A descoberta pode ser útil no tratamento de doenças transmitidas por
mosquitos como a febre amarela, dengue, malária e o chikungunya. Isso
porque as fêmeas são os mosquitos que picam as pessoas, já que precisam
de sangue para gerar suas ovas.
Os pesquisadores começaram a pesquisa tentando encontrar uma espécie
de "interruptor genético" que transformasse fêmeas do mosquito em
machos. Eles não conseguiram fazer exatamente isso, mas descobriram uma
maneira de alterar seus aparelhos genitais. A equipe encontrou um fator
genético determinante em machos do Aedes chamada "Nix".
"Quando injetamos o Nix nos embriões, descobrimos que mais de dois
terços dos mosquitos fêmeas desenvolveu genitais de machos e
testículos", diz Brantley Hall, pesquisador de biologia computacional e
coautor do estudo. O contrário também acontecia: toda vez que a equipe
removia o "Nix" dos machos, eles desenvolviam genitais de fêmeas.
Cientistas sabiam há quase 70 anos que existe um gene que controla o
gênero do mosquito, mas ninguém havia sido capaz de encontrá-lo. Isso
porque ele estava disfarçado ao lado de outros genes comuns do Aedes.
Adelman afirma que a equipe ainda está longe de aperfeiçoar o método.
Por enquanto, os pesquisadores conseguem apenas ativar o gene,
alterando os embriões dos mosquitos, o que significa que o "Nix" nem
sempre atinge todas as células. Quando isso acontece, o resto do corpo
do adulto não é alterado para a forma masculina.
A equipe quer deixar de apenas modificar os embriões e explorar esse
fator determinante do sexo masculino usando transgênicos. Assim, a
mutação desse gene específico aconteceria em um nível celular
mais profundo, transmitindo o gene para as próximas gerações.
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