A bactéria Escherichia coli, presente no trato
gastrointestinal dos seres humanos, possui uma habilidade interessante:
dar um "grito" de alerta em seu leito de morte. Apesar de inaudível, o
"necrossinal" é um alarme químico produzido pela a espécie na tentativa
de preservar os outros membros da colônia de bactérias.
A
necrossinalização não se trata apenas de um último pedido de socorro,
mas funciona como uma ferramenta essencial para a sobrevivência das
bactérias. De acordo com um novo estudo feito pela Universidade do
Texas, nos Estados Unidos, essa mensagem dá a brecha para que uma
colônia siga se movendo pelo corpo humano até desenvolver resistência ao
antibiótico que matou os outros membros do grupo.
Ajudando as outras bactérias
(Fonte: Pixabay)
Ao analisar um grupo das bactérias Escherichia coli no
laboratório, os cientistas americanos puderam notar que as células
vivas ativavam um "estado de emergência" ao captar o sinal fornecido
pelas bactérias atingidas pelos efeitos de um antibiótico.
O
alerta químico, entretanto, não atua apenas como uma simples mensagem,
argumentou o coautor do trabalho, Rasika Harshey. De acordo com Harshey,
as bactérias mortas dariam um sinal para que as membranas das células
remanescentes começasse a bombear o antibiótico para fora da colônia.
Dessa
forma, as bactérias vivas teriam que lidar com uma pequena carga da
substância medicinal, o que facilitaria para que elas desenvolvessem
alguma resistência. Os pesquisadores acreditam que essa descoberta pode
ser fundamental para a elaboração de novas estratégias para derrotar
outras infecções bacterianas.
Colônias de bactérias
(Fonte: Pixabay)
Diversas bactérias, assim como a Escherichia coli, costumam
encontrar-se aglomeradas em números gigantescos — podendo reunir 1
bilhão de agentes bacterianos. Cada um desses micro-organismos possui um
flagelo que auxilia na locomoção da colônia pelo corpo humano.
Esse
tipo de colônia de bactéria atua quase como um enxame de abelhas, visto
que são metabolicamente ativas e crescem em número rapidamente. Dessa
forma, os pesquisadores acreditam que esse enxame de bactérias tenha
desenvolvido uma maneira própria de combater um antibiótico.
Pesquisas anteriores já apontavam
que cerca de 25% de uma colônia de bactérias morria durante um encontro
com a substância de combate às infecções. Portanto, era notável que as
células mortas atuavam como uma proteção para o restante dos indivíduos,
mas ainda não existiam estudos que comprovassem como isso era feito.
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