Uma equipa de cientistas descobriu que dois tipos de diamantes raros partilham uma história de origem comum: a reciclagem de organismos que viviam a mais de 400 quilómetros abaixo da superfície.
Existem três tipos de diamantes naturais: os mais comuns são os diamantes litosféricos, que se formam na camada litosférica a cerca de 150 a 250 quilómetros abaixo da superfície da Terra; os diamantes oceânicos, encontrados em rochas oceânicas; e os diamantes superprofundos continentais, formados entre 300 e 1.000 quilómetros abaixo da superfície.
A variação na assinatura do isótopo de carbono δ13C pode ser usada para determinar se o carbono tem uma origem orgânica ou inorgânica, pelo que alguns cientistas já sugeriram que os diamantes oceânicos se formaram a partir do carbono orgânico já existente nos seres vivos.
Por outro lado, como os diamantes continentais superprofundos têm uma quantidade extremamente variável de δ13C, é difícil dizer se são feitos de carbono orgânico ou não.
Recentemente, escreve o Science Alert, a equipa do geólogo Luc Doucet, da Curtin University, descobriu que os núcleos de diamantes continentais superprofundos têm uma composição de δ13C semelhante, o que significa que, tal como os diamantes oceânicos, estas pedras preciosas também contêm restos de criaturas que já viveram.
“Esta investigação descobriu que, na verdade, o motor da Terra transforma carbono orgânico em diamantes muitas centenas de quilómetros abaixo da superfície”, disse Doucet. “Balões de rochas do manto mais profundo da Terra, chamadas plumas do manto, carregam os diamantes de volta à superfície através de erupções vulcânicas para os humanos desfrutarem como pedras preciosas.”
Quando regressam à litosfera, alguns destes diamantes profundos tornam-se núcleos envoltos em crostas de diamantes inorgânicos, cujos isótopos correspondem aos diamantes da litosfera. Isto explica por que motivo a composição de δ13C é tão variável.
Fica por desvendar por que estes dois tipos de diamantes profundos usam carbono orgânico reciclado.
https://zap.aeiou.pt/diamantes-formam-se-restos-de-criaturas-426546
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