Uma equipa de astrónomos da Universidade Queen Mary, em
Londres, revelou como são formados os discos de Peter Pan. A descoberta
pode ajudar a compreender a evolução dos discos e a formação de
planetas.
Os discos protoplanetários são discos gigantes de gás e poeira que
circulam em torno de estrelas jovens. Os discos recém-descobertos,
conhecidos como discos Peter Pan, receberam este nome
como se a sua contrapartida fictícia fosse “nunca crescer”, já que vivem
entre 5 a 10 vezes mais do que outros discos protoplanetários
conhecidos.
Apesar de os cientistas estarem conscientes da existência destes
discos desde 2016, as perguntas sobre a sua formação e duração
aumentaram nos últimos tempos, permanecendo sem resposta.
Num estudo publicado no dia 11 de junho na Monthly Notices of the Royal Astronomical Society,
os cientistas usaram simulações em computador para observar uma série
de possíveis configurações iniciais e de evolução dos discos para
revelar a combinação de condições necessárias para formar os discos de
Peter Pan.
A estas características chamaram de “Parâmetros da Terra do Nunca“.
Segundo o SciTechDaily, a investigação permitiu concluir que estes discos só se formam em ambientes solitários, longe de outras estrelas, e que precisam de ser muito maiores do que o normal na fase inicial.
“A maioria das estrelas forma-se em grandes aglomerados, com cerca de
100.000 estrelas. No entanto, os discos de Peter Pan não se formam
nesse tipo de ambientes. Estes discos devem estar muito mais isolados
dos seus vizinhos estelares. Também precisam de começar de forma
massiva, para que tenham mais gás para perder e, assim, viver durante
muito mais tempo”, explicou Gavin Coleman, primeiro autor do estudo.
Até agora, os astrónomos pensavam que estes discos tinham uma vida útil de poucos milhões de anos e se desvaneciam num prazo de 10 milhões de anos.
“A descoberta da existência destes discos de longa duração foi
realmente incrível. Descobrir como é que os discos de Peter Pan
conseguem sobreviver durante mais tempo pode ser fundamental para nos
ajudar a entender mais sobre a evolução dos discos e a formação de
planetas”, esclareceu o cientista Thomas Haworth.
Devido ao ambiente específico necessário para a formação destes
discos, os cientistas pensam que são muito raros. Até ao momento, só
foram descobertos sete discos de Peter Pan, numa colaboração científica
entre a NASA e o Zooniverse.
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