Um novo estudo científico sugere que o melhor local para
estudar o céu noturno poderá ser a Antártida. O problema continuam a ser
as baixas temperaturas.
Quando falamos em bons lugares para ver o céu noturno, geralmente
pensamos no campo, longe da poluição luminosa das cidades. No entanto,
para grandes observações astronómicas, há outro fator importante a ter
em conta: a atmosfera.
É por esta razão que muitos observatórios são construídos em locais
de grandes ou médias altitudes e com baixa humidade, como o Chile.
Porém, os cientistas estão agora a questionar se estas são, realmente,
as melhores regiões para estudar o céu noturno.
De acordo com o site IFLScience, um novo estudo sugere que a Antártida pode ser, afinal, o local vencedor. Publicado na revista Nature, a 29 de julho, o artigo científico mediu o “seeing” acima da Cúpula A, a mais alta cúpula de gelo no Planalto Antártico.
“Seeing” é o termo usado na Astronomia para definir o
parâmetro que expressa a qualidade das observações, conforme determinado
pela turbulência atmosférica.
A 8 metros acima do cume da Cúpula A, os investigadores relatam ter conseguido um “seeing” cinco vezes melhor do que os observatórios estabelecidos em locais de latitude média.
Segundo o mesmo site, a razão para isto acontecer é a camada limite,
a parte da atmosfera onde ocorre a maior parte da turbulência. Acima
dessa camada, a atmosfera afeta menos as observações. Na Cúpula A, a
camada limite tem, em média, menos de 14 metros de espessura.
Infelizmente, construir lá um observatório ainda não é tarefa fácil.
Os cientistas relataram que os seus instrumentos foram afetados pelas baixas temperaturas (neste local, é frequente estarem abaixo dos -80°C).
No futuro, se a evolução da tecnologia conseguir ultrapassar este percalço, a equipa refere que o “seeing” pode melhorar em mais 10% a 12%.
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