado por um efeito dínamo no núcleo, onde a convecção de ligas de ferro gera o campo geomagnético da Terra, revela o Universe Today.

O interior de Marte é mais pequeno e mais frio e não é possível criar um dínamo magnético, mas um novo estudo explica uma forma para criarmos um campo magnético artificial.

Já foram apresentadas outras ideias para a criação de um campo magnético em Marte antes que envolvem ou solenóides no solo ou orbitais e que criam um nível básico de protecção, mas esta nova investigação propõe uma solução melhor.

Se quisermos um campo bom e eficaz, aquilo de que precisamos é de um fluxo de partículas carregadas, ou dentro do planeta ou à volta dele. Visto que a primeira opção não é a melhor para Marte, a equipa ponderou sobre a segunda.

A conclusão foi de que é possível criar um anel de partículas à volta de Marte, graças à sua lua Phobos, a maior das duas do planeta e que faz a órbita bastante perto, tão perto que completa uma volta a Marte em oito horas.

A equipa propõe usar a Phobos ao ionizar as partículas da sua superfície, e depois acelerá-las para que possam criar um toro de plasma ao longo da órbita da lua. Isto criaria um campo magnético forte o suficiente para terraformar Marte.

É um plano interessante, apesar de já se anteciparem muitas dificuldades na sua execução, mas sonhar não custa e é já um princípio.

https://zap.aeiou.pt/plano-marte-campo-magnetico-artificial-446719

 

A Ciência descobriu o segredo do melhor abraço !

Dois homens a darem um abraço

O abraço é uma das primeiras formas de comunicação que aprendemos, mas pode ser mais complicado do que parece.

O abraço deve ser longo ou delicado? Os braços, devem estar por cima dos ombros? E estes detalhes mudam se a pessoa que estivermos a abraçar for nossa amiga ou conhecida? Para tantas incógnitas, a 

Ciência decidiu dar uma mão.

Uma equipa recrutou 45 estudantes universitárias, todas do sexo feminino, para participar na investigação.

Depois de estarem vendadas, as voluntárias abraçaram uma investigadora durante 1, 5 e 10 segundos, alternando entre a combinação cintura-pescoço e abraços em que ambas cruzavam os braços.

Segundo o IFL Science, os abraços mais curtos foram considerados os menos agradáveis, enquanto que os abraços de 5 e 10 segundos obtiveram a mesma pontuação de prazer. Por outro lado, o estilo do abraço parecia não ter influência.

Os cientistas admitem que o ambiente de laboratório não é o cenário ideal para avaliar o impacto de um abraço, pelo que a classificação do prazer de abraços curtos e longos pode ter sido influenciada pela natureza repetitiva da investigação.
Afinal, como devemos abraçar?

Foi por esse motivo que os cientistas decidiram ir para a rua. A equipa pediu a 100 pares de estudantes para darem um abraço um ao outro, sem ter sido dada qualquer indicação quanto ao estilo do abraço.

Os investigadores registaram o estilo, a proximidade, a altura e o género dos voluntários para posterior análise.

O rei dos abraços foi o cruzado, que conseguiu ser o mais popular entre os homens (aconteceu 66% das vezes entre todos os participantes e em 82% dos abraços masculinos).

A proximidade entre os participantes parecia não ter qualquer relação com a forma de abraçar. O mesmo não se pode dizer da altura: a preferência por abraços cruzados pode dever-se ao facto de a maioria dos voluntários ter sensivelmente o mesmo tamanho.

Alguns aspetos não foram explorados, como o que sentem os participantes num abraço que dura mais de 10 segundos, ou o quão duro (ou não) se deve apertar o recetor de um abraço.

Ainda assim, os cientistas deixam algumas dicas. Da próxima vez que quiser abraçar, lembre-se: um braço por cima, um braço por baixo, com duração não inferior a 5 segundos, mas não superior a 10.

https://zap.aeiou.pt/o-segredo-do-melhor-abraco-446486


A regra dos cinco segundos é real ou mito ? A Ciência dá a resposta !


