Você já ouviu falar de uma classe de exoplanetas conhecidos como
Júpiteres quentes? Como a nomenclatura sugere, trata-se de mundos
gasosos com dimensões semelhantes às de Júpiter, mas que "habitam" muito
próximo de suas estrelas. Por conta dessa peculiaridade, esses astros
apresentam temperaturas incrivelmente altas, assim como períodos
orbitais curtíssimos, muitas vezes com duração inferior a 1 dia
terrestre.
Alguns dos Júpiteres quentes já catalogados por astrônomos.
Astrônomos já identificaram diversos desses exoplanetas pelo Cosmos.
Embora esses corpos venham sendo estudados há algum tempo, ainda existem
muitas coisas que não se sabe sobre eles, incluindo como se dá a sua
formação e como foram acabar tão perto de seus sóis. A descoberta de um
novo Júpiter quente pode ajudar os cientistas a desvendarem esses e
outros mistérios.
Jovem exótico
Batizado como HIP 67522 b, o exoplaneta tem mais ou menos dez vezes o
diâmetro da Terra e, conforme apontaram as observações, consiste em um
corpo gasoso. Ademais, ele foi detectado muito próximo de uma estrela já
bastante estudada, situada a 490 anos-luz da Terra e que, segundo as
estimativas, é um "bebê" cósmico de apenas 17 milhões de anos — e é aqui
que as coisas ficam interessantes.
Se o novo Júpiter quente orbita uma estrela tão recente, significa
que deve ter se formado vários milhões de anos depois dela, o que o
torna o planeta mais jovem dessa classe já identificado. Aliás, essa
questão da idade do sistema planetário é o que pode ajudar os astrônomos
a compreenderem melhor como esses mundos nascem.
Jovem exótico.
De acordo com os modelos propostos no momento, existem três
possibilidades para explicar o posicionamento dos Júpiteres quentes. Uma
seria que esses exoplanetas se formam coladinhos a suas estrelas e ali
fixam residência, o que seria bastante complicado, uma vez que as
condições extremas nessas regiões e o comportamento turbulento de sóis
tão joviais provavelmente levariam à vaporização dos materiais
necessários para a formação de novos planetas.
A segunda alternativa seria que a interferência gravitacional de
outros mundos presentes no sistema "empurra" os Júpiteres quentes em
direção às suas estrelas. E a terceira opção seria que eles se originam
em órbitas mais distantes e vão se aproximando gradualmente de seus sóis
com o passar do tempo.
A última possibilidade parece ser a que se encaixa melhor para
descrever a localização de HIP 67522 b. Cientistas precisarão realizar
mais observações e aprofundar seus estudos para decifrar os mecanismos
que desencadeiam a migração dos Júpiteres quentes de suas órbitas
originais até, praticamente, o colo de suas estrelas.
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