Um astrónomo amador na África do Sul detetou uma nova mancha
no hemisfério sul do maior planeta do Sistema Solar. A mancha, apelidada
de “Mancha de Clyde”, aparece entre a icónica Grande Mancha Vermelha de
Júpiter e o S2-AWO A7, outra grande tempestade a sudeste.
A nova mancha de Júpiter foi descoberta na manhã e 31 de maio por Clyde Foster, diretor da secção Shallow Sky
da Sociedade Astronómica da África Austral (ASSA). Foster estava a
observar Júpiter na época, identificando o local com um filtro sensível
ao gás metano. A mancha não foi detetada pelos astrónomos na Austrália
horas antes.
Num golpe de sorte, a nave espacial Juno, da NASA, fez o seu 27.º
sobrevoo em Júpiter dois dias depois. “Dado o tempo, o facto de Juno
estar numa órbita altamente alongada de 53 dias e capaz de capturar
apenas uma fatia fina de Júpiter durante o sobrevoo, é uma coincidência
notável”, escreveu Foster no site da ASSA.
Usando os dados colhidos durante o sobrevoo, o astrónomo amador Kevin M. Gill
criou uma projeção de mapa combinando cinco imagens diferentes tiradas
por Juno quando estava entre 45 mil e 59 mil quilómetros do topo das
nuvens de Júpiter, mostrando a nova mancha em grande detalhe.
As imagens de Juno “mostram estruturas fascinantes dentro do sistema de tempestades que já estão a causar excitação na comunidade científica planetária”, escreveu Foster.
Conhecida como um “surto convectivo”, a mancha de Clyde é uma pluma
de nuvens que se estende acima das camadas de nuvens. Tais
características são facilmente detectáveis em comprimentos de onda de
metano, aparecendo como manchas brilhantes.
De acordo com a NASA, surtos convectivos não são incomuns no cinturão do Sul Temperado de Júpiter, incluindo um que apareceu nesta faixa de latitude há dois anos.
Juno fará outro sobrevoo em 25 de julho, quando a NASA terá outra
visão aproximada dessa tempestade, para que se possa ver como esre surto
mudou ao longo dos dias e semanas desde a sua descoberta inicial.
A mancha mais famosa do maior planeta do Sistema Solar é Grande
Mancha Vermelha, que é alvo de estudos há vários anos. Os cientistas
chegaram mesmo a prever o pior: a tempestade está a diminuir e podia estar a morrer. Num estudo mais recente, concluiu-se que a Grande Mancha Vermelha de Júpiter pode até estar a encolher, mas a sua espessura manteve-se constante nas últimas décadas.
https://zap.aeiou.pt/a-grande-mancha-vermelha-de-jupiter-tem-uma-nova-companhia-333633
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