A regra dos cinco segundos, quando deixamos cair comida ao chão, é real ou não passa de um mito? Um par de especialistas deu a resposta.

Quando deixamos cair comida ao chão ficamos sempre na dúvida se estará “limpa” o suficiente para a comermos. Há quem diga que, nestes casos, se impõe a regra dos cinco segundos — que determina que temos apenas cinco segundos para apanhar a comida do chão, caso contrário ela não estará apta para se comer.

Mas será esta regra um mero mito urbano ou tem alguma base científica por trás? Especialistas contactados pelo The Huffington Post procuraram dar uma resposta.

“Certamente, se deixar cair algo ao chão, pode entrar em contacto com germes, e se comer esses germes, eles podem deixá-lo doente”, começa por explicar Don Schaffner, professor na Universidade Rutgers, em Nova Jérsia, EUA.

Dizer se a regra dos cinco segundos — ou regra dos dez segundos — é verdade ou não, é algo complexo. Os especialistas explicam que depende de diferentes variáveis, incluindo o tipo de comida ou o tipo de chão. 

“Há algumas citações históricas de Genghis Khan sobre comer comida do chão em referência a um tipo de resposta ‘se fosse bom para ele, então era seguro para todos'”, disse Paul Dawson, professor da Universidade Clemson. Ainda assim, não é certo que esta regra social tenha vindo do ditador mongol.

“Não foi possível rastrear exatamente quando é que começou”, disse Dawson. “Acho que é apenas um daqueles mitos da sociedade que começou e as pessoas continuaram a propagá-lo”.

Tanto Dawson e Schaffner estudaram a regra dos cinco segundos. O primeiro levou a cabo um estudo onde procurou perceber se o tempo que a comida estava em contacto com uma superfície contaminada afetava a transferência de bactérias para ela.

Foram testadas três superfícies contaminadas com salmonela — azulejo, madeira e carpete — e duas comidas — mortadela e pão.

O estudo provou que o nível de contaminação do piso e o tipo de superfície eram as variáveis mais importantes.

Por sua vez, Schaffner testou melancia, pão, pão com manteiga e ursinhos de gomas em superfícies contaminadas de aço inoxidável, azulejo, madeira e carpete, durante menos de um segundo, cinco segundos, 30 segundos e 300 segundos.

Os resultados mostraram que a maioria das bactérias foi transferida para a melancia e a minoria para as gomas. A exposição mais longa mostrou ser um fator importante, mas até em menos de um segundo houve contaminação.

“O nosso estudo mostrou que em todas as condições — não importa a superfície, o alimento ou o tempo — houve sempre alguns testes em que vimos alguma transferência de bactérias”, disse Schaffner ao HuffPost. “Não havia altura segura em que nunca víssemos a transferência bacteriana”.

A conclusão de Dawson é que a regra dos cinco segundos é mito. “Depende do que está no chão e onde cai a comida”, sublinha o investigador.

“Preocupo-me com bactérias e vírus patogénicos como o norovírus, que podem causar doenças”, disse Schaffner, acrescentando que “a regra dos cinco segundos não é verdadeira”.

https://zap.aeiou.pt/regra-cinco-segundos-real-mito-446676


O primeiro velcro biodegradável foi inspirado no amor-do-hortelão !

Uma equipa de investigadores italianos criou o primeiro protótipo de um velcro biodegradável e solúvel, inspirado na estrutura das folhas do amor-do-hortelão (Galium aparine).

A planta amor-do-hortelão desenvolveu um mecanismo de ancoragem parasita que lhe permite trepar sobre outras plantas através de micro-ganchos nas suas folhas.

Segundo o Europa Press, os ganchos permitem-lhe ancorar-se às superfícies de outras plantas à medida que cresce, explorando-as para apoio físico.

