Uma equipa de cientistas da Universidade de Tel Aviv, em Israel, criou a mais pequena tecnologia de armazenamento de informações do mundo, com apenas dois átomos de espessura.
Esta nova tecnologia propõe uma forma de armazenar informações elétricas na unidade mais fina que a ciência conhece, num dos materiais mais estáveis e inertes da natureza, avança o Europa Press.
Os cientistas criaram um túnel de eletrões, através de um filme de espessura atómica, que pode conduzir o processo de leitura de informações muito além das tecnologias atuais.
“A nossa pesquisa nasce da curiosidade sobre o comportamento de átomos e eletrões em materiais sólidos”, disse Moshe Ben Shalom, da Universidade de Tel Aviv.
“Nós (e muitos outros cientistas) tentamos entender, prever e até controlar as propriedades fascinantes dessas partículas à medida que se condensam numa estrutura ordenada a que chamamos de cristal”, começou por explicar.
“No coração do computador, por exemplo, está um minúsculo dispositivo cristalino projetado para alternar entre dois estados, indicando respostas diferentes: ‘sim’ ou ‘não’, ‘para cima’ ou ‘para baixo’, etc. Sem essa dicotomia, não é possível codificar e processar informações. O desafio prático é encontrar um mecanismo que permite esta troca num dispositivo pequeno, rápido e barato“, acrescentou.
Os dispositivos de última geração consistem em minúsculos cristais que contêm cerca de um milhão de átomos (cerca de cem átomos de altura, largura e espessura).
Agora, a equipa da universidade israelita conseguiu, pela primeira vez, reduzir a espessura dos dispositivos cristalinos a apenas dois átomos.
Esta estrutura fina permite que as memórias baseadas na capacidade quântica dos eletrões saltem rápida e eficientemente através de barreiras que têm apenas alguns átomos de espessura. A tecnologia pode melhorar significativamente os dispositivos eletrónicos em termos de velocidade, densidade e consumo de energia.
A equipa usou um material bidimensional: camadas de boro e nitrogénio com a espessura de um átomo, dispostas numa estrutura hexagonal repetitiva. Nas suas experiências, os cientistas foram capazes de desfazer a simetria desse cristal ao montar artificialmente duas dessas camadas.
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