Todos os anos, nos deparamos com notícias de novos furacões,
tornados, terremotos e outros desastres naturais atingindo o mundo.
Embora algumas áreas sejam afetadas com mais frequência por estas
catástrofes naturais do que outras, a maioria das pessoas teme condições
meteorológicas extremas – aqui no Brasil, podemos não ter vulcões
entrando em erupção, mas sofremos constantemente com enchentes,
deslizamentos e secas.
Os cientistas que estudam essas catástrofes têm previstos grandes
tempestades e outras ocorrências há séculos. Dentro do século XXI,
muitos fizeram previsões de grandes eventos que devem ocorrer nos
futuros próximo e distante. Abaixo, estão dez desastres naturais que, de
acordo com evidências científicas, podem ocorrer a qualquer momento.
10. Incêndios florestais – EUA, 2015-2050
Cientistas ambientais da Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas
(SEAS) de Harvard preveem que, até 2050, os incêndios sazonais que
ocorrem nos EUA durarão três semanas a mais, produzirão duas vezes mais
fumaça e queimarão uma área maior a cada ano. Ao mesmo tempo, o
Instituto Norte-Americano de Pesquisa Geológica e o Serviço Florestal do
país registraram que, desde 1999, a área queimada por incêndios
florestais nos EUA triplicou de 2,2 para 6,4 milhões por ano, o que
significa que muito mais do país estará em chamas em um futuro próximo.
O que conduziu a este dramático aumento no risco de incêndio? A
resposta, de acordo com a SEAS, é a mudança climática gradual, o que
elevou a temperatura da Terra, criando condições que geram incêndios
maiores e mais ferozes. Loretta J. Mickley, pesquisadora sênior de
química atmosférica da Escola, afirmou que a temperatura será o maior
determinante de futuros incêndios. Quanto mais quente, mais provável é
que um incêndio vá começar. Ironicamente, o problema foi exacerbado por
algumas campanhas que queriam extinguir todos os incêndios florestais,
interrompendo o ciclo natural de incêndios que limpa a vegetação
rasteira das florestas. Com 30 mil a 50 mil incêndios florestais
previstos para ocorrer anualmente, os EUA poderão em breve estar
enfrentando sua própria versão do Inferno na Terra.
9. Explosão do Vulcão Bardarbunga – Islândia, 2014
Ok, não está no futuro, mas esta previsão se concretizou algumas semanas depois ter sido feita.
Em agosto de 2014, o Escritório Meteorológico Islandês aumentou o
nível de risco para uma possível erupção do Bardarbunga, um vulcão
localizado na segunda montanha mais alta da Islândia. O aumento deveu-se
a centenas de terremotos que ocorreram ao redor do local ao longo de
vários dias, um forte sinal de uma possível erupção vulcânica. Os
cientistas começaram a prever o que poderia ocorrer se Bardarbunga
entrasse em erupção. Alguns disseram que o gelo ao redor do vulcão iria
derreter, provocando inundações. Outros disseram que poderia causar
erupções adicionais ao longo de fissuras de 100 metros de comprimento no
sudoeste da Islândia, acordando o vulcão Torfajokull, que iria destruir
vários grandes rios que servem como fonte de energia hidrelétrica no
país.
Em 23 de agosto de 2014, o vulcão entrou em erupção debaixo da
geleira Dyngjujokull. Ao longo da próxima semana, milhares de terremotos
ocorreram perto do Bardarbunga e na área ao redor, e em 31 de agosto,
sua fissura Holuhraun entrou em erupção. A fissura Holuhraun irrompeu
por seis meses, terminando de expelir material vulcânico oficialmente em
28 de fevereiro de 2015. A fissura liberou a cada cinco minutos, em
média, lava suficiente para encher um estádio de futebol americano. No
final, o vulcão produziu 1,5 quilômetros cúbicos de lava e criou um
campo de lava de 86 quilômetros quadrados, tornando a erupção do
Bardarbunga de 2014 a maior erupção islandesa desde a da fissura Laki de
Bardarbunga em 1783.
8. Megaterremoto – Chile, 2015-2065
Em 1 de abril de 2014, um terremoto de magnitude 8,2 ocorreu a 97
quilômetros da costa noroeste de Chile, perto da cidade de Iquique,
causando deslizamentos de terra e um tsunami que atingiu a costa. Este
terremoto criou a possibilidade de um terremoto ainda maior atingir o
país em um futuro próximo, devido à localização do tremor.
