Uma equipa de cientistas da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, identificou, em ratos de laboratório, células e proteínas específicas que controlam o reflexo do espirro.
“Compreender melhor o que nos faz espirrar – de que forma os neurónios se comportam em resposta a alergénios e vírus – pode apontar para tratamentos capazes de retardar a propagação de doenças respiratórias infecciosas“, disse Qin Liu, professor de Anestesiologia na universidade norte-americana, citado pelo EurekAlert.
Espirrar é a forma mais forte e comum de espalhar gotículas infecciosas. Há mais de 20 anos, os cientistas identificaram uma região evocadora de espirros no sistema nervoso central, mas pouco se sabe sobre como o reflexo do espirro funciona a nível celular e molecular.
Neste novo estudo, a equipa estudou ratos de laboratório na tentativa de identificar que células nervosas enviam sinais que fazem os animais espirrarem.
Para o descobrir, os cientistas expuseram os ratos a gotículas em aerossol que continham histamina ou capsaicina, uma substância presente na pimenta. Tal como nas pessoas, ambos os compostos provocaram espirros nos ratos.
Ao examinar as células nervosas que já eram conhecidas por reagir à capsaicina, a equipa conseguiu identificar uma classe de pequenos neurónios ligados aos espirros causados pela substância. Depois, estudaram os neuropeptídeos que poderiam transmitir sinais de espirro para essas células nervosas e descobriram que a molécula neuromedina B (NMB) era essencial para se espirrar.
Por outro lado, quando eliminaram os neurónios sensíveis a esta molécula na parte do sistema nervoso que evocou espirros nos ratos, bloquearam o reflexo do espirro.
Todos estes neurónios produzem uma proteína chamada recetor de neuromedina B. Nos ratos que não têm este recetor, os espirros foram reduzidos.
A equipa descobriu que as células que provocam espirros se localizam numa região do cérebro diferente da região que controla a respiração, e que as células nessas duas regiões estavam diretamente interligadas através dos axónios, o prolongamento das células nervosas que recebem os impulsos nervosos e os transmitem a outras células ou órgãos.
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