Um novo estudo mostra que combinar vacinas BioNTech/Pfizer e AstraZeneca pode criar uma forte resposta imunitária contra a covid-19.
Os 830 participantes deste estudo uma de quatro combinações: duas doses da vacina da AstraZeneca; duas doses da BioNTech/Pfizer; uma dose de AstraZeneca, seguida de uma dose de Pfizer; e o inverso — uma dose de Pfizer, seguida de uma dose de AstraZeneca.
Os resultados publicados recentemente na revista científica The Lancet mostram que quem foi vacinado com duas doses da vacina da Pfizer teve uma presença de anticorpos dez vezes mais significativa do que quem foi vacinado apenas com AstraZeneca.
Por sua vez, quem recebeu uma dose de Pfizer, seguida de uma dose de AstraZeneca, teve uma resposta cinco vezes superior. E quem foi vacinado com uma dose de AstraZeneca, e depois com uma da BioNTech/Pfizer teve uma resposta tão forte como quem recebeu duas doses da Pfizer.
Uma combinação das duas vacinas também demonstrou produzir um maior nível de células imunes, que previnem a infeção contra o novo coronavírus, escreve a Rádio Renascença.
No entanto, os voluntários apresentaram alguns sintomas secundários, nomeadamente uma maior probabilidade de febre, dores de cabeça e dores musculares em comparação com as pessoas inoculadas com duas doses da mesma vacina. Os efeitos são momentâneos, passando pouco tempo depois.
“São boas notícias porque permite obviar a questão da segunda dose para quem, tendo menos de 60 anos, recebeu a AstraZeneca em primeira dose e agora não poderia voltar a receber a mesma vacina. São boas notícias porque permite, porventura, flexibilizar mais e gerir melhor os ‘stocks’ das diferentes vacinas, de maneira a maximizar o número de pessoas vacinadas”, disse o imunologista Miguel Prudêncio, do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa.
Ainda assim, Miguel Prudêncio não acredita que os resultados do estudo tenham consequências diretas no plano português.
“Eu não julgo que tenhamos de recorrer a essa combinação para atingir esse objetivo [vacinar 70% da população até agosto]. O que eu digo é que essa possibilidade pode permitir para, no futuro, jogar com as diferentes vacinas para maximizar o número de pessoas imunizadas. Mas aquilo que está a acontecer em Portugal, como na generalidade dos países, é que os esquemas vacinais estão planeados com duas doses da mesma vacina”, explicou o especialista.
https://zap.aeiou.pt/combinar-vacinas-pfizer-astrazeneca-413074
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