Um estudo publicado na revista científica Frontiers in Microbiology na última quarta-feira (26) revelou que um tipo de bactéria altamente resistente à radiação sobreviveu fora da Estação Espacial Internacional (ISS) por três anos.
Naturalmente resistentes à radiação, as bactérias Deinococcus radiodurans possuem
uma notável capacidade para reparar seu DNA quando danificado. Isso
permite ao microrganismo, apelidado de “Conan, a Bactéria”, sobreviver
em ambientes superfrios, desidratados e na presença de ácidos.
A Deinococcus radiodurans ficou exposta do lado de fora da estação espacial por três anos (Fonte: Wikimedia Commons)
Missão Tanpopo expôs a bactéria à radiação
Uma
equipe de cientistas, liderados pelo professor Akihiko Yamagishi, da
Universidade de Farmácia e Ciências da Vida de Tóquio, decidiu
investigar se esse nível de resistência poderia permitir que essas
bactérias sobrevivessem no ambiente hostil do espaço, particularmente expostas aos altos níveis de radiação ultravioleta.
A
experiência foi realizada por integrantes da missão espacial japonesa
Tanpopo, que colocou partes secas da bactéria em placas de alumínio
fixadas em painéis expostos do lado de fora da estação ISS, onde
permaneceram por três anos.
A principal finalidade do estudo foi
testar a teoria chamada de "panspermia", segundo a qual microrganismos
ou precursores químicos da vida se encontram presentes no espaço, sendo
capazes de dar surgimento a ela quando atingem um planeta adequado.
Conan, a Bactéria, o retorno
Deinococcus radiodurans (Fonte: Michael J Daly/Science Photo Library - Reprodução)
Após retornarem à Terra, os cientistas reidrataram as bactérias
que se encontravam nas amostras. Logo perceberam que as células que
estavam na superfície da colônia morreram por conta da radiação. Porém,
aquelas que estavam nas camadas inferiores, tiveram seu DNA protegido, e
estavam intactas depois de 3 anos de exposição no espaço.
“Se as
bactérias podem sobreviver no espaço, [elas] podem ser transferidas de
um planeta para outro”, afirma Yamagishi. Os resultados da pesquisa
sugerem que a Deinococcus radiodurans é capaz de sobreviver a uma viagem da Terra a Marte, o que poderia levar meses, ou até anos.
Num
comunicado à imprensa, o professor Yamagishi afirmou que, “se a
panspermia é mesmo possível, a vida pode existir com uma frequência
muito maior do que imaginávamos”.
https://www.megacurioso.com.br/ciencia/115814-bacterias-resistentes-a-radiacao-sobreviveriam-a-uma-viagem-a-marte.htm
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