O terremoto de Iquique surgiu de uma zona de subducção, onde uma
placa tectônica, a Placa de Nazca, está mergulhando debaixo de outra, a
Placa Sul-Americana. Esta zona de subducção se encontra dentro do “Anel
de Fogo”, um arco no Pacífico contendo 75% dos vulcões ativos do mundo, o
que causa grande parte da atividade sísmica do mundo. Quando uma placa
tectônica se desloca sob outra, as falhas podem ser submetidas a grandes
quantidades de estresse, e qualquer liberação de tensão gera atividade
sísmica, ou seja, terremotos. O de abril de 2014 foi um “megaterremoto”,
ou um grande terremoto causado pela liberação de tensão de uma zona de
subducção. Somente 33% da tensão na falha foi aliviada, deixando o resto
para ser dispensado num futuro próximo.
7. Terremoto gêmeo – Japão, 2017
Masaaki Kimura, sismólogo e professor emérito de geologia submarina na
Universidade de Ryukyus, no Japão, está prevendo que outro terremoto de
magnitude 9,0, muito parecido com o terremoto de Tohoku de 2011,
ocorrerá no país em 2017. Em 11 de março de 2011, o terremoto de
magnitude 9,0 atingiu Tohoku a 372 km da costa nordeste de Tóquio e
criou um tsunami com ondas de 9 metros que atingiram o Japão. Kimura
afirmou que ele previu o terremoto de Tohoku quatro anos antes do
acontecido, mas a sua previsão e as evidências foram ignoradas pelo
Congresso de Ciência do Pacífico.
Suas hipóteses são baseadas em seu conceito de “olhos de terremoto”,
regiões que têm muitos pequenos terremotos que são comumente ignorados. O
especialista acredita que esses olhos de terremoto são os melhores
preditores de onde e quando um grande terremoto ocorrerá. Esses
indicadores são uma parte de seu método de previsão de terremotos a
curto prazo de quatro etapas, apelidado de “método de Kimura”. Ele é
atualmente o único método de previsão de terremotos em uso, no entanto,
não foi bem testado por seus pares científicos.
Kimura acredita que o novo terremoto começará nas Ilhas Izu e terá
uma magnitude de 9,0. Este também causaria um tsunami que atingiria o
Japão de uma forma muito semelhante ao de Tohoku.
6. Erupção do Monte Fuji – Japão, 2015-2053
Quando o terremoto de Tohoku mudou a massa terrestre do Japão, 20 dos
110 vulcões ativos no país mostraram aumento da atividade sísmica,
levando especialistas a acreditar que um deles pode entrar em erupção a
qualquer momento. A Agência Meteorológica do Japão monitora a atividade
sísmica e vulcões ativos no Japão. Destes 110 vulcões, 47 são
considerados “ativos”, o que significa que surgiram nos últimos 10 mil
anos e/ou vomitam gases. Os cálculos mostram que o Japão deve ter uma
grande erupção vulcânica a cada 38 anos. Atualmente, 15 “eventos
vulcânicos” acontecem anualmente.
Na lista dos 47 vulcões ativos japoneses está o Monte Fuji, o mais
alto vulcão do Japão com 3.773 metros de altura. Em julho de 2014, uma
equipe científica francesa e japonesa divulgou um relatório afirmando
que o Fuji é um dos vulcões mais susceptíveis de entrar em erupção,
causando preocupação para muitos cidadãos japoneses. O Monte Fuji está
localizado a apenas 100 km de Tóquio. Se entrasse em erupção, seria
necessário fazer a evacuação de emergência de 750 mil pessoas de Tóquio.
A cidade provavelmente ficaria coberta de cinzas.
5. Terremoto e tsunami – Oregon, 2015-2065
Pelos esforços conjuntos de mais de 150 peritos voluntários, a Comissão
Consultiva de Política de Segurança Sísmica de Oregon prevê que um
terremoto de magnitude entre 8 e 9 e um tsunami subsequente irá ocorrer
ao largo da costa do estado norte-americano do Oregon, nos próximos 50
anos. As grandes questões são: quando isso vai acontecer exatamente e se
o Oregon vai estar preparado.