Os investigadores inspiraram-se nestas estruturas naturais e tentaram reproduzir artificialmente as suas características.

Os ganchos foram feitos com uma impressora 3D de alta resolução, utilizando materiais altamente resistentes com características que podem ser adaptadas à aplicação, nomeadamente materiais fotossensíveis ou biodegradáveis feitos de isomalte, uma substância semelhante ao açúcar.

Em laboratório, a nova estrutura provou ser capaz de se fixar solidamente a uma variedade de espécies de plantas.

Com base neste velcro, os cientistas podem criar dispositivos para utilização na agricultura de precisão e na proteção ambiental.

“Esta forma de ancoragem pode ser explorada para a monitorização in situ do microclima da planta, como a temperatura, humidade e luz, ou para a libertação controlada de moléculas no sistema vascular”, explicou a investigadora Isabella Fiorello.

Depois de aderirem à planta, os micro-ganchos de isomalte podem ligar-se ao sistema vascular da folha e, como o material é solúvel, dissolver-se no seu interior.

Esta aplicação permite, por exemplo, que os micro-ganchos sejam utilizados como um gesso capaz de libertar localmente substâncias benéficas, produtos farmacêuticos, pesticidas ou bactericidas nas folhas, otimizando a utilização dos recursos naturais e reduzindo o uso excessivo de pesticidas.

Além de contribuir para a proteção dos ecossistemas, o gesso dissolve-se depois de aplicado, evitando assim a geração de resíduos.

https://zap.aeiou.pt/velcro-biodegradavel-amor-do-hortelao-445828

 

As gotas tanto batem até que fundem - Revelado novo tipo de efeito Leidenfrost !


Uma equipa de cientistas demonstrou como funciona o efeito Leidenfrost em duas gotas de diferentes líquidos, aquecidos acima do seu ponto de ebulição.

A comunidade científica já sabia que os líquidos flutuam quando são borrifados numa superfície muito quente, um fenómeno conhecido como efeito Leidenfrost.

Segundo este efeito, um líquido em contacto próximo com uma massa muito mais quente do que o seu ponto de ebulição produz uma camada isolante de vapor que evita que o líquido evapore rapidamente. Agora, os cientistas descobriram que o efeito Leidenfrost pode acontecer entre duas gotículas de líquidos diferentes.

Segundo o Science Alert, a equipa liderada por Felipe Pacheco-Vázquez, da Universidade de Puebla, analisou líquidos como água, etanol, metanol, clorofórmio e formamida. O objetivo da equipa era testar todas as combinações possíveis destes líquidos para ver se as gotículas se fundiam numa só.

A experiência foi realizada numa pequena placa metálica, com um fundo côncavo, aquecida a 250º C. Os líquidos utilizados no teste foram a acetona, que ferve a 50° C, e a formamida, que ferve a 146° C.

Nas experiências, gotas do mesmo líquido ou de líquidos com pontos de ebulição semelhantes fundiram-se imediatamente assim que deslizaram para o ponto mais baixo da placa.

Quando as gotas tinham propriedades muito distintas, a fusão demorou algum tempo a acontecer, com direito a vários “encontrões”.

No vídeo abaixo é possível ver o fenómeno, numa experiência que envolveu uma gota de etanol (a pequena) e uma gota de água (a grande).

Assim que o líquido que evapora mais rápido encolhe para um tamanho específico, as gotas unem-se e “estouram”.

A equipa sugere que o fenómeno acontece graças a um “efeito Leidenfrost triplo”, segundo o qual as gotas não ficam apenas com uma camada de vapor isolante na superfície da placa quente, mas também entre as duas gotas.

