Segundo um estudo da Agência Japonesa de Ciência e Tecnologia Marinha
e da Terra, cientistas conseguiram reviver micróbios que estavam em
estado de dormência no fundo do oceano há pelo menos 101,5 milhões de
anos.
O trabalho, liderado por Yuki Morono, foi publicado na revista Nature Communications
e revelou que os minúsculos organismos se mantiveram no fundo do
Pacífico Sul em sedimentos pobres em nutrientes, mas com oxigênio
suficiente para permitir a vida.
“Quando os encontrei, primeiramente fiquei cético em relação aos
resultados, se seriam algum erro ou falha no experimento”, disse o autor
à agência de notícias AFP. “Sabemos agora que não há limite de idade para organismos na biosfera dessa camada do mar”, ele completou.
As amostras foram obtidas em 2010, quando uma expedição do Programa
Integrado de Perfuração Oceânica (IODP) recuperou sequências
sedimentares da planície abissal do Giro do Pacífico Sul. O objetivo era
o de examinar a vida e a habitabilidade do subsolo na região de menor
índice de vida marinha.
Micróbios revividos a partir de núcleos de sedimentos no Oceano Pacífico
A maioria das 6.986 células individuais analisadas por meio da
técnica de espectrometria de massa de íons secundários em nanoescala,
incorporou ativamente substratos de carbono e nitrogênio marcados com
isótopos. Após 68 dias da incubação pelos cientistas, elas começaram a
se alimentar e se multiplicar.
Assim, a pesquisa aponta que uma célula deve metabolizar uma certa
quantidade de carbono em relação à própria biomassa antes que possa
dobrar de tamanho, dividir ou mesmo manter um estado ativo. As
comunidades amostradas provavelmente ficaram presas no sedimento desde
sua deposição e ,até então, seus status fisiológico e potencial de crescimento eram desconhecidos.
Os resultados também sugerem que comunidades microbianas, amplamente
distribuídas em sedimentos abissais orgânicos pobres, consistem
principalmente aeróbios que retêm seu potencial metabólico sob condições
de energia extremamente baixa. Além disso, a formação de esporos foi
sugerida como um dos possíveis mecanismos para a sobrevivência em longo
prazo.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115407-cientistas-revivem-microbios-de-mais-de-100-milhoes-de-anos.htm
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