A possível fonte dessa catastrófica combinação de terremoto e tsunami
é a zona de subducção de Cascadia, uma rachadura de 1.287 quilômetros a
97 km da costa do Oregon. As placas tectônicas continentais de Juan de
Fuca e Norte-Americana criam esta zona de subducção, que é considerada a
“mais silenciosa do mundo”. Porém, atualmente acredita-se que ela
esconda um dos maiores eventos sísmicos do século. Esta ocorrência está
prevista desde 2010; a Comissão afirma agora que isso vai ocorrer,
inevitavelmente. Este terremoto e tsunami previsto mataria mais de 10
mil pessoas, possivelmente dividiria partes da Costa Oeste e custaria 32
bilhões dólares em danos aos EUA.
4. Submersão da Costa Leste – EUA, 2050-2100
Em outubro de 2012, o furacão Sandy deixou várias cidades debaixo d’água
e, devido à sua força, é considerada uma tempestade de aberração que só
ocorreria uma vez a cada 700 anos, de acordo com a NASA. No entanto, as
tendências atuais do nível do mar ao longo da costa leste dos Estados
Unidos podem deixar as principais cidades da região debaixo d’água até
2050.
Um estudo de 2012 feito pelo professor emérito do Instituto de
Ciência Marinha de Virginia John Boon afirmou que mudanças
significativas no nível do mar ao longo da costa leste de Key West, na
Flórida, até Newfoundland, no Canadá, começaram por volta de 1987. Seu
estudo mostra que o nível do mar está aumentando 0,3 milímetros por ano.
Este estudo se encaixa em outro, do Instituto Norte-Americano de
Pesquisa Geológica, realizado por cientistas na Flórida, que afirma que o
nível do mar da costa leste está aumentando três ou quatro vezes mais
rápido do que em qualquer outro lugar no mundo.
Atualmente, as zonas costeiras no nordeste dos EUA são consideradas
em maior risco devido aos maiores valores de propriedade e zonas
costeiras construídas em lugares como Nova York, que podem ser inundadas
em 2050. O nível do mar de Nova York deverá aumentar 79 centímetros até
2050, deixando 25% da cidade em perigo de se transformar em uma
planície de inundação. Cerca de 800 mil pessoas vivem na zona alvo de
inundação. Em 2050, 97% das usinas de Nova York vão estar lá também. É
por isso que o ex-prefeito de Nova York Michael Bloomberg propôs um
sistema de inundação de US$ 20 bilhões para a cidade em 2013, antes de
deixar o cargo, mas este plano não foi posto em ação.
3. O maior tsunami já visto – Caribe, data desconhecida
Se você se assustou com os desastres que já mostramos, prepare-se que o
pior ainda está por vir. Simon Day, da University College London, e
Steven Ward, da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, preveem que o
vulcão Cumbre Vieja, nas Ilhas Canárias, vá entrar em erupção e criar o
maior tsunami da história. Em seu artigo conjunto sobre o tema, lançado
em 2001, Day e Ward levantaram a hipótese de que uma ruptura na
estrutura do vulcão ocorreu durante sua última erupção, fazendo com que o
lado esquerdo tenha se tornado particularmente instável.
Se o Cumbre Vieja entrar em erupção novamente, o seu lado esquerdo se
transformaria em um deslizamento de terra que causaria o maior tsunami
na história da humanidade. Eles deduziram que a onda monstruosa
avançaria a 800 quilômetros por hora, com 100 metros de altura em seu
primeiro impacto com a terra, e chegaria à Flórida nove horas depois de
ser criada. Day e Ward preveem que tsunamis atingiriam lugares distantes
entre si como a Inglaterra, a Flórida e o Caribe.
Vale notar, no entanto, que essa é a pior situação possível. Se um
deslizamento de terra causado por uma erupção na Cumbre Vieja vier a
acontecer, é mais provável que toda aquela massa de terra não cairia no
mar de uma só vez. Um deslizamento de terra mais fragmentado poderia não
causar um tsunami recorde. No entanto, se o seu próximo investimento
imobiliário vai ser uma casa na costa do sul dos EUA, da Inglaterra ou
do Caribe, pode ser uma boa reconsiderar a ideia.
