segunda-feira, 8 de junho de 2020

Rins artificiais estão cada vez mais perto graças a uma nova tecnologia

Uma nova tecnologia, desenvolvida por uma equipa de investigadores da Universidade do Arkansas, torna a possibilidade de haver rins artificiais cada vez mais real.
Doenças renais são bastante comuns em Portugal. Estima-se que mais de 800 mil portugueses sofram de doença renal crónica, por exemplo, existindo atualmente 14 mil doentes dependentes de diálise.
Segundo a Associação Portuguesa de Urologia, nem todos os doentes em diálise têm indicação para ser transplantados. Ainda assim, existe uma escassez de órgãos para as necessidades, havendo uma tendência para o aumento do número de doentes em lista de espera.
Os rins são extremamente importantes, já que limpam o nosso sangue, permitindo a passagem de fluidos e resíduos, e bloqueando as células sanguíneas, proteínas e minerais. A comunidade científica tem-se esforçado para encontrar tratamentos viáveis e a sua complexidade significa que os rins são incrivelmente difíceis de recriar sinteticamente, escreve o SingularityHub.
Mas progressos estão a ser feitos neste sentido e, graças a uma equipa de investigadores da Universidade do Arkansas, no Estados Unidos, esta possibilidade está cada vez mais próxima. Os cientistas criaram um dispositivo capaz de filtrar o sangue de maneira semelhante a um rim verdadeiro. Um estudo foi publicado, em abril, na revista Nature Communications Materials.
Existem dois processos básicos que ocorrem quando o sangue passa pelos rins. Primeiro, os glomérulos deixam passar pequenas moléculas, resíduos e água, enquanto proteínas e células sanguíneas ficam retidas. Depois, o material que passa por este primeiro filtro flui para a rede de nefrónios, onde é posteriormente filtrado.
Foi neste segundo processo que os investigadores se concentraram, conseguindo replicar com sucesso.
“O sistema pode funcionar como um dispositivo independente ou em conjunto com diálise para controlar a química das soluções usadas no tratamento. E pequenas modificações no dispositivo podem permitir que ele funcione como um rim artificial vestível e potencialmente implantável”, explicou a autora principal do estudo, Christa Hestekin.
De acordo com os dados do Serviço Nacional de Saúde, disponíveis no Portal da Diálise, em 2017, o rim foi o órgão mais transplantado em Portugal. Nesse ano, foram feitos 529 transplantes renais, cerca de 59% do total.

https://zap.aeiou.pt/rins-artificiais-mais-perto-tecnologia-328382

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