sexta-feira, 2 de julho de 2021

Equipa portuguesa faz descoberta que pode travar a doença de Alzheimer !

Uma equipa de investigadores portugueses identificou um novo mecanismo associado aos neurónios envelhecidos que pode abrir uma nova via terapêutica para travar a doença de Alzheimer.


Hoje em dia, há cada vez mais pessoas a viver com a doença de Alzheimer, e apesar de a ciência começar a dar algumas respostas sobre esta condição, ainda há muito que descobrir.

Agora, uma equipa de investigadores da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa publicou um artigo na revista Journal of Cell Science onde indica que ao envelhecerem connosco, os neurónios consomem mais uma substância que conduz à perda de sinapses. A mesma substância que está associada à doença de Alzheimer.

A equipa coordenada pela investigadora Cláudia Almeida identificou um “problema de consumo” nos neurónios envelhecidos que pode abrir uma nova via de interferir no desenvolvimento de Alzheimer.

Em busca de uma resposta a equipa observou neurónios de ratos no laboratório, em cultura de células.

“Vimos que tinham acumulação de beta-amilóide ainda numa fase intracelular que precede a formação das placas extracelulares associadas à doença de Alzheimer. E vimos que esses neurónios perdem as sinapses só por envelhecerem em cultura”, refere a investigadora ao jornal Público.

De modo a ligar um fenómeno ao outro, os investigadores bloquearam a produção de beta-amilóide nos neurónios envelhecidos. “Fomos ver o que acontecia às sinapses e ficaram melhores. O número de sinapses aumentou nos neurónios envelhecidos.”

“Para já, o que nós descobrimos foi que os neurónios só por ficarem mais velhos têm um aumento enorme de endocitose da proteína precursora da amilóide (APP)”.

Isto significa que os neurónios mais velhos têm um consumo aumentado de uma proteína específica que depois, no interior das células, produz a beta-amilóide. “Isto pode explicar porque é que o envelhecimento é um fator de risco para a doença de Alzheimer”, confirma Cláudia Almeida.

De acordo com a investigadora, o próximo passo será procurar perceber se este bloqueio consegue reverter o número de sinapses.

https://zap.aeiou.pt/equipa-portuguesa-descoberta-alzheimer-410654

 

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