A tendência universal de desviarmos o olhar quando somos
apanhados em flagrante a observar outra pessoa pode dar pistas sobre a
forma como o nosso cérebro obtém significado ao olhar nos olhos de
alguém.
Uma equipa de cientistas descobriu que as pessoas tendem a seguir
instintivamente o olhar de outra, mas há uma exceção na situação
socialmente embaraçosa na qual um indivíduo é apanhado a olhar fixamente
para os olhos de uma pessoa: um observador externo não segue
reflexivamente o olhar.
De acordo com o Futurity,
os investigadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos,
concluíram que o cérebro diz automaticamente ao observador que não há
nenhum significado no local para onde a parte embaraçada dedicou a sua
atenção.
No fundo, “o cérebro é muito mais inteligente do que pensávamos“, sintetizou Brian Scholl, professor de psicologia da Universidade de Yale e autor do artigo científico, publicado na Proceedings of the National Academy of Sciences. “O cérebro não lê apenas o que as pessoas estão a observar. Ele lê a mente.”
A equipa realizou várias experiências e demonstrou que o cérebro nem
sempre vira os olhos para o foco do olhar de outra pessoa – só o faz
quando avalia que o olhar é “socialmente significativo“.
Os movimentos dos olhos e da cabeça depois de uma pessoa “ser
apanhada durante a deflexão do olhar não orientam automaticamente a
atenção dos outros – presumivelmente porque o cérebro pode assumir que
esses olhares não são direcionados para nada em particular”, explicou
Scholl.
“Isso prova que o cérebro é especializado em não entender os olhos dos outros, mas sim em perceber a mente por trás dos olhos.”
https://zap.aeiou.pt/olhares-estranhos-provam-que-o-nosso-cerebro-consegue-ler-mentes-342839
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