“A dinâmica de ricochete acontece porque as gotas não estão apenas no estado de Leidenfrost com o substrato, também experimentam o efeito Leidenfrost entre elas no momento da colisão”, escreveram os cientistas.

https://zap.aeiou.pt/novo-tipo-de-efeito-leidenfrost-446519



Micro-robôs em forma de peixe poderiam nadar até às células cancerígenas e tornar a quimioterapia menos agressiva

A quimioterapia trata com sucesso muitas formas de cancro, mas os efeitos secundários podem ser devastadores.

Investigadores da American Chemical Society (ACS) decidiram fabricar micro-robôs em forma de peixe para oferecer um melhor tratamento para o cancro e evitar, ao mesmo tempo, os efeitos secundários da quimioterapia.

Os peixes robóticos são guiados por ímanes, chegam às células cancerígenas e, uma vez no seu destino, a alteração do pH faz com que abram a boca e libertem diretamente os fármacos.

Segundo o New Atlas, os micro-robôs são feitos de hidrogel que responde ao pH e impressos em 3D na forma de diferentes animais: um peixe, um caranguejo e uma borboleta.

Ao ajustar a densidade de impressão em certas áreas, como as bordas das garras do caranguejo ou as asas da borboleta, a equipa codificou a morfização da forma de pH-responsivo, para que os micro-robôs possam abrir ou fechar em resposta a alterações na acidez.

Depois, os cientistas tornaram os dispositivos magnéticos, colocando-os numa suspensão de nanopartículas de óxido de ferro.

Em laboratório, os investigadores usaram ímanes para conduzir um micro-robô de peixe através de vasos sanguíneos simulados, em direção a um aglomerado de células cancerígenas numa extremidade.

No local, a equipa tornou a solução ligeiramente mais ácida e os peixes abriram a boca e “cuspiram” os fármacos, matando as células cancerígenas.

Estes nadadores natos ainda não podem navegar pelas suas veias. A equipa diz que é preciso aprimorá-los, de modo a torná-los mais pequenos, além de ser necessário um método de imagem adequado para seguir os seus movimentos.

https://zap.aeiou.pt/micro-robos-forma-peixe-quimioterapia-446312

 

O autismo afeta o microbioma intestinal e não o contrário


Uma investigação sugeriu que a perturbação do espetro do autismo pode ser causada, pelo menos em parte, por diferenças na composição da microbiota intestinal. Agora, um estudo defende que a relação pode funcionar ao contrário: a diversidade nas espécies encontradas nas entranhas das crianças com autismo pode dever-se às suas preferências alimentares associadas à doença.

Na última década, vários estudos analisaram a ligação entre determinadas espécies de micróbios no intestino e a saúde mental.

Neste novo estudo, os cientistas analisaram amostras de fezes de 247 crianças, com idades entre os 2 e os 17 anos. As amostras foram recolhidas de 99 crianças diagnosticadas com perturbação do espetro do autismo, 51 irmãos não diagnosticados e 97 crianças não relacionadas e não diagnosticadas.

Além de terem analisado as amostras por sequenciação metagenómica, os cientistas também examinaram cuidadosamente a dieta, assim como a idade e o sexo, relata o Ars Technica.

A equipa encontrou provas limitadas de uma associação direta do autismo com o microbioma. No entanto, descobriu uma associação altamente significativa entre o autismo e a dieta. 

As crianças com diagnóstico de autismo tinham uma dieta menos diversificada e uma qualidade dietética mais pobre.

Tal pode ser explicado pelas alergias associadas à doença, pelo facto de as crianças com autismo terem fortes gostos e aversões sensoriais ou pelos próprios sintomas.

“Os dados apoiam um modelo surpreendentemente simples e intuitivo, em que as características relacionadas com o autismo promovem preferências dietéticas restritas“, explicou a investigadora Chloe Yap. “Isto, por sua vez, leva a uma menor diversidade microbiológica.”

No estudo, os autores notam, contudo, que continua a ser possível que o microbioma possa influenciar o comportamento das crianças num ciclo de feedback.

https://zap.aeiou.pt/o-autismo-afeta-o-microbioma-446280


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