Uma equipa internacional de investigadores descobriu uma estrutura em torno da Via Láctea apelidada de Phoenix Stream.
Esta é uma faixa de estrelas que se acredita ser o que resta de um
antigo aglomerado globular destruído pela Via Láctea há cerca de dois
mil milhões de anos.
Aglomerados globulares são coleções esféricas de estrelas que orbitam
galáxias. Mais de 150 deles foram descobertos apenas na Via Láctea.
Estudos abrangentes dessas e de muitas outras que orbitam galáxias
distantes sugerem que se formaram desde a geração mais antiga de
estrelas.
O que é verdadeiramente único no Phoenix Stream é a a sua composição de estrelas. Os invetsigadores descobriram o que resta do aglomerado globular mais antigo conhecido, uma relíquia de uma época passada.
“Depois de saber que estrelas pertenciam ao fluxo, medimos a sua
abundância de elementos mais pesados do que o hidrogénio e o hélio,
algo que os astrónomos chamam de metalicidade. Ficamos realmente
surpreendidos ao descobrir que o Phoenix Stream tem uma metalicidade muito baixa, tornando-o distintamente diferente de todos os outros aglomerados globulares da galáxia ”, disse Zhen Wan, investigador da Universidade de Sydney, em comunicado.
“Embora o aglomerado tenha sido destruído há milhares de milhões de
anos, ainda podemos dizer que se formou no início do Universo a partir
da composição das suas estrelas.”
Acredita-se que os aglomerados globulares tenham um “piso de
metalicidade”, abaixo do qual não se podem formar da forma que se
espera. Esse valor mínimo vem do enriquecimento esperado das estrelas
mais antigas, feitas exclusivamente de hidrogénio e hélio, e do seu
desaparecimento explosivo que espalha elementos mais pesados pelo
cosmos.
Se o Phoenix Stream era de facto um aglomerado globular,
talvez o universo tenha mais do que uma forma de formar essas coleções
compactas de estrelas. “Esse fluxo vem de um aglomerado que, pelo nosso entendimento, não deveria existir“, explicou o co-autor do estudo Daniel Zucker, da Macquarie University.
“Uma explicação possível é que o Phoenix Stream representa o
último de seu tipo, o remanescente de uma população de aglomerados
globulares que nasceram em ambientes radicalmente diferentes daqueles
que vemos hoje”, afirmou Ting Li, do Carnegie Observatories e líder da colaboração internacional S5, que estuda fluxos estelares.
A equipa continua com dúvidas sobre como o Phoenix Stream se formou e se é único, mas planea estudar mais fluxos estelares para descobrir.
Este estudo foi publicado na semana passada na revista científica Nature.
https://zap.aeiou.pt/astronomos-restos-colecao-unica-estrelas-338006
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