Marte pode já ter sido um planeta habitável mas, ao longo de
milhares de milhões de anos, a sua atmosfera escapou para o Espaço. Os
cientistas mapearam as correntes elétricas na atmosfera marciana que
podem ter sido responsáveis por deixar o gás “fugir” e encontraram o
verdadeiro culpado.
Usando a nave da NASA Mars Atmosphere and Volatile Evolution
(MAVEN), uma equipa de cientistas mapeou os sistemas de corrente
elétrica na atmosfera de Marte pela primeira vez, resultando em
visualizações que ajudaram os cientistas a determinar o que estava a
permitir que a atmosfera escapasse para o Espaço.
As descobertas, de acordo com o estudo publicado em maio na revista científica Nature Astronomy, sugerem que o vento solar que constantemente flui do Sol é a principal força motriz por trás da fuga atmosférica do Planeta Vermelho.
Os investigadores queriam descobrir quão essencial é um campo
magnético para a regulação da atmosfera de um planeta. Marte não tem
campo magnético. Em vez disso, partículas carregadas libertadas da
atmosfera superior do Sol, conhecidas como vento solar, interagem com a
atmosfera de Marte e criam uma magnetosfera induzida – a área do espaço que circunda um planeta.
Os cientistas mapearam as correntes elétricas em torno de Marte. As correntes elétricas cobrem o lado do dia do planeta e fluem para a noite. Essas voltas de correntes elétricas conectam a atmosfera superior de Marte e a sua magnetosfera induzida pelo vento solar.
À medida que os iões e eletrões do vento solar colidem com o campo magnético induzido, são forçados a separar-se
devido à sua carga elétrica oposta, com alguns iões a fluir numa
direção e outros eletrões noutra. Isso resulta na formação das correntes
elétricas em torno de Marte.
Enquanto isso, raios-x e radiação ultravioleta emitida pelo Sol estão constantemente a ionizar áreas da atmosfera superior de Marte,
fazendo com que seja capaz de conduzir eletricidade. Esse processo é
essencialmente responsável pela fuga atmosférica de Marte.
As correntes transformam a energia do vento solar em campos magnéticos e elétricos que aceleram as partículas carregadas da atmosfera de Marte, o que faz com que a atmosfera do planeta escape para o Espaço.
“Essas correntes desempenham um papel fundamental na perda
atmosférica que transformou Marte de um mundo que poderia ter sustentado
a vida num deserto inóspito”, disse Robin Ramstad, físico experimental da Universidade do Coloradoe principal autor do estudo, em comunicado.
Sem um campo magnético, Marte está a perder a sua atmosfera há
milhares de milhões de anos e a transformar-se num deserto frio e seco.
https://zap.aeiou.pt/atmosfera-marte-escapar-espaco-326872
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