A galáxia HD1 tanto pode ser uma galáxia starburst ou como ter nascido de um quasar com um buraco negro supermassivo no seu centro — sendo que qualquer uma das respostas traz consigo mais descobertas impressionantes.
Está a 13.5 mil milhões de anos-luz de distância da Terra e bateu o recorde do objecto astronómico mais longe do nosso planeta alguma vez encontrado.
Numa série de dois estudos publicados na The Astrophysical Journal (aqui) e na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society (aqui), os astrónomos relatam a descoberta da galáxia, que foi apelidada HD1.
Para além da sua distância da Terra, outro aspecto que torna esta descoberta notável é a idade da galáxia, que nasceu apenas 330 milhões de anos após o Big Bang, sendo assim uma das primeiras galáxias do Universo.
“As primeiras galáxias formaram-se cerca de 100 milhões de anos depois do Big Bang. Tinham um milionésimo da massa da Via Láctea e eram muito mais densas. Uma forma de pensar sobre elas é como se fossem blocos no projecto de construção das galáxias actuais”, revela o astrofísico Avi Loeb ao Live Science.
A descoberta da HD1 e de uma outra galáxia chamada HD2 surgiu como parte de um projecto dedicado à busca de galáxias que nasceram no início do Universo que reúne investigadores de vários países.
A pesquisa recorreu a quatro telescópios ópticos e de infravermelhos que acumularam 1200 horas de observação entre todos, com os cientistas a notarem que a galáxia é extremamente brilhante quando vista com luzes ultravioletas.
“A cor vermelha da HD1 correspondeu às características esperadas de uma galáxia a 13.5 mil milhões de anos-luz surpreendentemente bem e fez-me arrepiar quando a descobrir”, revela o astrónomo Yuichi Harikane ao Science Alert.
Há ainda muito mistério em torno da HD1, com os cientistas sem ainda saberem se esta é uma galáxia starburst que está ainda num processo intenso e contínuo de formação estelar, ou se resultou de um quasar, com um buraco negro supermassivo no seu centro.
Relativamente à primeira hipótese, inicialmente os cientistas acreditavam que se tratava de uma galáxia starbust normal, até notarem que para produzir tanto brilho, a HD1 teria de estar a criar mais de 100 estrelas por ano. Trocado por miúdos, este valor é 10 vezes maior do que o esperado para uma galáxia no início do Universo.
A resposta a esta questão pode ser simples, caso as estrelas na galáxia não sejam iguais às estrelas modernas, mas antes estrelas da População III — as primeiras estrelas do Universo —, que eram mais brilhantes, mais quentes e tinham uma massa maior do que as estrelas modernas.
“Se assumirmos que as estrelas produzidas na HD1 são da População III, então as suas propriedades podem ser explicadas mais facilmente. De facto, as estrelas da população III são capazes de produzir mais luz UV do que estrelas normais, o que pode clarificar a luminosidade ultravioleta extrema da HD1”, explica o astrónomo e co-autor de um dos estudos, Fabio Pacucci.
Caso a opção do quasar se verifique, o crescimento do buraco negro até um tamanho supermassivo tão cedo após o início do Universo vem desafiar os modelos das formações dos buracos negros e da sua evolução, já que para a produção da luz observada, o buraco teria de ter uma massa 100 vezes maior do que a do Sol.
“Formando-se algumas centenas de milhões de anos depois do Big Bang, um buraco negro na HD1 teria de crescer a um ritmo sem precedentes. Mais uma vez, a natureza parece ser mais criativa do que nós“, remata Avi Loeb.
https://zap.aeiou.pt/galaxia-distante-terra-estrelas-antigas-472369
Está a 13.5 mil milhões de anos-luz de distância da Terra e bateu o recorde do objecto astronómico mais longe do nosso planeta alguma vez encontrado.
Numa série de dois estudos publicados na The Astrophysical Journal (aqui) e na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society (aqui), os astrónomos relatam a descoberta da galáxia, que foi apelidada HD1.
Para além da sua distância da Terra, outro aspecto que torna esta descoberta notável é a idade da galáxia, que nasceu apenas 330 milhões de anos após o Big Bang, sendo assim uma das primeiras galáxias do Universo.
“As primeiras galáxias formaram-se cerca de 100 milhões de anos depois do Big Bang. Tinham um milionésimo da massa da Via Láctea e eram muito mais densas. Uma forma de pensar sobre elas é como se fossem blocos no projecto de construção das galáxias actuais”, revela o astrofísico Avi Loeb ao Live Science.
A descoberta da HD1 e de uma outra galáxia chamada HD2 surgiu como parte de um projecto dedicado à busca de galáxias que nasceram no início do Universo que reúne investigadores de vários países.
A pesquisa recorreu a quatro telescópios ópticos e de infravermelhos que acumularam 1200 horas de observação entre todos, com os cientistas a notarem que a galáxia é extremamente brilhante quando vista com luzes ultravioletas.
“A cor vermelha da HD1 correspondeu às características esperadas de uma galáxia a 13.5 mil milhões de anos-luz surpreendentemente bem e fez-me arrepiar quando a descobrir”, revela o astrónomo Yuichi Harikane ao Science Alert.
Há ainda muito mistério em torno da HD1, com os cientistas sem ainda saberem se esta é uma galáxia starburst que está ainda num processo intenso e contínuo de formação estelar, ou se resultou de um quasar, com um buraco negro supermassivo no seu centro.
Relativamente à primeira hipótese, inicialmente os cientistas acreditavam que se tratava de uma galáxia starbust normal, até notarem que para produzir tanto brilho, a HD1 teria de estar a criar mais de 100 estrelas por ano. Trocado por miúdos, este valor é 10 vezes maior do que o esperado para uma galáxia no início do Universo.
A resposta a esta questão pode ser simples, caso as estrelas na galáxia não sejam iguais às estrelas modernas, mas antes estrelas da População III — as primeiras estrelas do Universo —, que eram mais brilhantes, mais quentes e tinham uma massa maior do que as estrelas modernas.
“Se assumirmos que as estrelas produzidas na HD1 são da População III, então as suas propriedades podem ser explicadas mais facilmente. De facto, as estrelas da população III são capazes de produzir mais luz UV do que estrelas normais, o que pode clarificar a luminosidade ultravioleta extrema da HD1”, explica o astrónomo e co-autor de um dos estudos, Fabio Pacucci.
Caso a opção do quasar se verifique, o crescimento do buraco negro até um tamanho supermassivo tão cedo após o início do Universo vem desafiar os modelos das formações dos buracos negros e da sua evolução, já que para a produção da luz observada, o buraco teria de ter uma massa 100 vezes maior do que a do Sol.
“Formando-se algumas centenas de milhões de anos depois do Big Bang, um buraco negro na HD1 teria de crescer a um ritmo sem precedentes. Mais uma vez, a natureza parece ser mais criativa do que nós“, remata Avi Loeb.
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