2. O “Big One” – Califórnia, 2015-2045
O Serviço Geológico dos EUA aumentou a probabilidade de um terremoto de
magnitude 8 ou maior atingir a Califórnia nas próximas décadas. O “Big
One” refere-se ao terremoto que muitos californianos estavam esperando
com a respiração suspensa durante anos. Cientistas afirmam que um
terremoto de magnitude 8 ou maior tem uma chance de 7% de ocorrer nos
próximos 30 anos. As chances da região ser atingida por um terremoto de
magnitude entre 6,5 e 7 sobe para 30%.
Se fosse para esse fenômeno acontecer, a causa mais provável seria a
ruptura da falha de San Andreas, que vai do interior do sul da
Califórnia até Los Angeles, mas há alguma especulação quanto a falha ser
o epicentro do tremor. Alguns relatórios especificam que o Big One se
originará da falha de Hayward, próxima da área da baía de San Francisco.
Não importa de onde o terremoto vier, a previsão é de que ele devaste
toda a Califórnia e outras partes da Costa Oeste. Um “cenário realista
de crise” utilizado para o planejamento de emergência foi criado por 300
cientistas e detalha a ocorrência e os danos do terremoto através de
projeções de computador baseadas em dados históricos. O computador prevê
que o terremoto irá produzir ondas de choque que viajariam a 11,6 mil
quilômetros por hora, danificando gravemente as principais rodovias e
prédios. No geral, a maior preocupação para qualquer terremoto de grande
impacto são os incêndios, devido à quantidade de vegetação seca que
poderia transformar qualquer pequeno incêndio em um inferno de fogo.
A Casa Branca concedeu US$ 5 milhões a uma equipe da Universidade de
Tecnologia da Califórnia, da Universidade da Califórnia em Berkeley e da
Universidade de Washington, que está desenvolvendo um sistema de alerta
precoce de terremoto para informar as pessoas um minuto antes de um
terremoto atingir o estado. Atualmente, o sistema só é capaz de lançar
um alerta 10 segundos antes do início de um terremoto.
1. Grande tempestade solar – 2015-2025
O maior desastre natural que poderia afetar a Terra no futuro próximo nem sequer nasceria no nosso planeta; ele vem do sol.
O sol tem um “ciclo de atividade”, o que significa que tem diminuição
ou aumento da atividade, tais como erupções solares e manchas solares,
dependendo do seu tempo em um ciclo particular. A grande explosão mais
recente da atividade solar ocorreu em julho de 2012, quando uma ejeção
de massa coronal (EMC) passou pela órbita da Terra e acertou a estação
espacial STEREO-A. Uma tempestade solar geralmente tem uma labareda
solar, altos níveis de radiação UV, partículas energéticas que destroem
os componentes eletrônicos cruciais de satélites e muitas EMCs. A
labareda solar de 2012 atingiu a estação espacial, mas foi apenas uma
semana de diferença que evitou com que ela atingisse a Terra.
Esse golpe de sorte da Terra pode não se repetir no futuro próximo,
de acordo com Pete Riley, cientista do Instituto de Ciência Preditiva.
Depois de analisar os registros de tempestades solares dos últimos 50
anos, seus cálculos concluíram que há uma chance de 12% de uma grande
tempestade solar atingir a Terra nos próximos 10 anos. Se isso vier a
acontecer, interferiria potencialmente com sistemas de rádio, GPS e
comunicações por satélite, afetando o uso de milhões de produtos
eletrônicos em todo o mundo. Redes de energia também seriam afetadas
devido à sobretensão provocada pelas partículas energéticas,
possivelmente causando grandes apagões em todo o mundo – de forma
semelhante ao que ocorreu em Quebec em 1989. Os custos econômicos são
estimados em US$ 1 a 2 trilhões no primeiro ano do impacto, sendo que
uma recuperação completa levaria entre 4 e 10 anos, de acordo com o
Conselho Nacional de Pesquisa.
Mesmo que essa catástrofe ocorra, segundo o pesquisador Robert
Rutledge e o escritório de previsão do Centro de Previsão do Clima
Espacial da Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA, ela
pode não ser tão impactante como alguns estão prevendo. Mais uma vez, as
previsões que estão sendo feitas abordam o ponto de vista da “pior
situação possível” e são apenas uma advertência. Dito isto, as grandes
empresas de energia e serviços de emergência em todo o mundo estão
cientes dos efeitos da atividade solar e estão investindo pesadamente
para se defender contra eles.
Fonte: http://hypescience.com/10-catastrofes-naturais-que-devem-estar-no-nosso-futuro-proximo/
Deus esta sob controle.
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