Os microplásticos estão por todo o lado. Um novo estudo acaba
de revelar que estes minúsculos fragmentos viajam por todo o mundo
através do vento, da chuva e da neve.
Os oceanos estão repletos de toneladas de plástico, que ameaçam
peixes, aves e qualquer espécie marinha. No entanto, não existe um único
recanto do planeta Terra onde este material não consiga chegar. No ar
que respiramos, a viajar ao sabor do vento e até a cair do céu: os
microplásticos estão mesmo por todo o lado.
Esta é a conclusão de um recente estudo, publicado na Science
no dia 12 de junho. Janice Brahney, da Universidade de Utah, nos EUA,
afirma que, a cada ano, chovem mais de mil toneladas de micropartículas
de plástico em parques nacionais e zonas selvagens do oeste
norte-americano. O número equivale entre 123 e 300 milhões de garrafas
de plástico.
Estudos anteriores já haviam detetado microplásticos no ar da Europa,
da China e do Ártico, mas esta nova investigação vem estender a
presença destas partículas a zonas remotas dos Estados Unidos.
De acordo com o Ars Technica, a equipa de cientistas recolheu 339 amostras em 11 parques e encontrou minúsculos pedaços de plástico em 98% delas.
Brahney ficou muito surpreendida com os resultados e, convencida de
que podia ter cometido algum erro, decidiu repetir os testes – mas tudo
bateu certo.
As maiores partículas de microplásticos caíram com chuva e neve,
sendo que as mais pequenas surgiram com o tempo seco, transportadas pelo
vento. A explicação mais provável é a de que as partículas de maior
dimensão provenham de zonas mais próximas, enquanto que as mais
pequenas, sejam trazidas pelo vento de áreas mais longínquas.
As microfibras identificadas pelos cientistas eram consistentes com
os tipos de têxteis usados na confeção de roupas; na produção de
carpetes e revestimentos industriais; e de equipamentos para atividades
ao ar livre, como tendas e roupas impermeáveis.
Ainda não são claros os efeitos da inalação destas partículas na saúde humana, ainda que os cientistas saibam que, certamente, não são benéficas.
Segundo a equipa, os microplásticos podem estar a alterar a forma
como o solo absorve e armazena o calor e afetar a multiplicação dos
micróbios que o habitam. Além disso, as partículas podem modificar a
forma como a água de desloca através destes solos.
https://zap.aeiou.pt/plastico-esta-a-cair-do-ceu-330530
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